61 - Hogwarts, 1996

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— Como é? - ela perguntou, assimilando tudo. Angel Fallen... era Angel Potter.

Não fazia muito sentido, mas ao mesmo tempo...

Angel continuou abraçada com Mattheo ao olhar para ela. A loira suspirou. — Eu estava pensando em como te contar. Tantas pessoas... tantas pessoas já sabem. Se Harry descobrir que algum de vocês sabe...

— Seu irmão que se foda. - Draco disse, a voz falhando - Você é uma Potter, porra. Sofreu tanto quanto ele, se não mais. Ele não pode querer tirar seu passado só porque ele é o escolhido. Ao inferno com essa merda toda, caralho.

Angel piscou, surpresa, e soltou um risinho. — É. Nunca gostei disso. De... me esconder por trás de outros nomes só porque seria mais benéfico para ele.

— O que o merda do seu irmão não percebeu, é que se você fosse conhecida pelo mundo, não teria tantos riscos quanto estar em sigilo. - a voz de Mattheo estava sombria - Se... Não. Quando meu pai descobrir sobre você, porque, acredite, ele vai, você será um alvo ainda maior que seu irmão é. Voldemort vai acreditar que você é de extrema importância para o Potter, para ter sido escondida por todos esses anos, e vai atingir você assim que puder.

Angel se arrepiou, medo inundando seus sentidos. Mattheo puxou seu queixo, para que ela olhasse em seus olhos. — Eu não vou deixar Voldemort chegar perto de você, Angel.

Ela sorriu, beijando-o. — Nós não vamos deixar Voldemort chegar perto de você, Potter. - Draco ainda estava sentado no chão, e sorria - Que essa merda exploda no mundo. Você é nossa e ninguém toca em algo pertencente à Sonserina.

Angel riu, envolvendo os braços ao redor de Mattheo com mais força. Saori sorriu de um jeito macabro. — Um anjo para um bando de demônios, então?

Angel olhou para a amiga, devolvendo o sorriso. — Eu sou um anjo caído, fui expulsa do meu lar. Sou tão ruim quanto vocês.

E eles riram.

𑁍

Naomi estava inquieta quando Saori a viu. A japonesa se aproximou da irmã, curiosa, e escutou-a xingando. Palavrões que ela não pensava que a irmã conhecia.

— O que foi, Naomi? - ela perguntou em inglês, e a irmã reparou em si. Naomi bufou, revirando os olhos.

— Draco Malfoy. Ele socou Harry de novo hoje, e Harry me disse que o loiro havia me xingado de todos os nomes. E disse que ele te xingou também. Ai, Saori, eu te avisei para se afastar da Angel, ela está te levando para o lado errado e...

Mas Saori a interrompeu. — Espera, o que? Como assim Draco socou o Harry? Foi o contrário, Naomi. - ela negou, e a irmã revirou os olhos, se estressando.

— Não. Harry disse que o Malfoy havia socado ele, e ainda me contou sobre os xingamentos que ele havia feito. Ele me contou, Saori.

A japonesa ficou indignada. — Naomi, eu estava lá. Vi o que aconteceu. Harry Potter comprou uma briga com o Draco, e ele só se defendeu. Foi isso. Sem xingamentos nem nada.

Naomi revirou os olhos, irritada. — Você está defendendo Draco Malfoy, Saori? É isso? Decidiu se aliar ao inimigo?! Pois eu acredito em Harry. Vai ver você assistiu errado.

E saiu. Saori a observou saindo pelo corredor, o ódio corroendo suas entranhas. Como sempre, Harry Potter era a vítima.

Ela se encostou contra a parede, a luz das velas não atingiam seu canto. Ele não a viu quando passou apressadamente por ali, parecendo estar irritado. Saori esperou alguns segundos antes de correr atrás de Draco Malfoy, o instinto de proteção gritando para que defendesse sua irmã se fosse preciso.

Mas ele virou-se, sumindo por uma porta que ela tinha certeza não ter estado ali antes. Saori olhou ao redor, não havia ninguém por perto.

Ela entrou na sala.

Era um quarto. Bonito e rico em detalhes. Da burguesia.

A cama era grande e tanto os tecidos do dossel, quanto os lençóis de linho e cetim eram em tons escuros de preto. Detalhes em dourado e prata que enfeitavam o rodapé e a moldura do teto.

Era tudo tão bonito e cheiroso. Cheirava a rico.

Ela ouviu um gemido. Primeiro, pensou que ele estivesse fazendo merda. Mas o mesmo som soou, e ela percebeu que era dolorido. Sôfrego.

Ela se aproximou com passos silenciosos, e de longe viu Draco, praticamente submerso nas cobertas. Ele estava deitado em posição fetal e... chorava.

Tremia e soluçava, uma mão puxando a camisa de botão, como se fosse difícil de respirar. Saori ficou sem fôlego.

Algo a lembrou... vê-lo assim lembrou-a de Angel.

Ele ofegava, os gemidos doloridos rasgavam uma parte do coração de Saori. E Draco chorava e chorava, a crise de pânico atacando-o de uma maneira tão forte, que ele ainda não havia percebido que ela estava ali.

Ele gritou.

𑁍

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora