142 - Clã Nagasaki (Japão), 1997

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𑁍

Embora o salão estivesse cheio, o local estava mortalmente silencioso. A maior parte do Clã Nagasaki se apresentava ali, os traços asiáticos sendo interrompidos apenas por Lucius Malfoy. Ele, além dos padrinhos de casamento, era o único do ocidente presente.

Draco estava tremendo. Ele sentia o coração retumbando no peito, a respiração acelerada e suor escorrendo pelas costas. A qualquer momento. Ela entraria a qualquer momento.

Katsuo e Micarlla, além de Lucius, estavam na primeira fileira. Três pessoas para cerca de dez cadeiras enfileiradas - de cada lado.

Os patriarcas encaravam o loiro com rigidez. Katsuo não deixava nenhuma emoção ultrapassar por seu rosto sério, mas o Malfoy demonstrava orgulho, repulsa e prazer, tudo ao mesmo tempo.

Draco respirou fundo, olhando de soslaio para os amigos. Blaise, Mattheo, Lorenzo e Theodore estavam à sua esquerda, enquanto Angel e Pansy, à direita. Elas estavam absurdamente lindas com aqueles kimonos rosa, a maquiagem que realçava perfeitamente seus traços mais bonitos, e uma expressão de superioridade. Elas parecem ter combinado o rosto de poucos amigos: encaravam a multidão com desprezo e arrogância, dando-lhes um ar de importância.

Draco sentiu Mattheo em sua mente, virando-se para olhar o amigo em uma imagem dentro de sua própria cabeça. Mattheo estava ao seu lado, embora fisicamente ele continuasse onde estava.

— Angel disse para você mordiscar os lábios, porque você está pálido como um cadáver.

Draco riu fraco, e em um lugar distante em seu corpo físico, ele mordeu levemente a boca.

Mattheo sorriu levemente, e suspirou. — Você está nervoso?

— Porra, óbvio. - Draco riu, revirando os olhos e tentando afrouxar a gravata, mesmo que estivesse dentro da própria mente.

O moreno tirou um cigarro do bolso, acendendo-o com um feitiço e tragando. — Você é sortudo pra caralho, sabia?

— Como assim? - Draco franziu as sobrancelhas. Ele não entendia. Iria se casar com a garota por quem estava se apaixonando, sim. Mas ele não teve a chance de fazê-la se apaixonar por ele. Nem de pedi-la em namoro de um jeito certo, ou mesmo fazer a porra do pedido de casamento com os joelhos no chão.

Mattheo olhou ao redor, vendo o salão indecentemente luxuoso e as pessoas. — Ela nunca vai ter isso. - ele falou com uma voz baixa e triste. Draco entendeu que o amigo se referia à Angel.

— Por que não?

— Porque a família dela é uma merda, então nós não teríamos um salão cheio. E a minha então, não se compara. Tudo o que ela teria seria a porra de um salão decorado, comida e nós. Mas isso não é o suficiente para ela. Angel merece o mundo e todos os malditos seres viventes nele. Mesmo que isso não seja planejado, ou que você esteja um pouco infeliz com as circunstâncias, agradeça por estar se casando com a garota que gosta em uma cerimônia decorada com a riqueza de uns dez reis. Eu daria tudo para dar a ela algo assim.

— Você quer se casar com ela. - Draco sussurrou em surpresa. Havia entreouvido a conversa do casal mais cedo, e isso era algo incrível.

Mattheo riu sem emoção. — Eu queria me casar com ela bem antes de eu admitir que estava apaixonado. Só de imaginar minha garota vestida de branco...

Mas Mattheo sumiu de onde estava. O cigarro caiu em direção ao chão, mas nunca chegou a tocar. Draco piscou, e embora a paisagem não tenha mudado, tudo mudou.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora