Draco e Zabini estavam ao lado de Mattheo enquanto seguiam pelo corredor para a aula de história da magia. Blaise comentava sobre uma garota que ele havia comido, mas Mattheo não poderia ligar menos.
Cruzando o corredor, Draco se retesou ao ver Harry Potter e seus cães parados na frente da porta da sala. Mattheo suspirou, já sabendo o que aconteceria.
— Potter. - Draco caçoa, seu sotaque mais forte - Ainda não cansou de bancar o herói?
Harry Potter, imerso em uma conversa com Hermione Granger, que anotava coisas em um pergaminho, virou-se para eles. Seu rosto de desprezo encarou o grupo, checando-os de cima a baixo. — Malfoy. Não cansou de ser um idiota?
Draco revirou os olhos, se divertindo. Ele se aproximou de Potter cada vez mais, o Weasley e a Granger já se preparando para uma luta.
Draco e Harry cochicham algo que Mattheo não consegue ouvir, mas ele percebe a hostilidade de ambos só pela expressão facial. Potter empurrou o peito de Draco que cambaleou para trás, corando de raiva.
O loiro partiu para cima, socando o rosto de Potter com uma força que o fez cair. Ele cuspiu sangue no chão, levantando-se com os olhos queimando em ódio. Potter socou o abdômen de Draco, que se curvou sem ar, mas se recuperou rapidamente, dando em Harry outro soco no rosto.
Eles caíram no chão, rolando para acertarem o rosto um do outro. A sobrancelha de Draco está cortada, um filete de sangue escorrendo por sua pálpebra direita; a maçã do rosto de Potter está começando a inchar, avermelhada.
Draco está por cima agora, seu punho descendo ritmadamente na boca do moreno, seus óculos caíram há muito tempo no chão. Quando o loiro levanta o braço por tempo demais, Mattheo percebe que ele estava acumulando forças para causar ainda mais dano, e decide intervir.
— Basta. - sua voz sai rouca e baixa. Draco hesita na mesma hora, dando espaço para Harry socá-lo uma última vez, e se arrastar para longe. Mattheo ajuda Draco a se levantar com um puxão, Blaise entregando ao loiro um lenço para que se limpe. Mattheo repara nos alunos que estavam amontoados ao redor da cena, assistindo a briga. — Acabou. Vão para a sala. - ordena, e a multidão aos poucos se desfaz.
Hermione está agachada ao lado de Harry, passando algo em seu rosto ensanguentado e, após desviar o olhar deles, Mattheo repara pela primeira vez em Angel, que intercala o olhar entre Potter e ele. A menina suspira, e sai correndo pelo corredor.
Que garota estranha.
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Draco encara Mattheo pelo espelho, o vermelho-escuro do sangue que secou há muito tempo parece deixá-lo ainda mais pálido. Seus olhos estão arregalados, as mangas da camisa branca estão arregaçadas; a água escorre por suas mãos, limpando os resquícios de um corte. Seu reflexo não desvia o olhar do moreno. Ele engole em seco, desligando a torneira e virando-se para o amigo. Seca suas mãos com uma toalha branca e finalmente diz algo, com o olhar baixo. — Como sabe?
— É para eu te ajudar.
— Não! - sua voz aumenta um tom, mas ele fraqueja. Lágrimas estão se formando em seus olhos e sua boca está trêmula - Você não pode, você... você não entende... Ele disse... Disse que vai matar minha família se eu não fizer o trabalho. É a única chance que eu tenho, Mattheo. Ele deu essa oportunidade para mim, eu...
— Ele acredita que você falhará, Draco. - Mattheo o interrompe, seco - E se você realmente falhar, alguém precisa estar lá para limpar sua sujeira. Se nós dois falharmos... - ele engole a saliva que não estava em sua boca. Bile subiu por sua garganta e ele não consegue engolir - Se nós dois falharmos, a morte vai ser melhor que a decepção dele.
Ele soluça, voltando a olhar para a pia. Enxágua o rosto com um pouco de água e respira fundo, ainda tremendo. Mattheo esconde as mãos, que tremem como as dele, dentro do moletom. Respira fundo, acalmando a mente quando pressiona a unha do dedão contra a carne do indicador, sentindo a pele rasgar com força. Demora um pouco, pois ele sempre mantém as unhas lixadas e redondas. Para essas ocasiões, especialmente. Para doer mais.
O loiro voltou a encará-lo. — Você já fez isso, não é? - pergunta, a voz falha não combina com Draco Malfoy - Já... matou alguém.
As memórias de toda a infância de Mattheo o atinge como um soco. Todas as vítimas, todo o sangue. A mulher e o bebê. Ethan. Todos os bruxos que caíram com sua varinha, enquanto ele mentia para si mesmo, dizendo que tudo ficaria bem.
Mentiras.
Eu não sou um monstro, não sou um monstro, não sou como meu pai.
Ele solta o ar que não percebeu segurar. — Se você pensar... Se pensar que eles poderiam estar sendo torturados, vai ser mais fácil. Existe um momento, durante a tortura, que é pior do que qualquer coisa. A morte é uma sorte nesses momentos. - ele olhou para Draco, vendo de relance sua imagem abatida no espelho - Acredite em mim, a morte é o melhor para eles, se estiverem no caminho de Voldemort.
É um segredo de Mattheo; que, às vezes, ele queria ser sortudo o suficiente para isso. Queria poder morrer, de novo e de novo, se isso significasse não ver aquela mesa novamente.
Os olhos de Malfoy ficaram desfocados, até que ele inspirou fundo. — Eu tenho um plano.
Mattheo sorri de canto, voltando com a máscara superficial de anos e mais anos de fingimento. — Vamos foder com essa merda toda.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Hayran Kurgu⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...