Seu pai havia lhe mandado uma carta. A vida de sua mãe estava em risco pois Voldemort estava impaciente, de novo. Ele não sabia o que fazer. Não conseguia falar com Mattheo. Não, aquela era sua missão.
A crise de pânico o atingiu com mais força do que nunca, e ele mal havia entrado na sala precisa antes de começar a chorar e chorar. Ele sentia todo o peso caindo sobre seus ombros, estava tão exausto.
Tão, tão cansado.
Ele chorou, os soluços irrompendo de sua garganta, arranhando-a. Ele gritou; sabendo que a sala seria a prova de sons. Seu peito doía, uma dor física.
Ele chorou mais alto, tremendo entre os lençóis da réplica do quarto de sua mãe. O cheiro dela era um lembrete de tudo que ele colocava em risco.
Draco puxava a camisa de botões, tentando desfazer a gravata ou desabotoar, ele não sabia. Só não conseguia respirar; estava preso.
O desespero bateu quando suas mãos não se firmaram o suficiente para abrir um botar sequer. Ele começou a chorar ainda mais, com respirações curtas e fracas.
Draco tremia. O mundo se fechava ao seu redor, sua visão escureceu e ele não respirava e essa sensação de que morreria e estava caindo e...
Mãos firmes envolveram seu corpo em um abraço. Ele não registrou o cheiro, só a sensação acolhedora de estar sendo tranquilizado.
— Shhh... - Saori sussurrou. Ela havia o abraçado forte, a cabeça do loiro apoiada em seu peito enquanto ela se sentava na cama - Shhh...
Ele tremeu, aos poucos acalmando o choro. Sua respiração começou a estabilizar, mas lágrimas ainda escorriam por suas bochechas.
Ela lentamente afrouxou o aperto, descendo as mãos para a gravata verde que circulava o pescoço; arranhado, ela notou com tristeza. O desespero fora tanto que ele não percebeu o quanto havia machucado sua pele. A japonesa notou no sangue sob as unhas dele, a imagem de Angel em sua mente.
Saori desamarrou sua gravata, e abriu os primeiros botões da camisa. O peito musculoso despontando por baixo.
Ela assoprou o rosto dele, voltando a abraçá-lo. Ele havia se acomodado no abraço, encolhendo-se contra o corpo da garota e aceitando o cafuné.
Saori continuou a soprar, fazendo carinho no rosto suado. Ele fechou os olhos, inspirando fundo. Sentia o vento sobre seu rosto, gelado nas partes molhadas por lágrimas.
Ele engoliu em seco.
Por vários minutos, eles ficaram ali; Draco encolhido contra o corpo dela, em um abraço apertado. Ela acariciava suas costas e cabelo, soprando levemente seu rosto.
Ele se acalmou.
Ficaram em silêncio enquanto ele raciocinava, e uma parte de si implorou para que se afastasse e fingisse estar bem. Mas era tão bom... ser cuidado.
Era tão bom ter alguém para abraçar depois de cenas assim.
Ele suspirou, a voz soando rouca. — Pensei que me odiasse.
Havia percebido ser Saori ao ver as mãos cobertas por anéis. Ela riu fraco. — Ah, eu odeio.
Ele ficou em silêncio. — Por quê? - perguntou depois de tanto tempo, que ela havia pensado que ele adormecera.
Por quê?
Ela não sabia mais.
— No começo, porque você tratava mal minha irmã. - ela disse baixo, pensando - Mas eu peguei o ódio dela e transformei em algo meu. Sei lá.
"Mas aí, eu percebi hoje que grande parte do ódio dela vem de terceiros. Ela escuta tudo o que Harry Potter diz, e acredita. E tudo bem, eles são amigos. Mas eu não sou amiga do Potter, e sei o que ele fez com Angel. Ele mente pra cacete. Aí eu pensei... vai que grande parte do ódio dela vier dele?"
— Eu sou muito babaca com sua irmã. - ele admitiu, meio envergonhado.
Ela riu. — Você é. Mas... eu não sou ela. E mesmo se você fosse um assassino de cachorrinhos... não, eu deixaria você sofrendo se você matasse cachorrinhos. Mas... você não mata animais. Então eu não deixaria você ter uma crise sozinho.
Ele riu, criando forças para se afastar. Eles fizeram contato visual, ele observou todo o rosto da japonesa. Os olhos pretos como uma jabuticaba, e inclinados de uma maneira delicada. A pele macia, o rosto fino. O nariz redondinho.
Ela era... muito bonita.
Saori sorriu. — O que é esse lugar? - olhou ao redor. Draco seguiu os olhos da japonesa, encarando o quarto.
— A maneira da sala precisa dizer que eu preciso dela. - foi sincero.
— Dela quem? - ele sentia o olhar da japonesa sobre si.
— Minha mãe.
𑁍
Dêem seu voto! ★
Comente! ✍︎︎
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...