86 - Hogwarts, 1996

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Quando ela acordou, o corpo todo doía. A parede de vidro que refletia o lago estava escura, indicando que ainda era de madrugada.

Ela sentia a cabeça pesada, uma indicação da ressaca. Sua garganta ardia pela bebida, e seu corpo doía porque...

Porque tinham braços e pernas sobre ela.

Saori grunhiu, empurrando o corpo de Pansy e Zabini, que dormiam sobre si. Lorenzo também estava sobre a cama de casal da japonesa, mas descansava quietinho no canto.

Angel estava em sua cama, abraçada com Mattheo que encarava a loira.

Saori se levantou, suspirando ao se ver livre do peso dos amigos. A cabeça do Riddle se virou para ela. Ele acenou levemente, voltando a atenção para Angel em seguida.

Saori os encarou por um momento. Angel abraçava o moreno, a cabeça aninhada no peito dele e os braços ao redor do corpo musculoso. A loira estava tranquila - mais tranquila que jamais havia sido. Mattheo corria os dedos pelos cachos bagunçados dela, que se espalhavam pelo travesseiro.

Ele encarava ela como se Angel fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Estudava o rosto da loira com um carinho de partir o coração, e foi ali que Saori percebeu o quanto Mattheo Riddle amava Angel Potter.

Ela andou pelo quarto em passos silenciosos, indo até o banheiro e fechando a porta. Ela procurou a varinha entre as roupas amassadas do uniforme, murmurando ao se lembrar que havia deixado ela dentro da gaveta do criado-mudo.

Estava um breu e ela não tinha como acender as velas.

A japonesa tateou pelo banheiro até o armário, agachando para alcançar a última gaveta. Fuxicou lá dentro, os ruídos dos objetos era ouvido. Finalmente, seus dedos envolveram uma pequena caixa.

Saori abriu, pegando um palitinho de fósforo e passando pela lateral áspera da caixa, o fogo queimou com um ruído. Ela se aproximou da vela grossa perfumada que Pansy mantinha sobre a prateleira do espelho, acendendo-a. O cheiro de baunilha queimou.

Ela pegou no vidro da vela, virando-se para a banheira no intuito de acender as muitas velas que ficavam na borda da janela, e pulou ao ver Draco deitado ali.

Ele a encarava, cinco garrafas vazias caídas dentro da banheira onde ele estava deitado, e uma em sua mão. O loiro ergueu o vidro em um cumprimento silencioso.

Ela se aproximou, queimando o pavio de mais algumas velas antes de apoiar a vela perfumada de Pansy de volta na prateleira do espelho.

Draco apenas a assistia; o fogo fraco que queimava definia a silhueta da japonesa.

Saori voltou para ele, sentando-se na borda da banheira. Ele ergueu uma garrafa que estava meio escondida na lateral de seu corpo, e entregou para ela. Ela negou. — Já estou rodando.

Ele sorriu fraco antes de virar o gargalo da boca novamente. — O que você está fazendo aqui? - ela perguntou, correndo o dedo pela porcelana da banheira para evitar o olhar dele.

Ela sempre ficava envergonhada com o olhar dele. Ele a encarava como se ele estivesse faminto, e ela fosse um prato de comida cinco estrelas.

Ele olhava para ela como se lembrasse de cada detalhe da noite anterior.

Draco engoliu a bebida, queimando. — Eu queria ficar sozinho. - a voz saiu rouca. Ele claramente estava alterado.

Saori se empertigou, mordendo o interior da bochecha. — Desculpa. - e fez menção de se levantar. Mas o loiro segurou seu pulso, descendo o aperto para a coxa exposta pela saia da japonesa, indicando que ficasse.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora