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Mais tarde, por volta das 17h fui na casa da minha mãe, que mais parece um creche, devido ao número de crianças que ficam aqui. Além dos meus filhos, tem meus sobrinhos do coração, que no caso, são os filhos da Angélica e sem contar os que moram aqui por perto e vem brincar.

— Oi gente! – falei aos passar por eles.

— Oi tia! – me responderam em coro e eu entrei.

Minha mãe estava vendo televisão, equanto Nathan e Nanda dormiam lindamente ao seu lado.

— Ué mãe. Ai eles não dormem a noite, cara. – falei um pouco mais baixo.

— Ih garota, eles chegam cansados.

— É, mas amanhã eu trabalho cedo...

— É só deixa-los comigo. – deu de ombros. – Não vejo problema algum em ficar com meus netos.

— Tá, mãe. Tá bom. – revirei os olhos e fui pra cozinha.

Como na minha mãe eles são viciados em café, já fui certeira na garrafa. Peguei uma xícara, me servi, fechei a garrafa e deixei em cima da pia mesmo. Em seguida, fui pra porta da cozinha e encostei-me na mesma, enquanto me deliciava com um pretinho sem açúcar que eu amo, minha mãe chegou sorrateira.

— Me fala, pode me falando. – olhei pra ela assutada.

— Que isso, mona... Vai me matar. – ela riu e continuou me olhando. – Que foi, mãe?

— Me fala o que tá acontecendo com você, ué. Você saiu daqui... – bateu de leve na barriga. – Eu sei quando as coisas não estão boas.

— Ih, Lene Sensitiva... Não dá pra esconder nada de você mesmo. – tomei mais um gole do café.

— Aham. E aproveita que as crianças estão dormindo, que o Jordão e a Angélica não chegaram... Desembucha. – cruzou os braços.

—Acho que tô levando galho. – falei rápido. Não queria externar isso, até porque, eu não queria acreditar no que possivelmente estaria acontecendo.

— Como assim? – pelo tom de voz, ela também não queria acreditar.

— Então... – expliquei pra ela toda a situação do aniversário. – E eu não consigo nem dormir perto dele, de tanto ódio que eu tô. – sorri amarelo e fui pra pia lavar minhas coisas.

— Você já olhou o celular? – disse simples.

— Pô mãe, você tá melhor que eu, hein. – sorriu vitoriosa. – Eu não tinha pensado nisso, tá?

— Fraquinha você, hein. Tá com a faca e o queijo na mão... Espera ele dormir e dá um jeito.

— Sabe, eu nunca pensei que fosse passar por essa merda... – disse enquanto secava as mãos no pano de  prato.

— Isso é normal, filha. Quem não foi, ainda vai ser... Mas o normal que eu digo é que as pessoas vivem dessa forma, como se o sentimento do outro não valesse nada... – ela ia dizer mais alguma coisa, porém, ouvimos passos. Era a Angélica.

— Olha quem está por aqui. – disse toda sorridente ao me ver. – Quanto tempo não nos encontramos, né?

— Ai amiga, uma correria danada. – ela deixou as coisas na mesa e nos abraçamos.

— Trouxe umas coisinhas pro café.

Aproveitei e fiz mais café pra gente, fiz um suco também e minha mãe foi botar as crianças pra dentro. Passamos uma tarde ótima lá, botamos o papo em dia e surgiu até a ideia de uma final de semana em Coroa, as crianças quase nunca vão pra lá e é pertinho de Itacuruçá, poderíamos ir pra praia, enfim... Eu adorei a ideia, por mim, já iríamos hoje.

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