A Biografia de Mattheo Riddle

51 - Hogwarts, 1996

Ele estava gostando disso. De ter uma amizade.

Eles estavam na aula de transfiguração. Claro que Hermione Granger já havia conseguido completar a tarefa sem problemas. O Riddle também.

Angel, ao lado de Saori, bufava pela décima vez, apontando a varinha para a caixinha de madeira que deveria ser transformada em um aquário.

— Esse inferno de vidro, com essa porra dessas composições diferentes, tá acabando comigo! - e ela continuou xingando e murmurando o feitiço repetidamente.

Mattheo sorria para ela, algumas mesas atrás, e Draco apenas observava o moreno. O Riddle gosta dela, o loiro percebeu.

— AH! - ela gritou, olhando para Saori - Você viu, Sa?! Eu vi! Ficou transparente, tô te falando!

Mattheo sorria, perdido na vista da loira. Ela usava um óculos para leitura, os cachos rebeldes amarrados em um coque na cabeça, embora muitos fios caíssem sobre o rosto delicado. Saori amarrava os cabelos em um rabo de cavalo, revirando os olhos. — Já te disse. Você não pode pensar na cor que vai ter, precisa imaginar na madeira ficando mais leve e se transformando no vidro!

Angel bufou, dando a volta na bancada até onde Pansy Parkinson murmurava os feitiços, o olhar intercalando entre a caixa de madeira e o livro didático. — Conseguiu fazer alguma coisa? - perguntou a loira para a garota, que choramingou.

— Não, esse inferno. Para que eu vou precisar transformar uma caixa em um aquário? Que droga! - bufou irritada - Se pelos menos a aula ensinasse a transformar água em vodka...

Saori riu, aproximando-se. — Consegui. - e soltou um beijo no ar para as duas que a encaravam. A japonesa segurava um aquário nas mãos, a varinha indo para o bolso de sua capa.

Angel atuou um choro, jogando-se sobre a bancada para dramatizar ainda mais. — Eu não aguento maaaaais...

Mattheo voltou a ler o livro; agora, sua tarefa era de diminuir o tamanho do aquário para uma medida X. Hermione Granger ainda lutava para acertar os milímetros, mas o Riddle já havia terminado tudo com perfeição. Então lia para passar o tempo.

Angel sentou-se sobre a bancada de Mattheo e Draco, sorrindo. — Mattheo. - sorriu sapeca - Mattheo querido.

Ele ergueu o olhar do livro, as sobrancelhas arqueadas. — Você é péssima nessa coisa de flerte.

Ela deu de ombros. — Me ajuda. - biquinho. O moreno revirou os olhos, escondendo um sorriso. Draco observou os dois, se divertindo.

Ela olhou para o loiro, abrindo um sorriso lindo. — Oi Draco! - e o abraçou apertado. Embora parecesse feliz, ela cochichou em seu ouvido. - Está melhor?

Ele abraçou-a, a gratidão correndo por suas veias. — Estou. Obrigada, Angel.

Ela se afastou, sorrindo. — Nada. - e voltou a atenção para Mattheo. Ele a observava com uma fome predatória. Angel desceu da mesa, ficando de frente para o moreno, os rostos tão próximos que sentiam a respiração um do outro. Ela correu um dedo pelo pescoço do garoto, seu nariz encostando na pele macia para inspirar o cheiro de cigarros e rosas. Ela sorriu, depositando um beijo ali, e roçando a boca sobre a extensão bronzeada.

Ele se arrepiou.

Ela sorriu de canto, lambendo a pele dele e sentindo quando as mãos fortes de Mattheo agarraram sua cintura, apertando. O único indício do desejo dele. O sangue pulsava nos ouvidos dela; descia para a virilha dele.

Apenas um toque e eles se incendiavam um pelo outro.

Angel se afastou, os braços ao redor do pescoço do garoto quando esfregou seu nariz contra o dele, os olhos fechados e um sorriso contido. Ela o beijou, e ele a segurou por tempo o suficiente para lamber-lhe a boca antes que se afastasse. — Por favor? - sussurrou.