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Eles atravessaram o jardim de neve em silêncio. Os sapatos esmagavam o gelo branco do chão com um som abafado, enquanto os adolescentes e os outros seguiam até a sede do Clã Nagasaki. Ou também, a mansão onde Saori cresceu.
Angel olhou ao redor, contendo um arrepio. Aquele lugar era lindo, sim. Mas a energia dele era pesada e brutal. Não sabia como Saori conseguiu crescer em um lugar assim, embora explicasse muita coisa sobre o comportamento recluso da amiga.
As portas duplas da imensa casa japonesa estavam abertas, dando uma visão da imensidão de madeira e riquezas que havia ali. Todos os bruxos que haviam seguido o grupo ficaram para fora, enquanto Micarlla tirou os sapatos, calçando uma sapatilha de cetim branca, e os guiou para dentro.
Saori fez o mesmo que a mãe, com um movimento da varinha fazendo oito pares de sapatos de cetim preto aparecerem na frente de seus amigos. — Coloquem-os. - ela murmurou baixinho, calçando o próprio.
Micarlla havia parado no fim do corredor, esperando. Quando eles finalmente se ajeitaram, Saori seguiu em frente; o cheiro da madeira e da riqueza antiga de sua infância a deixando enjoada.
A mãe da garota virou à esquerda no corredor, parando de frente ao fusuma bordado com fios de ouro, que era a porta para o escritório de seu pai. O coração de Saori pesou ao pensar na avó. Quando era criança, ela amava olhar para os detalhes da porta e tentar ler as imagens. Ayame dizia para a garota que a arte contava a história da família.
Agora ela conseguia ler perfeitamente tudo o que estava escrito naquela porta. Mas não ficava feliz por fazê-lo. Sua avó não estava mais ali, e aquela casa estava vazia e morta.
Micarlla abriu o fusuma, atraindo a atenção de Saori quando entrou no escritório de Katsuo. A japonesa engoliu em seco duas vezes antes de respirar fundo e criar coragem, entrando no cômodo.
Seus amigos a acompanharam, um conforto em suas costas.
O pai estava sentado atrás da grande mesa, com pergaminhos e pincéis espalhados por ela. Haviam livros e documentos empilhados, o que trouxe memórias à Saori.
Nada havia mudado.
Ele estava com uma feição rígida. Não havia mudado tanto desde as últimas férias, mas algo em ir para lá com sua família, seus amigos junto a si, e apresentá-los para seus pais, mudava tudo.
Katsuo lançou um olhar observador para o grupo atrás da garota. Ela respirou com dificuldade.
— Amizades interessantes que você fez. - a voz grossa e envelhecida do homem soou. Saori evitou de se encolher.
— Otousan. - ela o cumprimentou.
Katsuo focou o olhar na filha, e disse em japonês. — Você não tinha motivos para ter fugido da escola. Por que seguiu essas más influências, e largou os estudos.
Era sério aquilo? Ela estava fugindo do maior bruxo das trevas há meses, atrás de sua melhor amiga e de sua família, e tudo o que aquele homem conseguia perguntar era "por que você largou a escola"? Isso era algum tipo de brincadeira?
Saori sentiu a raiva borbulhar dentro de si. — Me perdoe, otousan. Mas eu só fugi da escola, por que essas más influências, como você os chamou, haviam se sacrificado para proteger Naomi.
Ele não mostrou reação alguma.
— Por que me chamou aqui? - ela já não tinha mais energia para aquilo. Sempre era assim. Dois minutos em meio aos pais, e ela ficava drenada.
Ela odiava aquele lugar.
— Você é minha filha. Preciso dar atenção para você.
Em outras palavras; você é minha filha, preciso manter um olho em você para saber se não vai acabar com a reputação da família.
A garota segurou um revirar de olhos. — Certo. Mas nós estamos fugindo de você-sabe-quem. Trazer a atenção dele para o clã não é uma coisa muito inteligente, não acha? - ela afrontou o homem, vendo-o franzir levemente o nariz com desgosto.
— Respeito, Saori. - sua mãe avisou um pouco atrás de si.
Ela segurou a língua. Não era bom que se desentendessem logo de primeira. A garota mordeu o interior da bochecha, fazendo uma mesura profunda. — Peço perdão.
Katsuo a observava com superioridade quando ela ajustou a postura. — Sabemos dos riscos. Mas decidimos que valeria a pena.
— Por quê? - ela começou a estranhar.
Katsuo olhou para seus amigos, atrás de si. O olhar dele focou em alguém próximo à Saori, e ela observou com a visão periférica.
— Você é Angel Potter? - perguntou em inglês.
A loira ficou rígida perto de Saori. — Sim.
O homem olhou para os outros adolescentes. — Um grupo interessante de amizades. Angel Potter, Mattheo Riddle, Draco Malfoy... - completou com certo prazer.
Saori sabia que algo não estava certo apenas pelo tom de seu pai.
— Podemos resolver a situação de uma vez por todas, certo, Lucius?
Foi quando uma figura alta surgiu por trás de uma porta anexa à sala. Lucius Malfoy sorriu como o diabo ao responder. — Sim.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...