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— Você quer terminar?

— Eu disse isso, Rogério? Olha, se é isso que você quer, vá em frente, vai ver sua vida. Só não me faz de otária. — levantei e saí andando.

— Ou. Tá indo aonde? — veio atrás de mim. — Para com essa porra, já disse pra você que não tem nenhum moleque aqui não, se eu quisesse terminar, já tinha feito, po. — continuei andando. — Manuela!!

— Quê? — parei e virei pra ele.

— Para de infantilidade, bora conversar. Vamos pro carro!

— Já conversei, sei o caminho e tô precisando fazer exercícios. — virei e continuei andando. Ele veio correndo, parou na minha frente e me abraçou.

— Cara, eu tô te pedindo, não me faz perder a paciência não. Eu sei que eu to errado, sei que você tá com raiva, mas olha pra mim. — olhei. — Vou respeitar seu tempo, po. Eu te amo, me desculpa.

— Fica a vontade pra perder a paciência. — respirei fundo. — Eu também te amo. Mas agora me solta. — balancei o corpo.

— Vamo embora, entra no carro, vou te levar.

Concordei porque já não aguentava mais ficar ali, eu estava com uma raiva do Rogério e de toda a situação que era inexplicável, entrei no carro e fui quieta até a casa. Desci e o Hércules estava com uns amigos na calçada bebendo, cumprimentei todos e o Rogério ficou com mó carão de cu, mas não dá em nada não.

— Irmã, você fica bem até a sua mãe chegar? — disse assim que eu entrei na sala.

— Claro, não to morta não, gente. Eu hein. Já to puta com essa parada de vocês acharem que eu não sei me virar sozinha, sou nenhuma criança não.

— Calma, só perguntei.

— E eu só respondi. Mais alguma pergunta? — todos me olhavam assustados.

— Não, eu hein. — levantou com o Luiz, pegou as coisas, me deu um beijo, retribui e dei um beijo em meu afilhado.

— Se precisar de alguma coisa, liga. Volto correndo. Juízo, cabeçuda. — Jaca disse e me abraçou forte. — E vê se fica mais calma. — me pilhou.

— Pode deixar. — revirei os olhos. — Juízo.

— Qualquer coisa liga, cunha. To a sua disposição, tá? — dessa vez quem se despediu foi o Renan, que me deu um beijo na cabeça.

— Tá, nego. Toma conta das minhas crianças, hein. — sorri.

— Tchau, Manu. Se precisar do véio, ele tá aí. — Seu Hélio disse.

— Obrigada, Seu Hélio. E desculpa o meu mal humor. — ele riu e saiu com os meninos.

Rogério ficou me olhando, e eu olhando pra ele. Eu estava com um misto de sentimentos, sabe? Não sei dizer o que sentia, mas era muito ruim e angustiante.

— Quer que eu fique? — balancei a cabeça negativamente. — Tá, desculpa mais uma vez. Eu amo vocês. — se aproximou, passou a mão na minha barriga e veio pra me dar um selinho. Virei o rosto e ele saiu.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora