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Acordei por volta de umas 20h com o toque do meu celular, Henrique tava apagado do meu lado, a respiração estava até forte. Olhei no visor e era o Rogério.

📱 Rogério 📱

"Oi".
"Tô com as crianças aqui no portão."
"Descendo."

FIM DA LIGAÇÃO

Desci e abri o portão. Eles vieram correndo na minha direção, Nathan quase me derrubou ao tentar subir no meu colo. Esse moleque vai me matar.

— Tchau, papai. — Nanda disse toda feliz.

— Tchau, minha pretinha.

— Dá tchau pro seu pai, Nathan. — falei me virando com eles.

— Tchau, paiê. Obrigada pelo lanche. — falou e saiu andando na minha frente, chamando a Nanda para um pique.

— Manu? — Rogério me chamou, enquanto eu fechava o portão. — Queria te fazer uma proposta.

— Ih... Lá vem.

— Não, po. É bagulho na humilde, no amor.

— Fala, então. — encostei a cabeça no portão, olhando séria pra ele, esperando a pérola que viria.

— Que que tu acha das crianças ficarem uma semana comigo e uma semana contigo?

— Em qual condições? Quem vai cuidar? Em que casa eles vão ficar?

— Ué, como sempre foram aos finais de semana. Eu fico na minha mãe com eles, porque não dou conta e meu horário é todo malucado.

— Eles não podem perder escola, Rogério. E sua mãe também não tem que criar filho de ninguém não, já criou os dela.

— Tô ligado, Manu. Ela não vai cuidar não, po. Vai me ajudar igual tua mãe te ajuda, tá ligado?

— Aham. Tô ligada.

— E aí, qual a ideia?

— Podemos testar. — falei simples. — Eles ficam comigo até domingo, e domingo que vem eu levo pra casa da sua mãe?

— Correto, po. Nós não mora tão longe, tá ligado? Se precisar de alguma parada, nós vai tá perto mermo.

— Tá. A gente testa. Mas por favor, não exponha meus filhos às loucuras da sua vida.

— Tá maluca, preta?! Quer dizer, Manu. Vou expor meus filhos a nada não.

— Então tá bem. Faremos esse teste, mas no final do mês, eles vão viajar com minha mãe, tá? Já tá combinado.

— Tô ligado. Eles só falam desse bagulho. — concordei com a cabeça, fechei o portão e voltei pra casa.

Subi procurando por eles que já estavam cheirando o Novo, contando como tinha sido a semana no pai, que eles brincaram a beça com os vizinhos da avó, enfim... Nem me deram ideia, o negócio deles era o "Tio Novo".

— Vocês já tomaram banho?

— Já, mãe. Tomei banho e comi macarrão com carne moída, tá? — Nathan me respondeu alisando a barriga.

— E foi meu pai que fez, mãe. Minha avó nem ajudou, ficou vendo desenho com a gente. — Nanda completou.

— Que legal, filha. Seu pai cozinha muito bem, né?

— É mesmo. Mas queimou o braço ontem... — conversava comigo como se fosse adulta. — Ele fez batata pra gente.

Ficamos um bom tempo conversando, até eles morgarem. Henrique me ajudou a botá-los no quarto, e foi buscar um combo de japa pra mim, enquanto isso, aproveitei pra tomar banho e pensar na proposta que o Rogério me fez.

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