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ROGÉRIO

Tô tranquilo aqui, gosto muito dessa parada de família. Esses negócios de bagunça já deu, sabe? Tô velho. Minha meta de vida é criar minha família com a Manuela,  ter progresso na firma e não morrer antes de ver meus filhos crescidos.

Viemos pro chá de bebê do nosso afilhado, fico felizão por isso. O foda é que já peguei uma doidona na mesa com a Evelin, peguei antes da conhecer a Manu, papo de dois dias depois que voltei pro morro, Renan tá ligado também, mas a gente nem sabia que elas se conheciam, eu nunca imaginei que ela fosse estar aqui.

Manu e Rafaella levantaram da mesa e nós dois ficamos trocando ideia, a mina não parava de olhar pra mim, e eu me mantive posturado, né? A mina não me interessa em nada, mas o diabo joga baixo.

— A chance de dar merda é grande. — Renan colocou uma pilha, como de costume.

— Manu vai descer a mão nela fácil, filhote. - ri, negando com a cabeça. 

— Manu é o trem, irmão.  Aposto duzentos nela. —  rimos e eu tomei um gole da minha cerva.

Estávamos falando sobre as paradas da firma e as meninas chamaram pra foto. Fotão tá? Pesado demais. Na hora que eu tava saindo da mesa da foto, a mina esbarrou em mim, pediu desculpas e eu não disse mais nada, passei batido pra mesa dos moleques.

— Vou dar um mijão. — avisei e saí.

Fui andando tranquilinho, mijei e na hora que saí a Evelin me parou.

— Oi Kid.

— Colfoi Evelin. — desviei pra sair dela e pegou no meu braço. Entendi nada, irmão.

— Nunca tive oportunidade de falar com você, depois do que rolou... — tentou se aproximar e dei dois passos pra trás. — As meninas estavam falando de você ali na mesma. Tu conhece a Aline né? — deu um sorriso de canto.

O chá já tava no final, tudo rolou de boa, tava quase achando que não ia mais dar merda. Geral já tinha ido embora, só ficou quem é de casa mesmo.

— Tem nada pra falar comigo não, po. Tu que falar com a Manu. — desconversei.

— Tenho nada pra falar com ela, jogou sujo comigo, comia meu marido e eu botei na minha casa. Eu tinha que comer era você, pra ela aprender. — tava se jogando pra mim, sem medo. — Aline disse que tu é maior fodão. Queria ver se era mesmo...

Entendi nada, meu parceiro. O que essa doidona quer? Qual é a droga que ela tá usando? Tomara que não seja da minha loja, po.

— Evelin, papo reto mermo? Com todo respeito? Vai se foder, po. Manuela né disso não, nunca foi. Logo tu me falar uma merda dessas? Cê tá com bicho no corpo.

— Você fala isso porque ela é suja, dissimulada. Engana a todos. — saí saindo dela, segurou meu braço de novo.

— Tu tá querendo criar situação? Não vai dar não, po.

— É, bonita. Não vai dar mesmo. Tira a patinha do meu marido. AGORA. — Manuela já chegou tirando as argolas e guardou no meu bolso.

— Vai fazer o quê? Acabar com o chá de bebê do seu afilhado? — a Evelin respondeu ela em tom debochado.

— Vou acabar é com você. — deu um retão no nariz. Melado desceu na hora, papo reto. Minha mulher é muito braba!

Evelin tentou dar um, mas a Manu saiu rebocando ela porta a fora, só dava na cara e ia jogando pra trás. Sérinha. Veio a Rafa, a mãe dela, minha sogra, o viado, Renan, as meninas, geral desceu pra ver.

— MANUELA, PARA!!! — minha sogra gritou, desesperada, tentou ir atrás, mas a própria mãe da Evelin segurou ela.

— Deixa, Dete. Evelin merece, Manu demorou foi muito pra fazer isso. — fiquei assustado com o que ouvi, maior doideira, né? Parece até que trocaram de mãe.

Manuela machucou ela na porrada direitinho, só parou porque a Evelin caiu. Deu mó cuspidão na cara dela, soltou o cabelo, e geral voltou pro terraço.

Evelin saiu com as meninas que estavam com ela é Manuela voltou pra perto de mim tremendo, chorando de soluçar.

— Olha, eu não sei o que fiz pra merecer. —  sentou na mesa e bebeu quase 1 litro de água. — Desculpa, gente. Não consigo evitar.

— Quero falar com você. — minha sogra falou.

— Mãe, amanhã. Já deu de estresse por hoje.

É rapaz, o clima ficou pesado.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora