A Biografia de Mattheo Riddle

29 - Hogwarts, 1996

A carta de sua mãe estava nas mãos de Mattheo. O moreno lia de novo e de novo, o nervosismo começando a se apoderar do corpo de ambos. — Mattheo... - Draco começou, mas se calou quando ele o encarou.

— Calma. Vamos dar um jeito nisso.

Narcissa havia enviado uma carta para Draco durante a madrugada. "O Lorde está começando a se inquietar. Querem um plano."

Era como pedir a comprovação. Como dizer em voz alta o que ele teria que fazer. O que ele não queria fazer.

Draco suspira, sentindo algo pesar em seu estômago. — O que faremos?

Mattheo passa uma mão pelo cabelo, nervoso. Ele anda até a janela, respirando fundo e xingando muitos palavrões. — O colar. Faz aquela coisa com o colar. Pelo menos, se der errado, ele vai ver que estamos conseguindo pensar em algo, porra. - diz irritado, retirando um cigarro do bolso, acendendo-o e soltando a fumaça pela janela após tragar.

— Mas e se der errado...? - Draco pergunta, a mente rodando com as possibilidades. Mattheo ri, sem humor —Se alguém morrer nessa brincadeira, se der errado com a merda do colar, vai ser só mais uma pessoa, Draco. Você não entende quando eu digo que você não quer a ira de Voldemort, caralho. - exaspera, tremendo. Seus olhos estão arregalados e ele treme. Draco nunca viu o Riddle assim.

— Se ele se enfurecer com a gente, Malfoy... - sua voz falha, as memórias de sua infância lotando sua cabeça - Eu não sei o que pode acontecer.

E ele não sabia mesmo. Há muito tempo parou de tentar criar um limite para as atrocidades que seu pai podia cometer. Angel. Se ele descobrir sobre Angel, se ele descobrir que Mattheo sabia...

O moreno chacoalha a cabeça, limpando a mente ao fumar mais um pouco. — Faz o colar, e vamos torcer para que isso nos dê mais tempo.

𑁍

Mattheo estava observando os brotinhos. Fios verdes que em breve virariam rosas brancas. Ele precisava limpar a cabeça, então foi para a estufa, regar as plantas.

Ele viu a água escorrer, ser absorvida pelo solo, até que estava com água demais e passou a se acumular sobre a terra. Ele xingou, pegando um pano qualquer para secar aquela poça. Não deu muito certo, mas a água se espalhou por todo o lote de terra e agora era absorvida devagar, pelo menos.

Ele olhou ao redor do mar de flores brancas, o cheiro de dama-da-noite era fraco durante o dia. Ele reparou que havia um botão da flor caído no chão. Provavelmente ele quebrou ou algo assim, pensou ele. Ele recolheu a flor do chão, ela, incomumente aberta. Ela não era maior que uma cereja. Ele quardou a pequena flor no bolso da calça, saindo da estufa.

No caminho para a comunal, esbarrou-se com Saori, que parecia estar chorando. Mas a japonesa nem ao menos reparou nele. Ela andava como se estivesse hipnotizada, vegetando. Mattheo observou-a quando ela se sentou em uma poltrona ao lado de uma janela, suspirando. As lágrimas escorriam do rosto da garota silenciosamente, e ela rolava um anel na mão.

Mattheo decidiu ignorar, entrando na comunal e logo vendo Angel. — Você viu a Saori? - ela parecia preocupada.

— Ela está lá fora. - respondeu. A loira respirou, aliviada, voltando a atenção para ele. - O que ela tem? - ele pergunta, curioso.

Angel parece estar emocionada. — Hoje é vinte de janeiro.

Ele não entendeu, mas resolveu não perguntar também. Ela se virou para ele, sorrindo. — Oi. - sussurra, lutando com a vontade de beijá-lo.

Ele esconde um sorriso. Mattheo segura uma das mãos da garota, e a puxa pela comunal, indo até seu quarto. Ele fecha aporta e imediatamente cola seus lábios com os dela, que suspira. A cena da banheira aconteceu há cinco dias e, embora ele sempre consiga arrumar uma maneira de beijá-la, as aulas de Legilimência, a instabilidade emocional de Malfoy e o recente término de Saori e Cedrico, atrapalharam os planos dos dois de... queimarem um pelo outro.