87 - Hogwarts, 1996

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Os dedos dele traçaram seu corpo nu com um carinho novo para ambos. Mal tocava sua pele, mas ao mesmo tempo, tocava tudo.

A boca dele beijava levemente seu pescoço, e ela inclinava o quadril em busca de mais contato. A tensão era palpável entre os dois.

Seu corpo prensado contra a parede fria, os seios eriçados pelo ar gelado. A língua dele correndo pelo tendão e chupando.

Ela se arrepiou.

Suspirou quando a mão esquerda apertou sua cintura com um pouco de força; o toque incendiando ainda mais seu corpo.

Havia algo diferente ali. Por mais que quisesse, ela não conseguia abrir os olhos. Estava tão imersa em sensações que não conseguia olhá-lo. Mas sentia o peitoral exposto dele sob suas palmas, as unhas arranhando cada gominho do tanquinho.

Ela suspirou. O coração apertou quando os lábios dele se encontraram com o seu, e foi quando ela percebeu o que estava diferente.

Eles estavam prestes a fazer amor. Não transar ou foder ou seja lá o que fizessem. 

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Mattheo estava silencioso quando Angel acalmou a respiração e olhou para ele. Havia acordado após um sonho erótico com o moreno, e ela queimava. Sentia o ponto quente entre suas coxas cada vez mais pulsante.

Mattheo olhou para ela, sem realmente vê-la. O coração retumbava nos ouvidos. Ele acordou antes de todos, e ficou assistindo a loira dormir antes que ela começasse a se remexer demais. Então, usou a Legilimência para ver com o que ela sonhava, e não soube o que fazer.

Ele se assustou em ver aquilo. Aquele novo tipo de contato íntimo, que não envolvia somente os corpos mas a alma também.

Será que estava pronto para algo daquele jeito? Será que sequer podia sentir algo assim?

Mas saber que Angel havia sonhado com aquilo, que ela queria aquilo...

Amor.

Não, ele não sabia o que era amor. E era melhor não começar com essas merdas justo naquele momento. Não quando seu pai andava tão quieto.

Porém, independentemente da cabeça estar a mil, ainda havia sido um sonho erótico. E ele sabia que, assim como ele, Angel estava se quente. Se a forma com que se remexia fosse uma indicação.

Ele se endureceu sob as cobertas. Angel Potter sonhou com ele. E, mesmo que no sonho ela não fosse tão deliciosa quanto é na vida real, ainda era ela.

— Mattheo... - ela falou, a voz fraca pelo desejo que ele sabia que ela sentia - Podemos ir para seu quarto?

Pansy, Zabini, Berkshire e Nott ainda dormiam espalhados pelo quarto. Os três primeiros se espremiam para ficarem em cima da cama de Saori.

Mattheo olhou para a loira; já começava a entender o corpo dela. Quando Angel ficava excitada, ela lutava para manter a respiração controlada, os dedos ficavam inquietos brincando com o tecido de sua roupa, e ela piscava lentamente ao olhar para ele.

Ela fazia todos os três.

As bochechas coradas, os olhos grandes e castanhos piscando para ele com uma inocência inexistente, a movimentação das pernas abaixo das cobertas. Ele sabia que, se levantasse aquele edredom, veria as coxas dela se espremendo uma contra a outra numa tentativa falha de conter o desejo dela.

E ela pulsava.

Encarava o rosto de Mattheo, que estudava seu corpo hipnotizado. O olhar dele sempre a fez queimar. Agora não seria diferente.

Ele sorriu de canto, e Angel já havia percebido no pequeno relevo abaixo das cobertas. O comprimento duro dele...

Ela ofegou.

Mattheo levantou-se e saiu do quarto. Angel seguiu atrás dele com pressa.

Ela sabia que, se ele olhasse para ela naquele momento, a comeria naquele corredor.

Será que um dia passaria? Essa fome que eles tinham? Como se nunca fosse contato o suficiente?

Ele entrou no quarto e fechou a porta.

𑁍

Cedrico Diggory estava dentro da comunal da Sonserina.

Mas nenhuma daquelas cobras conseguia vê-lo.

Havia pedido emprestado para Harry Potter, a capa de invisibilidade. Tinha um plano em mente.

Saori era uma pessoa de rotina. Hoje era quinta-feira, e isso significava que ela acordaria bem cedo para ir treinar em frente à floresta proibida, antes de voltar para o dormitório, tomar banho, ir para o refeitório e fazer o desjejum, e por fim as aulas.

Então, seu plano era bem simples. A japonesa acordava por volta das cinco da manhã nas quintas-feiras. Que adolescente acorda este horário por pura e espontânea vontade?

O que significava que ela seria a única de pé na escola toda. Além dele, é claro.

Havia conseguido com um aluno da Lufa-Lufa uma poção do amor em pó. Essas coisas eram ilegais, mas ele realmente não se importava.

O plano era assoprar a poção sobre ela assim que ela descesse, e tirar a capa de si, sendo o primeiro rosto que ela veria.

Então ele esperou e esperou.

E esperou.

E esperou.

E esperou.

Até que as cinco da manhã fossem seis, e alunos já começassem a acordar. Até que ficar sentado em uma das muitas poltronas caras e chiques não fosse mais opção, e ele precisasse se escorar contra uma pilastra e sentar no chão frio.

Ele começou a ficar impaciente.

Olhou para o relógio de pulso mais uma vez, começando a se preocupar. Ela nunca alterava a rotina, nem mesmo para ele. O que havia acontecido?

Ele tinha feito merda, ele sabia. Mas ela estava se superando na provocação ao sair com Draco Malfoy, e ele não deixaria isso quieto.

Passos desceram das escadas, e Angel apareceu ali, de braços dados com Mattheo Riddle e um rosto corado. Diggory revirou os olhos.

Traidora de sangue.

Mas ao mesmo tempo, começou a se desesperar. Onde estava Saori?

Até que seu sangue gelou quando a japonesa desceu, com a porra da mão no ombro de Draco Malfoy enquanto gargalhava.

Vamos, Saori. Eu não estou na sua frente, pode parar de fingir.

Ela veio conversando com o loiro até sair da comunal. Cedrico os seguiu.

A dupla caminhou um pouco atrás de Angel e Mattheo, esses, recebendo olhares de todos em Hogwarts. Mas não pareciam se importar.

Mas Cedrico estava com sorte. Saori e Draco viraram para um corredor que estava praticamente vazio, se não fosse por duas alunas do primeiro ano na outra ponta. Isso.

Ele apressou o passo, ultrapassando-os. Só tinha uma chance.

Em um movimento rápido, ele destampou o frasco com o pó rosado e brilhante, e assoprou por uma frecha minúscula que permitiu se abrir na capa, fazendo com que uma chuva brilhante caísse sobre Saori.

Ela parou no lugar, piscando.

Cedrico tirou a capa.

Mas não foi para ele que ela olhou.

Não.

Draco Malfoy havia puxado o queixo da japonesa com um sorriso sonhador. Ela olhou para ele e os olhos brilharam.

Foi quando Cedrico notou o brilho cor-de-rosa sobre o cabelo do loiro.

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora