114 - A Toca, 1997

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𑁍

Eles correram tão rápido quanto as pernas permitiram. Os gritos dos convidados começou a ficar longe e abafado, até que não se ouvisse mais nada.

Angel às vezes tropeçava em pedras, o corpo era estranho para ela. O campo onde ficava A Toca desceu em um morro de gramíneas, o que impulsionou a velocidade do grupo.

Angel sentiu o corpo coçar. Ela tropeçou, os sapatos ficando grandes demais em seus pés de repente.

A loira caiu de joelhos, xingando. Os amigos pararam, e Mattheo ofegou, voltando-se para ela.

As roupas cresceram, a camisa caiu por um ombro, e seus seios pesaram para frente. Ela ofegou. O efeito da poção polissuco havia passado.

Mattheo encarou a loira com uma mistura de sentimentos. Dor; alívio; culpa, vergonha e...

Merda.

Amor.

O peito do garoto se apertou dolorosamente. Seu coração disparou e ele quis se ajoelhar e implorar por desculpas.

Angel riu fraco. — Podemos parar só por um segundo? Eu tenho roupas aqui, só preciso me trocar.

Pansy, Saori e Blaise continuaram a andar, afastando-se e ficando de costas. Somente Mattheo ficou ali, encarando a loira. Angel olhou para ele, corando. — Oi.

A garganta dele se apertou. — Oi.

Angel sorriu. Como ele sentiu falta daquele sorriso. Ela sentia o coração disparado e uma felicidade imensa encher seu corpo. O sorriso dela ficou ainda maior. — Estava com saudades. - ela sussurrou, envergonhada - Estava com tanta saudade.

O coração dele se esmagou no peito. Doía tanto. Pensar que ela poderia estar morta, e por sua culpa...

Mattheo mordeu a bochecha, acenando com a cabeça e dando meia-volta, indo até o grupo de amigos.

Angel assistiu enquanto ele andava, estática. O peito doeu levemente, e ela ignorou a sensação de tristeza que ameaçou começar em seu coração.

𑁍

Quando a loira voltou, usava roupas do seu tamanho. Pansy sorriu para a amiga, abraçando-a com força.

— Senti sua falta. - ela murmurou com a voz embriagada. Angel apertou a amiga com a mesma intensidade, os lábios tremendo em um choro silencioso.

Ela se afastou, limpando as lágrimas da bochecha e sorriu. — Eu também.

Ninguém falaria sobre o que aconteceu com ela nos últimos meses, e ela não se incomodaria em dizer.

Pansy sorriu de volta, virou-se para Saori e puxou a japonesa para perto. Saori tremia, lágrimas grossas escorrendo pela bochecha. — Nunca mais... nunca mais me coloque em primeiro lugar. - a garota sussurrou trêmula - Nunca mais se sacrifique por outras pessoas. Tá me entendendo?

Angel mordeu o lábio inferior, suspirando. — Sim.

Saori envolveu os braços ao redor da loira, apertando-a. — Eu te amo tanto.

Angel soluçou. — Eu também te amo.

A japonesa se afastou, limpando as lágrimas e respirando fundo. Pansy se aproximou, pegando algo do bolso e estendendo para Angel. — Achei que você gostaria de ter ela de volta.

Angel riu fraco, pegando sua varinha das mãos da amiga. — Sim. Obrigada.

A garota foi até Blaise, que sorria triste. — Oi loirinha.

Angel riu fraco. — Oi Zabini.

O moreno abriu os braços, um pedido de abraço silencioso. Ela o abraçou, e ele a envolveu com força e saudades. — Você teve uma aventura, mas agora já chega. - ele disse sério.

Angel riu. — Tá bom, pai.

— Hm. - ele bufou, afastando-se dela e sorrindo fraco - Senti sua falta.

A loira sorria abertamente. Estava tão feliz... tudo tinha acabado. Ela estava em casa.

— Senti sua falta também, por incrível que pareça. - ela disse, levando um peteleco no nariz como resposta. Angel gargalhou.

Mattheo observava o grupo de longe, os braços cruzados e o peito apertado. Ele tremia levemente ao vê-la ali, tão linda e viva, quando poderia estar...

Mattheo respirou fundo. — Precisamos ir. - disse sério e os amigos se viraram para ele - Estão atrás de nós.

Angel encarou o moreno, tentando não se sentir indesejada e ignorada.

Eu fiz alguma coisa? É por causa do que aconteceu naquela Mansão? É pelo que eu disse?

As teorias giravam em sua cabeça, mas Angel se manteve calada. Ela deu um pequeno sorriso para o garoto e voltou a andar.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora