Os alunos estavam livre das aulas de sexta-feira, por causa do jogo que aconteceria na manhã do sábado. Saori, Pansy e Angel haviam sido as primeiras do grupo a chegarem no refeitório, tirando olhares escandalosos e queixos caídos de todos os presentes ao se sentarem na mesa dos garotos.
Ninguém ousava ficar ali; afinal, a mesa era deles.
— É muito foda sermos as únicas que tem permissão de sentar aqui, tirando as pestes. - Pansy falou, a boca cheia de uvas. Saori riu. - Me sinto como uma princesa. Cheia de privilégios.
— Obrigada à Angel por ter o Riddle nas palmas das mãos. - Zabini apareceu da puta que pariu, Lorenzo Berkshire atrás dele. Ele sorriu.
— Bom dia. - cumprimentou ao se sentar de frente às garotas; Zabini ao seu lado.
— Vão ter treino hoje? - Pansy perguntou a Blaise, que fez um gesto para confirmar, comendo um pedaço de pão.
— Às dez. Depois do almoço, o campo é da Grifinória até às duas. Depois é nosso de novo.
— Duas horas de treino, intercalando. - Berkshire explicou.
— Estão nervosos? - Angel perguntou, servindo-se com um pouco de queijo.
— Não. Vamos vencer amanhã, já sabemos disso. - Blaise ergueu o nariz, orgulhoso.
— Aha! Como? - Pansy caçoou e o moreno fechou a expressão.
— Eles estão péssimos nos treinos dessas últimas semanas. Por causa daquele treco da menina que foi para a enfermaria, sabe?
Saori notou Draco, que ficou meio tenso. Ela suspirou. — O que isso tem a ver?
— Atrasaram no treino; o Potter foi bancar o herói e passou boas semanas sem praticar. Agora estão sem forma.
— Ah... - ela entendeu, reparando que a sombra nos olhos de Draco ainda não havia sumido - E nós estamos bons?
Blaise gargalhou. — Bons?! Estamos melhores do que jamais estivemos.
𑁍
O cheiro de terra molhada preenchia o espaço. Angel remexia o solo, colocando algumas gramas de adubo ali. Ela havia decidido cuidar do jardim, já que não teria aulas.
Era a terceira fileira de flores que ajeitava; havia podado os caules podres, retirado as raizes secas, cortado as mudas que atrapalhavam o desenvolvimento de outras, afofado a terra e agora, acrescentava o suprimento de nutrientes para que suas flores crescessem sem problemas. A terra já estava úmida graças ao sistema de irrigação que havia ali.
Ela murmurava uma música, os dedos sujos e marrons. Quando foi pegar a tesoura, para podar uma folha da dama-da-noite que crescia, acabou cortando a pele de sua mão. Ela xingou, o sangue vermelho sobrepondo a sujeira terrosa.
O corte não era profundo, mas grande o suficiente para sangrar a palma. Ela foi até a pequena pia que havia ali, deixando a mão debaixo da água corrente enquanto fincava as unhas da outra mão na palma, para disfarçar a dor. Foi até o kit de primeiros socorros que possuía, encontrando uma gaze para envolver o ferimento.
Passou bons minutos enrolando a faixa na mão, até que estivesse confortavelmente apertado, para que estancasse o sangramento.
Ela o sentiu antes mesmo de ele se aproximar. — Está tudo bem. Não foi fundo nem nada. - disse como cumprimento, logo vendo Mattheo atrás de si.
Ele suspirou. — Não gosto de vê-la machucada.
Um aperto no peito da garota. — Não foi proposital...
— Eu sei. Mas mesmo assim...
Angel abraçou-o, inspirando o cheiro másculo que ele emitia. Cigarro, rosas brancas e... casa. Ele cheirava à casa.
Ela beijou o pescoço bronzeado. Ele envolveu sua cintura em um abraço forte, e a loira pulou em seu colo, enlaçando as coxas grossas pelos quadris do garoto. Ele a apoiou sobre a mesa, empurrando as embalagens e produtos do kit de primeiros socorros para o mais longe possível.
Mattheo a encarou, tomando-a em um beijo. Ela suspirou contra os lábios dele, sorrindo ao ouvi-lo gemer quando puxou os cachos castanhos.
— Como você está? - ela perguntou, mas não sabia muito bem o porquê. Só sentiu que precisava saber.
Ele engoliu em seco, um bolo estranho se formando na garganta dele. Com medo. — Bem.
Angel ergueu as sobrancelhas. — Bem?
Ele assentiu, beijando a depressão da orelha dela. — Mais do que bem.
Com muito medo.
— Por que está mentindo para mim, Mattheo? - ela sussurrou e ele se afastou, confuso.
— O que quer dizer?
Angel tocou o rosto dele, o coração bombeando rápido. — Estou vendo em seu rosto que você está tenso. Converse comigo. Por favor.
Algo se partiu dentro dele quando ela implorou. Ele começou a tremer levemente, sentindo que desabaria.
Sonhei com meu pai essa noite, queria dizer. E ele me disse que saber da sua existência e não ter contado para ele, faz de mim um traidor. E como punição, eu assisti enquanto você morria, diversas vezes, das piores maneiras. Esse pesadelo sempre acontece, há semanas, mas nunca dei tanta importância quanto agora.
Não quando ele sabia o que começava a sentir por ela. Quando passou a entender que o aperto em seu peito, o coração aquecido, não era por causa do desejo que sentia por ela. Mas sim...
Porque eu acho que te amo, mas não posso dizer nada porque nunca senti algo assim. Porque só em pensar que Voldemort poderia te encontrar... Essa possibilidade me deixa com mais medo do que jamais senti. Não me importo com a porra do mundo, se você não estiver nele.
Ele tremia levemente, mas as mãos se mantinham firmes na cintura da garota, de modo que ela não percebesse. Ele suspirou. — Só um problema com o Draco. - mentiu - Ele anda muito tenso ultimamente.
Ela pareceu entender, voltando a abraçá-lo.
Ele era um mentiroso de merda. Mas continuaria mentindo até entender o que sentia. Porque sentia. Como sentia.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...