96 - Mansão Riddle, 1996

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— Você precisa aprender, meu filho, que eu não gosto de lealdades falsas. Se você é leal à mim, ela não falhará. - Voldemort falou para Mattheo; lágrimas escorriam pela bochecha pálida do garoto.

Angel estava tremendo, acorrentada na mesa, e Mattheo estava amarrado em uma cadeira. Voldemort se aproximou de Angel, e o garoto tremeu. De ódio, medo.

O Lord observou a garota, que havia fechado os olhos e mordia o lábio inferior para evitar gritar. Os punhos dela estavam fechados com tanta força que as unhas já cortavam as palmas de suas mãos. Ela tentava afastar o medo, mas não conseguia.

Já havia associado esse lugar às memórias de Mattheo; aquela sala era a sala de reuniões, e a mesa em que estava acorrentada, era a mesa em que Mattheo era torturado, se a expressão de medo e a palidez preocupante do moreno fosse indicação.

Voldemort andou pela sala e Angel abriu os olhos, virando levemente a cabeça e vendo Mattheo ali. Ele chorava, magia mantendo ele preso na cadeira. O peito dela se partiu, e o desespero tomou conta dela ao perceber que não conseguiria evitar isso. Ela soluçou baixinho, voltando o olhar para o teto decorado com pinturas vitorianas, e chorou silenciosamente.

— As coisas teriam sido diferentes, meu filho. - Voldemort falou em algum lugar da sala - Se você tivesse me contado sobre nossa querida Angel, eu poderia ter feito dela uma Comensal, e vocês estariam juntos. Mas você decidiu me trair...

Mattheo sentiu o pai atrás de si. Uma mão esquelética tocou em seu ombro, causando arrepios e nojo no garoto, e o pai falou baixo. — Agora, eu preciso te punir. Você entende, é claro, que não posso deixar essa traição passar batido. Mesmo que você seja meu filho...

Mattheo fechou os olhos, tremendo ainda mais. Voldemort sorriu, olhando para Angel. — Assista, ou eu matarei a garota.

Mattheo ofegou, abrindo os olhos. Uma parte dele morreu quando Angel gritou sobre a maldição Cruciatus.

O corpo dela queimava, e doía tanto. Como se fogo e cacos de vidro escorressem por suas veias, queimando-a e rasgando-a de dentro para fora. Ela gritou com a dor invisível, o corpo suando frio.

Não sabia quanto tempo aquilo durou; mas quando acabou, ela chorava de dor e desespero, exausta sobre a mesa. Seu intervalo não durou muito. Outro tipo de dor encheu seu corpo, e algo quente escorreu por sua barriga enquanto gritava e gritava...

Mattheo gritou junto com ela, mas algo o impediu de emitir som. Ela estava se revirando na mesa por culpa da maldição Cruciatus em um segundo, e no outro, a barriga já marcada por cicatrizes foi aberta. O cheiro de sangue atingiu seu nariz, no momento que o líquido viscoso escorreu pela mesa e pingou no chão. Angel gritava de dor. Mattheo agonizava junto com ela.

Voldemort assistia a cena com uma felicidade doentia. Ele se aproximou do filho em passos calmos, prazer rodando por seu corpo quando viu o garoto tentando gritar; ele havia colocado um escudo de som ao redor do filho.

Voldemort sorriu, olhando para a pequena Potter. O corte profundo na barriga dela tinha vizinhos: agora, os braços, peitos e pernas carregavam cortes por toda sua extensão. Ela gritava em dor e agonia, e o Lord das Trevas estava amando a música.

— Você tem duas opções. - disse para o filho, que chorava e gritava. Mas Voldemort sabia que Mattheo estava escutando - Ou eu mato a garota. Ou você vai no lugar dela. O que você escolhe?

Mattheo não precisou pensar. Lendo os lábios do filho, Voldemort sorriu com vitória.

Me leve! Tire-a daqui e me leve!

Voldemort parou com os cortes. O sangue de Angel formava uma poça no chão; as roupas da menina estavam ensanguentadas, assim como os cachos dourados. Somente o rosto foi poupado dos cortes.

Ela estava semiconsciente. Olhou pela sala, o corpo inteiro ardia, e viu Mattheo ali. Ele chorava e parecia exausto quando Voldemort o fez levantar. Mattheo cambaleou em sua direção, caindo de joelhos no meio do caminho. Voldemort reprovou, dizendo algo antes de gesticular a varinha e Angel desmaiar.

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Seu pai havia ordenado que a levassem para um curandeiro. Um pequeno alívio momentâneo, que acabou em seguida quando ele pensou no que significava. Ela voltaria para aquela mesa.

Mattheo tremia na mesa, amarras invisíveis prendendo seu corpo ali. Voldemort o observou de perto, encarando com desgosto para os cabelos desarrumados do filho. — Você me traiu, Mattheo. Espero que entenda, que tudo o que faço é para seu bem.

Mattheo engoliu em seco, o pai sorriu fraco. — Mais algumas sessões, e você já vai ter entendido o que eu quero dizer. Fique tranquilo, me sinto caridoso o suficiente para perdoar você. Mas vai demandar tempo, é claro, e a garota não vai poder sobreviver.

Mattheo chorava, de ódio, medo ou tristeza, não sabia. Voldemort se afastou. — Um dia você vai me entender. - disse com pesar.

E o corpo dele queimou.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora