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Os gritos dela ainda ecoavam eu seus ouvidos quando seu pai brincava com os cortes em seu corpo. Ainda ecoavam quando os próprios gritos estavam estilhaçando seus ouvidos, e continuaram ecoando quando ele foi mandado para os curandeiros.
Ele tentou ao máximo não machucá-la. Começou com Cruciatus pois não causaria dano físico. Mas seu pai continuou com as ameaças, a varinha erguida na direção da loira e a maldição imperdoável pronta para matá-la, então precisou arrancar sangue de sua garota. Ela gritava com tanto sofrimento, que ele sentiu os joelhos cederem. Cortes machucavam o corpo de Angel, causados por culpa dele.
Então ele caiu no chão. A calça que vestia rasgou e a pele de seu joelho também, enquanto tremia e chorava com desespero. Voldemort apenas assistia com um leve sorriso no rosto.
Então, Voldemort ameaçou amputar as mãos de Angel - pois ela o havia seduzido com toques, e assim, Mattheo havia traído seu próprio pai. Ao ouvir aquele absurdo, ele se forçou a ficar de pé e, odiando cada átomo que era, quebrou os dedos da garota.
Ela desmaiou de exaustão, e ele precisou levá-la no colo até os curandeiros. O sangue dela manchou sua alma.
Mattheo nunca ficou tão feliz por ter sido acorrentado naquela mesa. Não quando isso aplacava um pouco de seu nojo. Saber que estava sendo punido, mesmo que o motivo fosse outro, o deixava menos doente.
Ele abraçou cada dor, cada grito, como uma punição pelo que tinha feito com Angel. O pai, pensando que ao repetir a mesma tortura que ele havia infligido à garota, foderia mais seu psicológico tinha, na verdade, acalmado a mente dele.
Cruciatus, cortes, sangue, ossos quebrados. A mesma sequência que Angel sofreu.
Uma punição igual, e talvez pior, para que Mattheo pagasse por seus crimes.
Ele não se permitiu desmaiar. Não, foi levado até os curandeiros pois, se tivessem continuado, ele morreria. Ele foi curado e costurado e permaneceu acordado. Gritou de dor quando os ossos foram reconstruídos e os cortes fechados, mas se manteve acordado.
Ele foi levado de volta para seu quarto. Mattheo fechou a porta, caiu de joelhos e vomitou tudo o que não existia em seu estômago. O refluxo só parou quando sangue escorreu por sua boca, e ele se arrastou até a sacada, chorando. O ar começava a esfriar, e o tempo passava rápido demais. Em dois meses, o ano acabaria.
Mattheo olhou para baixo; seu amado jardim de rosas estava morto. O pai havia queimado todos os arbustos na sua frente na mesma noite em que chegaram, três semanas antes.
Três semanas.
Três semanas que Angel era torturada dia sim, dia não. Três semanas que Mattheo assistia, e ele mesmo era torturado. Todos os dias.
Três semanas que ele só saía do quarto para jantar com seu pai - e, em seguida, ser amarrado naquela cadeira.
Três semanas que ele havia perdido a esperança.
𑁍
Quatro dias depois, e Angel tremia cada vez que abriam sua cela. Ela não ficava aterrorizada quando estava deitada naquela cadeira, pois via o rosto dele.
Mas ela tinha tanto medo do que ele faria com ela...
Angel não conseguia imaginar no sofriemento de Mattheo. Só de pensar em torturá-lo já embrulhava seu estômago. A tortura que ele estava sofrendo não era só física, mas psicológica.
Seu garoto. Seu amado garoto.
Ela estava tão cansada.
Dormia sempre que conseguia, mas estava alerta a todo momento. Então, seus sonos eram leves e inundados de pesadelos.
Ela sonhava que estava na mesa. Que Mattheo olhava para ela e sorria, enfiando a mão em seu peito e arrancando seu coração. Ou, que ele era o acorrentado. E ela sorria para ele enquanto Voldemort cortava a garganta do garoto, para depois, cortar a dela.
Havia entrado em um estado vegetativo, que só quebrava quando alguém vinha buscá-la. Era a única coisa que sentia. Medo; terror.
Angel estava encolhida no chão frio da cela, o lençol fino enrolado no corpo para garantir a ela um pouco mais de calor. Ela tremia tanto que parecia prestes a quebrar.
Mas já estava quebrada.
Passos soaram, e Angel ficou imóvel. Era Mattheo, e ela sabia. Ele sempre dava isso à ela - alguns segundos de vantagem para que ela soubesse que estava chegando. Por isso, pisava alto.
Angel não tinha lágrimas naquele dia. Estava vazia.
Mattheo abriu a cela, e o peito da garota se apertou de tristeza ao vê-lo tão abalado e oco. Tão vazio quanto ela.
Mesmo estando afundada até o pescoço na merda, seu peito continuava quente quando via ele. Olhar para Mattheo nos últimos dias, a proporcionava duas sensações: medo e um amor crescente.
Ela estava apaixonada por ele, e já tinha admitido isso para si mesma há um bom tempo.
Mas entendeu que o amava quando olhou naqueles olhos tão lindos, pela primeira vez após a primeira sessão de tortura dele. E, embora quisesse se ressentir, quisesse odiá-lo por fazer aquilo com ela... ela só o amou ainda mais.
Mattheo a encarou sem um pingo de esperança nos olhos. Ele franziu os lábios, fazendo um movimento com a cabeça e indicando que ela deveria sair. Ele reparou nas mãos trêmulas dela quando Angel se levantou, e se odiou profundamente por aquilo. Ela andou até ele com passos hesitantes, e o coração dele se partiu.
Angel saiu da cela, meio cambaleante. Não conseguia comer aquela comida de merda que ofereciam para ela, então estava com tanta fome que doía e a deixava tonta.
A loira olhou para ele, os olhos dela queimavam com algo selvagem. Mattheo controlou o impulso de acariciar a bochecha magra dela.
Ele não podia tocá-la. Não com aquelas mãos inundadas de sangue.
Ela andou na frente dele em silêncio, fazendo o conhecido caminho até a sala de reuniões. Precisou piscar os olhos com a claridade leitosa que vinha das janelas - incomumente, era dia.
Uma felicidade absurda encheu o peito dela. Poder ver a luz do sol era algo tão incrível, após tanto tempo no escuro e com a luz do fogo. Mattheo fechou o punho quando Angel se deitou na mesa por espontânea vontade. A roupa dela era trocada após cada sessão, então ela estava ali; limpa e perfeita para ser quebrada.
Ele tremeu de ódio quando o pai entrou na sala com um rosto sério. — Não tenho o dia todo, então comece logo.
Angel fechou os olhos, os lábios trêmulos, e engoliu em seco. Mattheo repetiu o movimento, apontando a varinha para a garota e murmurando o feitiço. — Sectumsempra.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...