85 - Hogwarts, 1996

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Por incrível que pareça, eles estavam reunidos no quarto de Angel, Saori e Pansy.

A última gargalhava e gritava uma música de um jeito desafinado, enquanto pulava na cama da japonesa. Uma garrafa pela metade servia de microfone para ela.

Blaise acompanhava a cantoria no chão, dançando esquisito e rebolando. Theodore Nott e Draco estavam escorados contra a cama de Angel, observando Zabini e seu show enquanto bebiam da pilha de garrafas que havia ali.

Saori comia das castanhas que eles haviam pego como petisco, deitada de lado no tapete felpudo e sorrindo de leve.

Angel encarava Lorenzo e Mattheo, esperando quando eles jogariam de novo.

O grupo havia encontrado a loira e o Riddle quando já voltavam para a comunal; as mãos sujas de terra. Então, atacaram a adega que mantinham no andar secreto da Sonserina, pegando quantas garrafas pudessem carregar.

Metade já estava acabada.

— Estamos jogando aquele treco de não piscar? - Lorenzo sorriu, encarando Angel. Ela arregalou os olhos, mordendo os lábios para evitar rir. Berkshire riu fraco antes de apoiar os cotovelos nos joelhos e encarar a loira.

Mattheo apenas a observava. Ela era tão linda...

— HAH! - ela gritou, pulando de onde estava - Piscou, seu merda!

Lorenzo riu, revirando os olhos indignado. - Você soprou em mim! Queria o que? Trapaceira do cacete.

Angel deu de ombros. — Os fins justificam os meios.

Saori, que havia se aproximado, gargalhou baixinho. — Sonserina.

Angel piscou com um biquinho, fazendo uma pose orgulhosa. — Preciso representar minha casa. Mesmo que seja trapaceando. - e piscou para Lorenzo.

Mattheo segurou o sorriso, jogando a carta que segurava. Angel olhou para ele com o queixo caído. — Seu merdinha. - ela sibilou, fuxicando suas cartas e jogando um Às de Copas. Angel sorriu como um gato que havia comido um canário de café da manhã - Pena que perdeu para a vadia aqui.

Lorenzo choramingou, jogando as cartas para cima. — Eu desisto de jogar com vocês.

Ele havia perdido todas as vezes. Angel estava ganhando de Mattheo por duas rodadas.

A loira deu de ombros, levantando-se e indo até onde Pansy ainda cantava. Angel subiu na cama, pulando junto com a morena que abraçou seus ombros.

A garota pegou uma escova de cabelo que estava sobre o criado mudo de Saori. — Quero cantar outra coisa.

Pansy parou, e Zabini, que a acompanhava na cantoria, ofegou do chão. — O que quer cantar, loirinha?

Angel pensou e pensou, sorrindo em seguida. Mattheo pensou consigo mesmo que era o sorriso mais lindo que ele já havia visto. Ela levou a escova para perto da boca, e começou. — I come home in the morning light. My mother says, when you gonna live your life right?

Pansy gargalhou, acompanhando o ritmo. — Oh momma dear, we're not the fortunate ones!

Saori se aproximou, a timidez ficando de lado quando tomou a garrafa quase vazia das mãos de um Draco tonto pela bebida, pulando na própria cama e se juntando com as amigas. — And girls, they wanna have fun!

Elas estavam pulando e gargalhando, ainda mais quando Blaise encontrou uma tiara na penteadeira, com um laço enorme e vermelho, colocou na cabeça e pulou na cama. — Oh girls just wanna have fun!

— The phone rings in the middle of night, my father yells! - Angel gritou desafinada, gargalhando.

— What you gonna do with your life? - Pansy completa, levando a garrafa que usava como microfone para perto da boca de Saori, que gritou a resposta.

— Oh, daddy dear, you know you're still number one!

E Zabini pulava e rebolava, jogando o cabelo imaginário pelos ombros. — But girls, they wanna have fun! Oh, girls just wanna have-

— That's all they really want, some fun! - quem cantou daquela vez, foi Lorenzo. Zabini desceu da cama, gargalhando ao abraçar o ombro do amigo e segurar sua garrafa entre os dois, como se compartilhassem microfone.

— When the working day is done! Oh, girls, they wanna have fun. Oh, girls just wanna have fun! - eles cantaram, dançando desajeitadamente.

Angel chacoalhava os quadris em uma dança enquanto cantava a melodia. Mattheo assistia em silêncio, hipnotizado pela dança da loira. Era inocente e despretenciosa, mas de qualquer maneira...

Ela estava tão linda.

Draco se sentou ao lado do moreno, Theodore ficou onde estava, abrindo mais uma garrafa.

As meninas gargalharam quando Lorenzo e Blaise cruzaram os braços e passaram a girar e cantar o refrão.

— Está muito silencioso. - Draco falou baixo. Ninguém estava prestando atenção neles, mas mesmo assim, Mattheo ficou rígido ao lado do loiro.

— Eu sei. - ele respondeu tenso. Sim; estava tudo muito quieto.

Nenhum sinal de seu pai. Nenhum sinal de sua ira. Nenhuma exigência sobre a invasão de Hogwarts e a morte de Dumbledore.

Mattheo tentava ignorar esse silêncio, mas a quietude gritava cada vez mais alto em sua cabeça. Talvez fosse paranóia, mas isso não era normal.

— O que vamos fazer? - Malfoy perguntou, olhando para a bagunça que acontecia sobre a cama de Saori. Ele levou uma garrafa de whiskey de fogo até a boca, fazendo uma careta para a ardência quando a bebida desceu pela garganta.

Mattheo pensou um pouco, a mente gritando por Angel.

Angel, Angel, Angel.

Ele não poderia baixar a guarda. Porque sabia do que seu pai era capaz.

— Vamos nos preparar para o pior.

𑁍

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora