Dê seu voto! ★
Comente! ✍︎︎𑁍
A porta se fechou com um click, que fez Angel sair do lugar silencioso que era sua mente. Ela prendeu a respiração, olhando ao redor do quarto à procura dele.
— Mattheo? - chamou desconcertada, mas não o encontrando no cômodo. A loira correu para a porta, abrindo-a com um estrondo e correndo até o quarto dele.
— Mattheo?! - chamou ao entrar, sem nem mesmo bater na porta. O quarto dele era tão grande quanto o dela, mas ele não estava em lugar nenhum. Onde ele havia ido?
Ela se desesperou, descendo as escadas correndo, chamando-o com gritos falhos. — Mattheo!
Angel correu até a sala de estar, onde Saori, Theodore, Pansy e Blaise encaravam a porta da frente aberta com os queixos caídos. Ela ignorou os amigos, saindo para o jardim, tendo completamente se esquecido de que estava frio.
A respiração dela condensava em sua linha de visão. Ela olhou por todo o terreno visível da propriedade, descendo as escadas de mármore e pisando nas pedras brancas que delimitavam um caminho. — Mattheo!
Seus olhos mal registravam a paisagem do dia leitoso. Ela correu pela calçada de pedras brancas, o coração pulsando na boca. — Mattheo!
Angel nunca se desesperara tanto na vida. Ele tinha ido em bora? Depois de tudo aquilo, de todas aquelas palavras, ele realmente tinha ido?
Ela havia ficado tão chocada com a declaração dele, que não percebeu quando ele saiu. Será que era tarde demais?
Angel correu, o corpo doendo pelo frio, os pelos eriçados e os dedos das mãos já avermelhados. Ela olhou ao redor, por fim vendo o enorme portão de ferro trabalhado que envolvia toda a propriedade.
E, finalmente... Mattheo estava lá. Quase atravessando.
Ela quis chorar de alívio. Angel acelerou o passo, os músculos protestando. — Mattheo!
Ele parou; pensou ter ouvido algo, e realmente desejava para que não fosse sua cabeça lhe pregando peças.
— Mattheo! - ela gritou de novo, e ele se virou. O fôlego que o garoto não havia percebido segurar, finalmente foi solto.
Lágrimas escorriam dos olhos dele, grossas e tristes. Porém, as que escorriam pelas bochechas dela eram da mais pura e inocente alegria.
Ela se aproximou. De oito, para seis metros longe. Quatro. Três. Um.
Tão perto que poderia tocar o rosto dele, e limpar suas lágrimas. Mas ela apenas sorriu. — Eu também te amo. - ofegou, felicidade envolvendo seu corpo inteiro - Eu te amo tanto que tenho vontade de viver.
Mattheo engoliu em seco, o coração pesando. Angel riu por entre as lágrimas, passando as mãos no rosto para secá-las. — Eu te amo tanto... Que não consigo acreditar no quão sortuda eu sou por ter você.
Ele se aproximou dela, sem saber o que fazer. Há segundos, seu coração estava estilhaçado. E agora, ela o aceita. Muitas emoções soará um dia só.
Angel sorriu ainda mais, aproximando-se. — Eu te amo. - sussurrou, antes de, enfim, juntar seus lábios em um beijo.
Ela suspirou, as mãos indo até o rosto do menino para juntá-los ainda mais. Ele fez menção de tocar sua cintura, mas...
Mattheo se afastou bruscamente. Angel ofegou, confusa. — Por que fez isso?
— Não posso... eu não posso te tocar.
— O que? - ela piscou, tentando entender. Mattheo não disse mais nada, dando liberdade à imaginação fértil da loira para criar qualquer coisa. A garganta dela se apertou.
— Você já ia embora, não é? Não importa o que eu dissesse, você já ia ir. - ela engoliu em seco, negando-se a chorar.
Por que choraria, se ele a deixaria sem pensar duas vezes?
— O que? Não Angel. - ele negou com a cabeça, parecendo confuso, arrependido e triste - Eu não ia te deixar, não depois do que eu disse. Não depois do que você me disse. - ele riu fraco, como se desacreditado.
— Então por que você não toca em mim? - ela perguntou baixinho, com o coração doendo. Ele lambeu os lábios, desviando o olhar para suas mãos.
Estavam limpas, como sempre. Mas também, ele ainda sentia tudo. A sensação gosmenta e molhada, que nunca sairia porque tinha escorrido até sua alma.
O sangue dela.
— Eu não quero te sujar. - ele respondeu em um tom igualmente baixo.
Os olhos de Angel se encheram de lágrimas. — Ah, Mattheo... - ela permitiu que uma lágrima escorresse.
Como havia sido egoísta. Ela havia sido violada, sim. De inúmeras maneiras. Mas e ele? E as coisas que ele havia sofrido?
Não conseguia se imaginar no lugar de Mattheo. Não conseguia se imaginar sendo obrigada a torturar seu amor da maneira que ele havia o feito.
As coisas que ele precisou fazer, precisou assistir...
Ela lentamente tomou a mão dele nas suas, fazendo um carinho leve. Ele ficou rígido, tentando tirar sua mão do toque dela, mas Angel manteve o aperto firme.
Ela traçou desenhos aleatórios na palma dele, tocando-o de leve. Em seguida, beijou ambas as palmas do garoto, o coração mais apertado que nunca.
Era tão ruim vê-lo assim.
— Você não vai me sujar, Mattheo. Está tudo bem agora. - sussurrou contra as mãos dele, dando um último beijo. Ela viu quando ele engoliu em seco, piscando para afastar as lágrimas.
Angel o puxou levemente, até que ele começou a andar e a seguiu de volta para a mansão. Estava ficando insuportavelmente frio ali fora, e nem ela nem Mattheo vestiam roupas apropriadas. O corpo dela já falhava com arrepios intensos pela baixa temperatura.
Quando finalmente o calor da casa a envolveu como um cobertor quentinho, não havia mais ninguém na sala de estar. Ela subiu com Mattheo pelas escadas, puxando-o até seu quarto e fechando a porta. Angel virou-se para ele, tocando seu rosto.
O garoto pareceu querer se afastar, mas respirou fundo e permaneceu no lugar. Angel sorriu fraco, beijando a testa dele ao ficar na ponta dos pés.
— Eu te amo. E vai ficar tudo bem agora.
Ela o beijou. E ele não se afastou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Biografia de Mattheo Riddle
Hayran Kurgu⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...