123 - Mansão Nagasaki, 1997

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𑁍

Ao mesmo tempo que ele sentiu o coração se estilhaçar no peito, ele sentiu a felicidade de vê-la. O alívio por ouvir sua voz e a sensação de que estava voltando à vida.

Angel terminou de subir a escada, aproximando-se com passos lentos e cautelosos. O coração dela pulava no peito, de ansiedade, felicidade e amor. Tanto amor.

Ela sorriu fraco, temendo que fosse uma pegadinha de sua cabeça. — Oi... - falou baixo, parando há um metro dele. Mattheo fechou os olhos, apreciando o som da voz dela. Em seguida, ele respirou fundo, quase gemendo ao sentir o cheiro de sua garota.

Chuva, dama-da-noite e maresia.

Era como se ele estivesse em casa de novo.

Angel observou o moreno com preocupação. Ele parecia tão abatido e cansado quanto ela. Havia bolsas pretas abaixo dos olhos dele, as bochechas estavam magras e as maçãs do rosto, angulosas. Os lábios estavam mais finos, e os olhos tão sem vida...

— Você... quer entrar? - ela perguntou, receando que ele fosse em bora mais uma vez. Mas ele, para sua felicidade, fez que sim com a cabeça e ela abriu a porta com um sorriso. Angel entrou primeiro, segurando a porta para que ele entrasse e inspirou fundo quando Mattheo passou ao seu lado. Algo em seu peito se afrouxou ao sentir o cheiro dele; cigarros, rosas brancas e algo a mais.

Ela ofegou, fechando a porta e se virando para ele. Ele estava tão lindo que doía, apesar do rosto exausto. Vestia uma camisa de manga curta branca e calça jeans folgadas, com um tênis preto nos pés. Claramente, quem escolheu as roupas foi Zabini, Angel percebeu com humor.

Ele a observou; um vestido leve e branco, pois dentro da casa há aquecedores contra o inverno. Sandálias também brancas nos pés, e... o relicário no pescoço. O ar foi arrancado de seus pulmões.

Angel sorriu fraco, o coração estourando no peito ao indicar para ele que se sentasse na poltrona macia e detalhada que havia ali. Ele foi, em silêncio, e ela ocupou a outra poltrona, separada dele por uma pequena e redonda mesa de chá.

Ela observou para ele, mordendo os lábios, com o coração e a ansiedade disparados.

Ele estava ali para conversar com ela? Ou talvez... ele terminaria com ela?

Estava ali para dizer que ainda a ama? Ou será uma despedida, e ele nunca mais irá voltar?

Angel engoliu em seco, com medo. Tanto tempo sem vê-lo...

Ela o amava tanto.

Mattheo desviou o olhar da mesa, finalmente encarando aquelas orbes cor-de-mel que ele havia passado a amar. Seus amigos tinham razão. Ela estava tão magra, fraca e quebradiça. Apresentava as mesmas olheiras que ele; olhos tão inchados quanto, e uma expressão ansiosa e triste.

Ele reparou quando Angel engoliu em seco. — Diga alguma coisa. - ela sussurrou, com medo de que, se falasse alto demais, ele iria embora - Por favor, diga alguma coisa.

O peito de Mattheo doeu em níveis inimagináveis de sofrimento. — Oi, Angel.

Ela riu de alívio, lágrimas enchendo seus olhos. — Oi, Mattheo.

Ele encarou ela, com dor, amor e remorso e vergonha. — Eu senti sua falta. - decidiu ser sincero, a voz embriagando - Eu senti tanto a sua falta.

Angel não segurou as lágrimas quando elas começaram a escorrer. Ela soluçou, fechando os olhos e deixando a cabeça cair sobre as mãos. O peso das palavras dele, de ouvi-lo...

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora