DONA DE MIM 💋

137

Depois de algumas tentativas falhas, os barulhos pararam. E em seguida, uma voz muito familiar, chamou pelo meu nome.

- Manuela!

- O que você quer, Rogério? – respondi prontamente. – Vai embora, tem nada pra você fazer aqui.

- Qual foi, cara. Vamo trocar uma ideia.

- Não tem ideia a ser trocada, cara. A gente não precisa conversar, você tomou suas decisões, agora sustenta a consequência. – dei uma pausa, achando que ele ia dizer mais alguma coisa. – E pode ficar tranquilo, que eu não vou te impedir de ver seus filhos, não vou te proibir de nada. Só não te quero mais.

Eu ainda não tinha dito as últimas palavras. Elas só estavam sendo repetidas na minha mente, mas dizê-las assim em alto e bom som, foi algo que nem eu mesma esperava.

- Qual foi? – a voz dele havia mudado. – Deixa eu falar conitgo, cara. Papo é reto!

- Não temos nada pra conversar.

- Deixa eu falar contigo, mano, por favor. Eu prometo que não te procuro mais. Papo de homem.

- Como se o teu papo de homem valesse de algo... – levantei do sofá e abri a porta pra ele. – Fala ai, ué.

Encostei na porta e fiquei olhando pra ele, que estava sentado em um dos degraus que sobe até a minha porta. 

- Vai me deixar entrar?

- Não pode ser falado aqui fora? – cruzei os braços. – Nossa vida já está toda exposta, po. Quer sigilo pra quê? – ele negou com a cabeça.

- Pra que isso, cara? Já deu show demais hoje, po. Vamo conversar na moral.

- Show? – ri debochada. – Não tem nada de show ai, cara. Eu só fui te entregar as coisas, e como você escolheu mulher da rua, estar na rua, foi pra lá que eu levei o que você esqueceu de levar.

Ele se levantou veio na minha direção, secando uma lágrima que insistia em rolar.

- Eu te desculpo pelas roupas queimadas, consegui salvar algumas paradas. – dei de ombros e arqueei a sobrancelha.

- Eu não lembro de ter te pedido desculpas. – sorri debochada. – Não quero que você me desculpe e se você acha que eu tô arrependida de ter feito, está enganado. E outra... – ele me interrompeu.

- Você não me deixa falar, porra. – acabou passando por mim e entrou na sala.