77 - Hogwarts, 1996

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O choque foi coletivo. Uma onde de exclamações e 'ah!' irrompeu de todos que os cercavam. Angel empalideceu.

Harry pareceu perceber o que havia feito, mas não se abalou muito. — Pois é, meus queridos amigos. A traidora de sangue, Sonserina e conspiradora contra mim, Angel Fallen, é, na verdade, Angel Potter. Minha irmã. - se vitimizou, encarando a loira com ódio e nojo - Dormiu com o inimigo só para me atingir. Você é do nível mais baixo das prostitutas.

Harry Potter não viu o soco, então foi direto para o chão quando o punho de Mattheo encontrou sua boca. — Não fale assim da minha garota, seu pedaço de merda. - grunhiu.

Harry gargalhou, ainda no chão. — Oras, defende essa sangue-ruim como se ela fosse uma joia rara. - provocou - Escravo de uma buceta, Riddle?

Outro soco, e dessa vez vindo de Draco, que até então, estava assistindo de longe. — Eu vou matar você. - ele sibilou, e algo como medo correu pelos olhos de Harry.

— O que está acontecendo aqui?! - a voz de McGonagall fez com que os alunos se dispersassem. Harry olhou com ódio para Draco, Mattheo e Angel, e se levantou com um suspiro.

— Nada, professora. Já resolvemos. - e lançou um último olhar para os três antes de sair mancando.

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Medo corroía o corpo dele. Harry Potter, aquele egoísta, havia se deixado levar pelo calor do momento e agora a vida de Angel poderia estar em perigo.

Era questão de tempo agora; até seu pai descobrir sobre a nova integrante da família Potter.

Mattheo tremeu levemente. Mas agora não era momento para que ele surtasse. Angel estava muito mais abalada. A cor havia se esvaído do rosto da loira, e ela parecia ter entrado em um estado de choque intenso.

Draco apenas lançou um olhar preocupado em sua direção antes de guiá-los para trás de um grande quadro, um corredor escuro das passagens secretas surgindo.

— Vamos evitar olhares. - ele sussurrou - Vou buscar o pessoal. Leve-a para alguma das salas.

Draco correu para o lado oposto que eles iam; Angel mal parecia capaz de andar, então Mattheo a pegou no colo; um braço abaixo das coxas e o outro envolvendo seu corpo, levando-a para o mais perto possível dele.

Ela estava tão quieta.

Mattheo desceu as escadas, virou em corredores e, nesse meio tempo, pensava em maneiras de matar o irmão da loira.

Aquele desgraçado.

Ele entrou em uma das dezenas de portas que haviam naquela câmara; uma sala de jogos. Deixou a porta aberta para que o pessoal os encontrasse, e apoiou Angel em um sofá de couro antigo e marrom-avermelhado. Ela se deitou, ainda pálida como a lua e silenciosa como a noite.

— Linda, fala comigo. - a voz de Mattheo era cautelosa e preocupada - Vai ficar tudo bem.

Ela mal piscava.

Harry havia exposto ela para Hogwarts. Ela sempre sonhou com o dia que faria isso, mas queria fazer isso sozinha. O pior nem foi a oportunidade que seu irmão tirou de suas mãos; não, foi tê-la acusado de traição quando ele cometeu uma ainda maior.

Bastava daquilo.

De Harry ditar sua vida. De Harry tirar-lhe e aplicar-lhe sua própria identidade. De Harry ser o centro da sua vida pois ela precisava pisar em ovos quando o assunto era seu irmão.

Já havia ido longe demais.

O que eles iriam pensar, o que iriam falar sobre ela, o que Voldemort faria...

— Angel.

A voz acordou ela daquele lugar flutuante em que se encontrava, dentro da própria mente.

— Princesa.

Doía. Algo naquela voz doía nela.

Mas ela ainda estava tão distante...

— Meu amor.

Ela não registrou aquelas palavras, mas ao menos voltou para seu corpo. Angel piscou. Mattheo estava agachando diante de si, com olhos velhos demais para seus 17 anos. Ele suspirou quando ela se levantou, sentando-se.

O moreno a abraçou, inspirando seu cheiro profundamente e tremendo de leve. — Você está bem?

Se ela estava bem?

Não.

— Acho que sim. - respondeu, sua voz não parecia sua. Mattheo se afastou, uma mão indo para a bochecha da garota, fazendo um carinho.

— Certo. - mentirosa. Mattheo via em seus olhos que ela não estava nem um pouco bem. Angel inspirou fundo, a respiração falhando como se tivesse chorado.

— Onde estamos?

Mas passos soaram do corredor e Mattheo olhou para a porta. Draco apareceu, suspirando aliviado. — Eles estão aqui. - gritou para o caminho que vinha. Ele entrou no quarto com cautela, como se a loira estivesse a ponto de quebrar.

Logo, atrás dele vieram mais corpos, a luz fraca daquela sala só os iluminava quando eles entravam no cômodo. Pansy, Saori, Zabini, Berkshire e Nott entravam.

Saori correu e abraçou a amiga. — Eu vou acabar com seu irmão, Angel. - ela sibilou, e a loira notou que nunca havia visto a amiga com tanto ódio assim - Ele não tinha esse direito.

Não, Harry não tinha.

Era o nome dela. A vida dela.

Mas quem era ela, quem era Merlin perto do grande Harry Potter?

Angel riu baixinho, se forçando a fazê-lo. Mattheo a observava com preocupação e carinho no olhar.

Ela olhou para os amigos; Blaise, Theodore e Lorenzo pareciam preocupados e perdidos. Certo, eles não sabiam de nada.

Angel respirou fundo. — Sentem-se. Vou contar uma história.

— História? Agora? Mas Angel... - Pansy exasperou ansiosa. Mas a loira ergueu uma mão, sem muita energia. A morena se calou.

— Sentem-se.

Eles trocaram olhares entre si antes de se espalharem pela sala. Pansy sentou-se no chão. Draco apoiou-se na cadeira que Saori havia sentado e Mattheo se sentou ao seu lado. Blaise foi para uma cadeira mais distante, que ficava em frente à mesa de sinuca - onde Nott se sentou, e Berkshire ficou de pé, encostado na parede.

Angel tomou um longo fôlego.

— Era uma vez, Lily Potter e James Potter. Eles são os pais de Harry Potter e... os meus.

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora