Draco e Mattheo trocavam olhares preocupados entre si, o que não passou despercebido por Angel. Ou Saori. Elas também lançavam olhares significativos entre si.
Blaise havia ficado na vila, para dar em cima de Pansy Parkinson - uma Sonserina que morava no andar de baixo do dormitório de Angel, que era super sincera e muito espontânea. Angel só não se aproximava dela pois ela parecia sempre muito reclusa quando estava com as amigas.
Zabini tinha um penhasco por ela.
Lorenzo Berkshire e Theodore Nott iam atrás das meninas, rindo feito hienas de algo que elas não se importavam de saber. Mas a atmosfera caótica e agradável foi substituída por uma pesada e ansiosa, ao verem Cho Chang, Naomi e o trio de ouro ao redor de uma garota, que estava caída no chão.
Saori notou em como Draco hesitou, a cor sendo drenada de seu rosto muito rapidamente. Mattheo estava neutro aos olhos dela, mas Angel notou no leve repuxar de lábios que ele fez. — Mas que merda...? - Theodore disse, enquanto eles desaceleravam os passos ao se aproximarem. Estava uma muvuca de gritaria e xingamentos, quando Ronald Weasley correu para o castelo.
Em meio à tudo aquilo, Harry Potter notou a presença deles, vindo bufando e pisando duro ao se aproximar de Draco, cuspindo em seu rosto ao dizer entredentes, tão baixo que Angel e a japonesa precisaram se concentrar para escutá-lo. — Eu sei que foi você, Malfoy. E vai pagar por isso. Sei que vocês - cuspiu com nojo ao se afastar do loiro e olhar para Mattheo - estão planejando algo. Mas eu vou descobrir o que é, e vão terminar muito fodidos no fim.
Reage, Mattheo. Implorava Angel silenciosamente. Faz aquela pose de inabalável e use a porra da ironia que você ama, se livre disso. Draco não vai conseguir.
E, como se realmente a ouvisse, ele voltou rapidamente o olhar para a loira, sorrindo preguiçosamente. — Não tem coisa melhor para fazer não, Potter? - o tom de deboche pareceu acordar Draco, que fez seu melhor para parecer despreocupado - Por que não vai mamar as bolas do seu amigo Weasley antes de vir encher a porra do nosso saco com acusações?
O Potter se afastou, bufando, e focou o olhar odioso na irmã. Ela lutou para não se encolher quando as orbes castanhas do irmão se incendiaram ainda mais. Mattheo se aproximou dele, falando em seu ouvido. — Ela é linda, não é? E toda minha. - disse com ódio - Aproxime-se dela, Potter, e eu acabo com a merda da sua existência.
Angel ignorou o modo com que seu estômago deu cambalhotas, mesmo quando seu irmão lançou-lhe um olhar que a faria se encolher. Faria.
Mas a atenção de Harry foi para Hagrid, que chegava ofegante e se agachava para checar a garota. Ele olhou mais uma vez para os garotos, focando a atenção para Angel no fim. — Não acabamos ainda. - disse antes de correr até os amigos, e ela sabia que ele não falava aquilo só para Draco e Mattheo.
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Elas sabiam que, o que quer que tivesse acontecido com a amiga de Cho Chang, tinha relação com as tramas de Mattheo e Draco.
Angel estava tão imersa nesse assunto, que nem ao menos notou na amiga, e no comportamento suspeito dela para com Cho Chang.
Saori desprezava aquela menina.
Angel andava de um lado para o outro, inúmeras teorias e perguntas fervilhando em sua cabeça. Saori desenhava em um caderno de rascunhos quando alguém bateu na porta do dormitório delas.
Angel interrompeu sua fala, indo abrir a porta e ver Mattheo escorado na batente. Ele sorria, o tipo de sorriso que fez o estômago da loira dar cambalhotas.
— Oi, atrevidinha. - ele ronronou e ela corou fortemente. Saori apenas assistia aos dois com admiração - Tem um tempo? Quero te mostrar uma coisa.
A loira deu um último olhar para a amiga antes de vestir um casaco e sair do quarto, Mattheo abraçando sua cintura ao fechar a porta. Ele a guiou até seu quarto, onde deixou-a sentada na cama e foi até o guarda-roupa.
O moreno tirou de lá um baú grande, que exalava um cheiro agridoce de flores e madeira velha. Ele sentou-se ao lado dela, abrindo a caixa e mostrando dezenas de mudas e botões conservados de rosas. As pétalas estavam amareladas na maioria das vezes, mas algumas, incrivelmente, haviam permanecido brancas. Em meio às rosas, um único botão de dama-da-noite, tão pequeno quanto a ponta de seu polegar.
— Que lindo, Mattheo! - ela disse maravilhada, correndo os dedos pelas pétalas aveludadas das flores. Chegou a pensar em perguntar o que era aquilo, mas sabia que o moreno não era de guardar lembranças. Então, provavelmente, era algo íntimo.
Ela se sentiu honrada, por saber que ele estava compartilhando algo íntimo com ela.
Mattheo pegou o pequeno broto de dama-da-noite em meio às rosas, e foi até a escrivaninha, deixando Angel com o baú sobre o colo. Ela foi verificando as flores, reparando que algumas pareciam ser tão velhas que as pétalas até se desfaziam pelo tempo.
Mattheo voltou, com um relicário, o pingente em formato de rosa. Era delicado e feito completamente de ouro. O pingente não deveria ter mais de três centímetros, e a espessura era mínima também. Ela apenas observou-o enquanto ele passava o colar ao redor do pescoço liso de Angel, fechando o pingente.
Ela sorriu, tocando no colar e olhando profundamente para ele. — O que é tudo isso? - perguntou, levantando-se e indo até o banheiro, para observar melhor a joia.
Mattheo apareceu atrás dela, abraçando sua cintura com um braço firme. — Encontrei esse broto há um tempo, na estufa. Achei que seria legal... eternizar uma parte daquele lugar.
Era como se a corrente tivesse sido feita para descansar em sua pele. Ela observava no espelho, correndo os dedos pelo metal frio, embora sentisse o olhar do moreno sobre si. Sentia-se nas nuvens. Saber que ele havia feito aquilo... que, talvez, sua motivação tenha sido a necessidade que, assim como ela, tinha de preservar o lugar. O início deles.
Ela se virou, sorrindo abertamente. — É lindo, Mattheo. Obrigada.
Ele suspirou, como se estivesse nervoso. E estava mesmo. O silêncio dela durara tanto tempo, que cogitou se havia sido uma boa ideia. Nunca havia dado presentes para ninguém, assim como nunca ganhou. Não sabia o que faria caso ela não tivesse gostado.
Foi um alívio ver o sorriso dela.
Mattheo sorriu levemente, o máximo que conseguia fazer para evitar que ela percebesse sua ansiedade. Ela o abraçou apertado, e a sensação foi nova para ele. Envolveu seus braços na cintura dela, afundando seu nariz no pescoço, os cachos loiros fazendo cócegas em seu rosto. Ela o apertava a cada segundo, cada vez mais, até que seus corpos, de alguma forma, se encaixassem. Como se tivessem sido moldados um para o outro. Como se o lugar dela fosse entre os braços dele.
Ela voltou para o espelho, abrindo o pingente do relicário e observando o broto pequeno ali. Mattheo havia comprado a corrente em Hogsmeade. Ficara indeciso entre duas, mas então, viu aquela, cujo pingente de rosa guardaria uma dama-da-noite.
Ele soube na hora que aquela merda era dele.
Comprou-o, e agora o broto estava permanentemente conservado por magia, e não sairia de dentro daquele relicário até que ele morresse.
É. Para alguém inexperiente, ele era ótimo com presentes.
Angel estudou seu rosto, envolvendo o pescoço do menino com os braços. Ela sorria, um leve rubor manchava suas bochechas e seu coração estourava no peito. Ele havia escutado suas palavras em Hogsmeade, mais cedo.
Quando ela lhe disse para sair superior ao irmão dela.
Não havia usado Oclumência. Não precisou, na verdade. Bastou um olhar para aqueles olhos cor de mel, e ele já sabia o que ela queria dizer.
Assim como agora, ele sabia que os olhos dela pediam algo que ele estava quase implorando para dar.
Então Mattheo Riddle a beijou.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...