141 - Clã Nagasaki (Japão), 1997

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O salão estava lotado. Draco afrouxava pela centésima vez a maldita gravata rosada, engolindo em seco.

Blaise olhou para o amigo, rindo. — Calma, querido. Mais um pouco e você se enforca.

— Cala a boca, Zabini. - Theodore revirou os olhos com diversão.

— Mas ele tá certo, sabe. - Lorenzo encarou Draco de cima a baixo - Do jeito que ele está tremendo, não duvido que puxe demais e morra.

— Credo. - uma voz feminina falou atrás deles, e todos se viraram. Eles ficaram sem fôlego, assobios soando pela pequena sala.

Angel e Pansy estavam ali, como duas deusas que simbolizavam a perdição. Mattheo encarou a loira por completo três vezes. Uma em choque, a segunda para checar se ela era real e a terceira para absorver toda aquela perfeição.

A quarta foi para imaginar as coisas mais impróprias que faria com ela.

Lorenzo sorriu. — Vocês estão...

— Deslumbrantes? Sabemos. - Angel empinou o nariz, dando uma voltinha com um pequeno sorriso. Ela apontou para a alombar, onde um laço imenso estava ali - Tem um laço!

Mattheo piscou. — Angel... - ele falou como se estivesse sofrendo - Puta merda.

A loira riu. — O que foi?

Mattheo se aproximou dela, as mãos indo para a cintura fina da garota e puxando-a para mais perto. — Esse presente é para mim? Vou poder desembrulhar ele mais tarde?

Angel riu, apesar de ter se arrepiado pela voz grossa. Ela olhou para Pansy, fazendo um 'okay' com os dedos e piscando. A morena gargalhou. — Previsível!

Mattheo apertou a cintura da loira, que sentiu uma corrente elétrica descer pela coluna e incendiar o corpo todo. — E então, boneca?

Ela riu de nervoso. — O que você disse mesmo?

Mattheo sorriu de canto, esfregando o nariz pelo pescoço dela. — Vou poder abrir esse laço mais tarde e descobrir o que tem dentro?

Ela suspirou. — Sim. Por favor.

A tensão estava começando a ser palpável. O corpo da loira já se esquentava, e ela não se lembrava que seus amigos estavam ali. Mattheo esfregou o polegar pela cintura dela, beijando seu pescoço. — Boa menina.

— Ei vocês dois! Eu não curto voyeurismo, seus putos! - Blaise interrompeu-os, e Angel se afastou com uma risada sem graça e as bochechas mais coradas do que já
estavam.

Mattheo rolou a língua pela boca, revirando os olhos. — Cala a boca, Zabini.

𑁍

Haviam se passado vinte minutos desde que eles entraram no pequeno quarto. Eles estavam entediados.

Logo atrás do altar, no canto esquerdo, havia uma porta branca que se mesclava com a parede. Ela dava acesso à um quarto pequeno, mobiliado com poltronas e sofás confortáveis e um tapete branco felpudo.

Para entrar ali, além da porta que dava para o salão, havia outra que vinha do corredor de empregados da casa de festas. E foi por ali que eles vieram.

Angel estava com as pernas sobre o colo de Mattheo, os braços entrelaçados com os dele e a cabeça no ombro do moreno, enquanto conversavam baixinho. Lorenzo estava jogado em um sofá, e Theodore ocupava o outro lado do móvel. Blaise se esparramou em uma poltrona, e olhava para o teto. Pansy estava em outra poltrona - curiosamente longe do moreno, e checava os detalhes do vestido. E Draco andava de um lado para o outro, ansioso.

— Se você andar em círculos, talvez consiga abrir um buraco do chão até o Brasil. - Angel provocou, fazendo Draco parar. O loiro olhou para a amiga, franziu as sobrancelhas, e voltou a andar.

— Quando a gente for casar, você vai ficar assim? - ela perguntou para Mattheo. O moreno piscou, olhando para a garota.

— Você quer se casar? Comigo? - ele parecia desacreditado. Angel riu fraco, franzindo a testa sem entender.

— Claro que eu quero. Uma cerimônia enorme, com um vestido ridiculamente grande e muitas rosas brancas e damas-da-noite. E uma lua de mel no Havaí. Ou nas Maldivas, você pode escolher isso.

Ele não disse nada, ainda encarando a loira. Ela ficou encabulada, levantando a cabeça do ombro dele e encarando-o nos olhos. — O quê? Você não quer se casar comigo?

Ele piscou, chacoalhando a cabeça como se quisesse afastar os pensamentos. — Não é isso. Eu só... nunca pensei em casamento.

— Ah... - ela mordeu o interior da bochecha, insegura. Se ele não quisesse, e ela estivesse dando essas ideias, ele se sentiria pressionado né?

— Não é isso... - Mattheo falou ao ouvir os pensamentos da loira. Ela o xingou mentalmente, mandando-o sair de sua cabeça e fazendo ele rir - Não é que eu não queira me casar, boneca. Mas eu realmente nunca pensei nisso, então não sei das coisas que eu faria. Quero dizer, você já deve ter seus gostos... eu já não sei o que eu quero.

Angel mordeu o lábio inferior, levantando-se levemente e deixando um beijo nos lábios macios de Mattheo. — Temos tempo. Vamos ir com calma, e talvez eu te convença a colocar um aquário na entrada.

Ele riu. — Você quer um aquário na entrada do casamento? Por que eu negaria isso?

— Quero um aquário com minhocas.

— Ah. - ele franziu as sobrancelhas - Não, a gente vai ter que conversar sobre isso.

Angel gargalhou. — Estou brincando. Pode ser um aquário de peixes mesmo.

Mattheo entrelaçou suas mãos, beijando a da loira. — Eu vou começar a pensar sobre isso. Mas antes, eu preciso convidar você para um encontro, pedir você em namoro e foder você como minha namorada umas vinte vezes, só para você ter certeza de que é isso que você quer.

Angel gargalhou. — Posso aceitar isso por enquanto. Mas vinte vezes é pouco.

Mattheo sorriu de canto, beijando a testa da loira. — Então faremos trinta, sem contar com as vezes que eu for chupar você do jeitinho que você gosta.

Angel desmontou pela fala dele. — Mattheo.

Ele riu. — Eu te amo.

— Eu também te amo... - ela falou, e em seguida a porta que dava para o corredor se abriu.

— Vamos para o salão. Ela está pronta. - Micarlla disse ao entrar, atraindo a atenção para si e finalmente fazendo Draco sossegar no lugar.

Todos ficaram tensos.

— O que estão esperando?! Vão! - ela gritou, e saiu pela outra porta - a que dá para o salão.

Angel trocou olhares com Mattheo antes de se levantar, seguindo Draco, que foi o primeiro a sair.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora