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MANUELA

O Rogério tá maluco, só pode. A gente só tem 3 meses juntos e ele me faz um negócio desses, como pode? Eu não acredito.

Fiquei namorando aquele carro, doida pra dirigir. Graças a Deus, mesmo sem carro, renovei a minha CNH, pelo menos isso meu pai fez de bom pra mim.

Depois de namorar gostoso com o Rogério em comemoração aos presentes e nossos 3 meses, tomamos um banho e nos arrumamos.

— Quem vai dirigir hoje, sou eu. — peguei a chave e balancei pra ele.

— Ih, que perigo, hein. — me deu um tapa na bunda e saímos.

Passei pela praça bem devagar, fiz questão de mostrar quem tava dentro do carro, Rogério falou com um pessoal e a Stefany ficou olhando sem acreditar. Sorri pra debochar mesmo e guiei pra pista.

Fomos pro Outback, de lei. Comemoramos mais um mês e é isso, que Deus abençoe a nossa vida.

Voltamos pro morrão, passamos na Rafa e ficamos um tempinho lá, conversando, levei umas coisinhas pro neném até. Meu sonho ser dinda, gente.

— Amiga, preciso falar. — eu estava sentada na cama dela.

— Ih garota, fala logo. — ela estava arrumando as coisas no armário.

— Postaram uma coisa naquele fake da favela, sabe?

— Que coisa?

— Postaram lá que você estava sendo corna pra Stefany de novo, irmã.

— Hm... E tu acha que eu acredito?

— Tô só te avisando, irmã. Eu também não acredito, mas sei lá...

— Eu desconfio às vezes, sou insegura, nunca peguei nada, mas acho que com ela, não tem mais nada. Acho que seria muito idiota da parte dele, muita burrice.

— É, não sei. Também tenho minhas desconfianças com o Renan. Mas e o carro, gostou?

— Garota, eu amei. Tu sabia disso?

— Sabia que ele ia fazer uma surpresa, mas não pensei que seria A surpresa, né? — rimos.

Rogério me chamou pra meter o pé, então me despedi deles e guiamos pra casa. Como ainda não tenho uma garagem, deixei o carro na rua mesmo.

— Amanhã já vou pedir pros caras começarem a obra aqui, já é?

— Ta bom, ué. Mas vou ajudar a pagar também.

— Te pedi dinheiro não. — entramos em casa e ele fechou a porta. — E não quero tu andando de pijama aí também não.

— Ah pronto. Não posso andar do jeito que eu quero na minha casa e nem pagar a minha garagem? Tá de caô.

— Já falei, po. Vou repetir não. — foi pro quarto.

Fui pro quarto, troquei a roupa e deitei ao lado dele. Fiquei pensando no que a Rafa falou e demorei um pouco pra dormir. É muito complicado viver com alguém, complicado ainda mais ficar tranquila com um cara que transava com a tua inimiga e meia-irmã. Rogério apagou mesmo, eu rolei na cama a noite inteira.

Quando eu ameacei a cochilar, escutei uns barulhos no beco, levantei rápido, indo até a janela e vi alguém perto do meu carro, mas não conseguia identificar quem era.

— ROGÉRIO! — dei um grito e desci correndo. Saí do jeito que tava pelo quintal, olhei e meu carro todo arranhado.

— Que porra é essa, cara? — botou a mão na cabeça, voltou na sala, pegou as chaves, subiu na moto e saiu.

Fiquei ao lado do carro incrédula, ganhei essa porra hoje e já fizeram essa merda, puta que pariu!!

Sentei na calçada e fiquei esperando o Rogério voltar, o dia amanhecendo, meus poucos vizinhos saindo de casa e me olhando sem entender, até verem o carro.

Como o Rogério demorou, entrei pra casa, tomei um banho e ouvi alguém me chamando no portão.

— MANU! – botei a roupa correndo e desci.

— Oi. — estranhei ao ver quem era.

— Eu vi quem fez isso. Foi a outra filha do seu pai.

— Eu sabia, sabia. Desgraça de menina. Obrigada... Seu nome?

— Mariângela, moro aqui na curva. — apontou.

— Muito obrigada, Mariângela. Muito obrigada!

Voltei rapidinho, tranquei a casa e saí pisando duro pela rua. Vi a moto do Rogério em frente a uma loja da B, andei mais rápido e já cheguei, sem pedir licença. Escutei de longe, alguém falando alto, outro mandando calar a boca e por fim, ouvi alguém dizer: "Foi ela sim".

— Era pra ter ficado em casa, pô.

— Tinha nem como, ainda bem que ela belezura está aqui. — debochei. Stefany estava com os olhos arregalados me olhando, dei dois passos pra frente e dei um tapão na cara dela.

— Manuela, olha onde tu tá. — um dos caras me repreendeu.

— Pô patrão, tá no direito dela. Achei até que foi pouco. — o outro falou.

— Dá ideia não, mano. — Rogério me abraçou, me tirando de lá.

— Dona Manuela, tu pode ficar tranquila que o corretivo dela nós vai dar aqui mermo, nem precisa se preocupar.

— Eu queria dar, mas já que tô prometida. Tá certo! – virei as costas e saí. Passei por umas amiguinhas dela que estavam cochichando algo. — E se vocês se meterem a besta, vão entrar na porrada também. — eu tinha sangue nos olhos.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora