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A noite estava gostosinha, volta e meia o Novinho passava na ronda e nos trocávamos olhares. Eu sabia que não estávamos passando despercebidos e gostava disso. Gosto dessa coisa dele de não ter medo de me olhar, não se acovardar quando o Rogério faz o maluco, enfim...

Eu não tinha bebido muito, até porque, se o fim da noite fosse do jeito que eu estava imaginando, eu tinha que pelo menos lembrar do que rolou.

Fui pegar uma água na barraca e na volta, dou de cara com o perturbado do Rogério. Passei direto dele e da mona e parei ao lado da Rafa.

— Quer ir embora?

— Eu não. Você quer? — tomei um gole da água.

— Eles vão ficar aqui, mona. Tenho medo que não seja legal pra você.

— O pior já passou, irmã. Hoje não faz diferença... — dei de ombros e voltei a prestar atenção em outras coisas.

Acabei esquecendo real da presença dos dois, até que senti algo molhar minhas costas, e quando olhei pra trás, era a tal da Jaqueline.

— Desculpa. Não te vi aí.

Olhei em volta e os meninos não estavam, respirei fundo, olhei nos olhos dela e meu celular começou a vibrar. Salva pelo Novo, ops, pelo gongo.

[barrostmanuela] rickpjl

Tô liberado já
Qr q eu te panhe ai?

Não precisa não...
Tô descendo.

Vou te esperar na praça.

FIM DA CONVERSA 📱

— O que aconteceu aí? — Rafa me olhava. — Achei que você fosse bater nela.

— Eu não. Tenho coisas melhores a fazer... — dei dois beijos nela. — Obrigada pela companhia.

— Já vai pra onde maluca?

— Viver! — dei risada e saí.

Saí da quadra e pra minha sorte, tinha um boy descendo, dei um gritão, ele parou e eu subi na garupa. Descemos até o ponto e de lá, fui andando bem tranquila pra praça. De longe, já avistei o Novo, tava de bermuda amarela, uma blusa preta e boné, encostado na moto, olhando de um lado pro outro. E assim que me viu, abriu aquele sorriso.

Enquanto eu andava até ele, me sentia como uma adolescente indo encontrar o seu primeiro namoradinho. Aquele frio na barriga, sabe? Aquela sensação gostosa da descoberta.

— Tá esperando alguém? — falei ao me aproximar.

— Não mais. — ele segurou na minha cintura e já colou meu corpo no dele.

— Po, cheiroso a beça. Tava no plantão assim? — falei e em seguida passei a ponta do nariz pelo seu pescoço.

— Claro que não, po. Fui em casa, tomei um banho esperto, né? — sorriu. — Tava me produzindo pra tu, diferente de você... — demos risada juntos. — Mas fala tu, vamo pra onde? Quer comer alguma parada?

— Vou deixar você me levar pra onde você quiser.

— Então tá bom, então... — sorriu e negou com a cabeça. — Bora lá pra casa?

— Você que manda!

Ele subiu na moto e em seguida, eu subi na garupa. Me entregou o capacete dele, eu botei e fomos até sua casa.

— É isso, sem mistério. — disse ao descer da moto.

Aqui onde ele mora é mais afastado, é tipo uma vila, mora mais o pessoal antigo da favela, é bem deserto a noite e a chance de alguém encontrar com a gente aqui, é zero.

Entramos e ele foi logo acendendo a luz. A kitnet era pequena, mas era super aconchegante, tudo arrumadinho, bonitinho, uma graça.

— Seja bem-vinda. Fica a vontade. — ele falou e em seguida, deixou as coisas no balcão que separa a cozinha do quarto.

— Vai dando condição, vai. Eu fico q vontade mesmo. — sorri e ele tirou a camisa, se jogando na cama em seguida. Eu sentei na beirada da cama e tirei meus sapatos, sem muita cerimônia porque eu amo ficar descalça.

— Fala tu, só não tem televisão, mas se tu quiser ouvir um rádio... — ele riu.

— Quero não, quero ouvir só você. — sorri e fui mais pra perto dele.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que nossos lábios se encontraram e meu corpo entrou em choque, choque mesmo, interno. Eu não sabia dizer o que estava sentindo, se era bom ou maravilhoso, mas o nosso beijo encaixou muito bem.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora