Ela desenhava na pele pálida do seu amado. Seu coração parecia doer a cada vez que eles ficavam distantes, e se enchia de alegria quando voltavam para perto um do outro.
Draco estava nu, a cintura coberta pelo lençol, e dormia pacificamente ao seu lado. Saori se encontrava no mesmo estado de vestimenta, mas havia acordado há alguns minutos, e agora apenas contemplava sua sorte.
Ela amava amar alguém. Ela amava amá-lo.
A porta do quarto abriu e Angel entrou, sendo acompanhada por Mattheo. A loira parecia prestes a desmaiar quando o moreno a apoiou na cama. Ele beijou a têmpora dela, dizendo algo que a japonesa não conseguiu compreender e foi para o banheiro. Ela associou que ele iria preparar um banho para Angel.
A loira voltou o olhar para a amiga, que agora estava sentada na cama e havia puxado a coberta para cobrir os seios. Angel franziu as sobrancelhas. — O que está acontecendo com você?
Ela não conseguia entender. De um dia para o outro, Saori havia se apaixonado por Draco e eles começaram a namorar? A japonesa não havia dito nada para ela e, mesmo que ela fosse privada sobre sua vida, Saori sempre lhe contava as coisas. Tinha coisa ali, e Angel já tinha entendido isso.
Saori deu de ombros. — O que quer dizer?
Angel olhou para o Draco adormecido. Ela amava ele, seu melhor amigo com toda a certeza. Mas ele também, não havia dito nada para ela, e esse era o problema. Nenhum dos dois tinham dado sinais de romance até então.
— Nada. - ela suspirou, sendo atraída por Mattheo que estava saindo do banheiro. Ele deu a mão para ela e a ajudou a andar, pois seu corpo todo doía. Saori notou os vergões nos pulsos da amiga, e voltou a encarar seu namorado com um sorriso.
𑁍
Angel estava com os olhos fechados, Mattheo jogava água pelo corpo dela para ensaboar a pele branca em seguida. Ela estava a um segundo de cair no sono, mas então acordou com um pensamento. — Você também acha isso estranho?
— O quê? - ele perguntou, lavando o pescoço da loira. Sentia essa necessidade absurda de tocar a garota; de cuidar dela.
— Essa coisa do Draco e da Sa. Eles começaram a namorar do nada...
Mattheo pensou um pouco. — Sim. - disse por fim - Isso é incomum.
Angel bufou. — Eu sei! Ela não me contou nada, ele não me deu nenhum sinal... eles só apareceram um dia e disseram 'uhul! estamos oficialmente juntos!'. Que droga!
Mattheo riu fraco — Será que você não está inquieta porque se sente ofendida?
— Ofendida pelo quê?
— Que eles não tenham te contado.
Angel negou com um gesto. — Não. Não é isso. Eu mesma não conto tudo para a Sa, e ela entende. Assim como ela tem coisas que não me conta e está tudo bem. Mas ela teria conversado comigo sobre os sentimentos dela. Ela conversou sobre isso, e disse que realmente não sentia nada por ele. É isso que eu não entendo...
Mattheo passou óleo de amêndoas nas mãos e esfregou-as pelo corpo da menina. — Talvez ela só não tivesse certeza. Sei lá. Nunca dei conselhos amorosos para ninguém.
Angel riu com escárnio. — Seus conselhos devem ser uma merda, que nem os meus.
Ele deu um peteleco no nariz dela, olhando fixamente em seus olhos. — Atrevida. Eu sou bom em tudo que faço.
Ela revirou os olhos. — Não acho. Você deixou a desejar hoje, sabe? Seus dedos estavam muito lentos...
Os olhos dele escureceram. — Você mal se aguenta em pé, querida. Pense algumas vezes antes de vir me provocar.
𑁍
No dia seguinte, a penúltima aula era de poções, com Slughorn. O velho assediou Mattheo - como sempre, com suas bajulações baratas e idiotas. Com a identidade de Angel revelada, mesmo tendo passado semanas, todos a encaravam com curiosidade. Mattheo estava ao lado dela como um cão de guarda.
Draco e Saori não desgrudavam um do outro, e Mattheo entendeu o porquê de Angel achar tudo aquilo muito estranho. A japonesa estava tão dispersa que parecia no mundo da lua, e isso não era um comportamento comum dela.
— Tenho aqui, três poções feitas. Alguém sabe o nome e a propriedade de alguma delas?
Mattheo sabia de todas, é claro. Mas não estava afim de responder. Quem falou foi a amiga de Harry Potter, Hermione Granger.
— A do meio é a Amortentia. Uma poção de amor, que além de causar a sensação de estar apaixonado para quem a bebe, também exala um cheiro diferente para cada pessoa. O cheiro diz sobre o que você se sente atraído...
Mas Angel havia prestado atenção somente na primeira parte. Poção de amor, poção de amor, poção de amor...
Reparando que a loira estava muito séria, Mattheo usou a Oclumência para ouvir sua mente, e entendeu na hora o que ela queria dizer. Olhou para Saori e Draco, encaravam um ao outro com muita paixão. Melosidade demais até mesmo para um lufano; demonstração demais dos sentimentos, principalmente vinda dos dois.
Angel olhou para Mattheo, que concordou. Sim, era uma ótima hipótese.
— Potter, querida. - o professor chamou, mas ela não ouviu. A loira não era acostumada a ser chamada pelo sobrenome, então quando a sala toda virou o rosto para ela, Angel queimou de vergonha. O professor sorriu. — Pode vir aqui e nos dizer o que sente?
Ela não entendeu muito bem, pois não havia prestado atenção na explicação de Granger, então não fazia a mínima ideia do que cheiraria.
Ela se aproximou do caldeirão, inclinando-se um pouco e inspirando fundo.
Bateu como uma droga. Imediatamente, as memórias inundaram seu corpo. O primeiro beijo deles na estufa; a primeira vez deles; todas as vezes desde então. Ontem.
Ela piscou, atordoada; o cheiro de Mattheo afogando seus sentidos. — Eu sinto... - meu coração disparado, meu peito contraído e estou me apaixonando. Mas ela não disse isso - Sinto rosas brancas. Cigarro e dama-da-noite e alguma bebida. Também tem um cheiro antigo. Acho que é pergaminho, mas não parece ser pergaminho... talvez livros.
Mattheo a ouvia, tanto a mente quanto as palavras. Ele sentia o peito apertar a cada palavra da loira. Não se sentia pronto ainda. Não poderia ser amado ainda.
Ela terminou, indo para o outro lado da sala e evitando olhar para ele. O professor mandou fazerem fila, e ele foi por último, apenas para ajustar seus pensamentos.
Mas a fila andou rápido, e quando ele piscou, já estava na sua vez. Mattheo se aproximou do caldeirão, ficando bêbado no cheiro de Angel e entendendo o porquê da mente da garota ter ficado uma bagunça.
Dama-da-noite, maresia e chuva. Algo doce, do perfume novo que ela vinha usando esses dias, de baunilha e morango. Uma mistura esquisita mas que ficava perfeita naquela garota. Ele inspirou fundo, lembrando das vezes que apoiava o nariz no pescoço dela e sentia seu perfume. Ele não vinha fumando tanto; porque sua nova nicotina era ela.
Mattheo cambaleou para trás mas se ajustou antes que qualquer um percebesse. Qualquer um menos Saori. Ela olhava para ele com algo nos olhos.
Mattheo olhou para Angel, que estava de cabeça baixa, e foi até ela. Ele puxou o queixo dela e beijou os lábios macios com carinho. — Seu cheiro é maravilhoso, boneca.
Angel corou e ele sorriu de canto.
Ele ainda não estava pronto para amar alguém.
𑁍
Dêem seu voto! ★
Comente! ✍︎︎
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...