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Olhei do reservado pra pista e vi a Stéfany fazendo aquela graça quando falavam o vulgo do Rogério nas músicas. Nossa, ela não cansa não? Menina retardada. Eu tenho é pena, cara. Pena. Ela olha pra mim e eu jogo meu muco lindíssimo e hidratado pra ela. Começou a atabacada e eu dei a vida, só sugando minha "água de bandido" e mexendo o popozão. Rogério fica de longe me palmeando, não sei se ele é meu namorado ou meu segurança.

Estava super envolvida, quando senti uma mão na minha cintura, olhei pro lado e era o Jacaré. Dei um abraço muito forte nele.

— Que saudade de você, vagabundo.

— Tô sumidão mermo, mas não esqueci de tu não. Parabéns de novo, mais braba. — me deu um beijo na testa. — Cadê o comédia do Kid?

— Obrigada, coisa feia. Fala assim do meu amor não, po. — apontei mostrando e ele saiu pra falar com o Rogério.

Depois que eles tiveram que resolver um problema num morro aqui perto, eles voltaram a se falar direito. Rogério respeita que apesar da nossa história, Jacaré e eu somos melhores amigos. No começo, tinha um ciúme de doer, mas com o tempo fui conseguindo arrumar isso.

Jacaré chegou com Evelin e Tiguin que também vieram me parabenizar, agradeci a eles e continuei nas minhas danças. Jacaré e eu lançávamos vários passinhos, ninguém acompanha a dupla. Pega nós, bebê!

Eu já tava meio alteradinha, e o Ferrugem entrou no palco. Rogério grudou serinho na minha cintura e o show começou.

Ferrugem cantou algumas músicas e do nada parou, ficou um tempo ouvindo um rapaz da produção dele falar um negócio e enquanto ele bebia água.

— Me disseram aqui, que hoje é o dia de uma pessoa muito especial, dia de alguém que mudou a vida de outro alguém. Disseram que a pessoa que faz aniversário hoje, é muito minha fã e o namorado dela, pediu que eu cantasse uma música especialmente pra ela. Parabéns pelos 20 anos, Manuela. O mano Kid te ama muito. E a música é: pra você acreditar. — eu fiquei chocada com aquilo, a perna bambeou, coração parecia escola de samba, queridos. Virei de frente pra ele, comecei a chorar e o Rogério rindo da minha cara. Filho da puta de homem, rapaz.

— O que eu tenho que provar pra você acreditar? Nada aconteceu, meu amor é teu, sem você acho que nem existiria eu. Olha bem no meu olhar, você vai notar enfim, que dentro de mim o amor se fez, desde o dia em que te vi pela primeira vez. — ele cantava desafinado pra mim e eu só fazia chorar. — O que eu não faria pra esse amor vencer? Que louco eu seria de perder você? Sem o teu carinho eu não sou ninguém, você me faz tão bem, você me faz tão bem. — nos beijamos, e foi aquele beijão mesmo, de tirar o fôlego.

Logo eu, que estava correndo de relacionamento, correndo principalmente do Rogério, estou aqui, agarrada com ele, doida de ciúmes, sem imaginar a minha vida sem ele, cara. Olha, a gente não tem controle de nada na vida mesmo, né?

Ferrugem terminou o show, e o funk voltou. Eu tava super apertada pra fazer xixi, dei de mão na Luan e saímos lindas pro banheiro, passei pela Stéfany afrontando e joguei o muco na cara mesmo. Ela ficou sem reação me olhando, a Luan jogou a bunda nela e fomos pra fila. As monas queriam arrumar caô porque a Luan estava comigo, deu em nada, nunca dá. Fiz o precioso, me sequei porque sempre carrego um pouquinho de papel higiênico comigo e saí linda. Quando estava chegando perto da entrada do reservado, senti alguém puxar o meu cabelo, olhei de relance e era a irmã de vocês.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora