53 - Hogwarts, 1996

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Angel e Mattheo voltaram quarenta minutos depois. As bochechas da garota ainda estavam coradas, e ela sentia a garganta doendo. Ele não havia sido gentil.

Berkshire e Nott já estavam sentados ao redor da grande mesa redonda, as muitas opções de jogos de azar espalhadas pela madeira. Zabini chegou minutos depois de Mattheo e Angel já terem se sentado, trazendo consigo três garrafas de whiskey de fogo; o moreno sorria diabolicamente.

Saori entrou na comunal, cheia de livros nos braços. Imediatamente, Blaise correu até ela, sorrindo. — Japinha! - cumprimentou-a - Quer ajuda?

Ela pareceu considerar, aceitando a oportunidade e passando alguns livros para o garoto. Saori olhou para a amiga, que sorria para Mattheo; os olhos dela brilhavam. Os dele também.

Zabini seguiu na frente, indo até o dormitório feminino e parando na frente do quarto da japonesa. Ela arqueou as sobrancelhas. — Como sabe que meu quarto é aqui?

Ele deu de ombros, o gesto forçado demais para ser inocente. — Ando bastante por esses lados. - e piscou, sorrindo. Não que aquilo fosse mentira, ele nunca levava alguém para o quarto dele. Mas soube que a loirinha e a japonesa dormiam ali após perguntar para algumas garotas do quinto ano onde Pansy estava ficando agora.

Ah... aquela menina.

Ele tinha uma queda por ela desde o primeiro boquete. Que menina incrível.

Mas então, a atração saiu de física para emocional. Ela era empoderada, segura de si. Não estava ligando para a vida sexual dele e não reclamava pelo sexo sem compromisso.

E merda. Ele ficava puto por ela não se importar.

As garotas costumavam implorar pelo toque dele. E Pansy... merda. Aquela garota poderia tê-lo na mão se quisesse. Mas ela não queria. E ele ficava muito, muito puto por aquilo.

Saori abriu a porta, o quarto estava frio. Ela entrou, e ele seguiu em seu encalço. Colocaram os livros sobre a cama que ele presumiu ser dela, e Blaise deu uma boa olhada ao redor.

A personalidade de Angel já estava enraizada naquele quarto. Desde pequenos traços, como um adesivo colado na mesa de estudos e um pingente que amarrava as cortinas, a grandes coisas, como as flores de papel que estavam penduradas do teto e o cheiro de flores que impregnava o cômodo.

Saori sumiu por uma porta, que ele presumiu ser um banheiro. Sortudas. Tinham a própria suíte.

Ele se sentou na cadeira da escrivaninha, observando a última cama do quarto. Aquele lado era mais vazio e, de certo modo, escuro. Os lençóis estavam remexidos e o baú no pé da cama estava aberto, com roupas jogadas aleatoriamente ali. Pansy.

Ela era uma zona completa.

Saori voltou, havia se trocado. Agora usava uma legging e um moletom grande e preto ao invés do uniforme da Sonserina. Ela suspirou, retirando os muitos anéis que haviam em seus dedos, deixando apenas um no anelar. Havia uma pedra verde nele. Delicado mas... caro pra cacete.

Ela encarou o moreno, esperando. — O que? - ele perguntou. — Vamos? - respondeu confusa. Ele entendeu, levantando-se da cadeira e saindo do quarto. Ela seguiu, murmurando um feitiço para trancar a porta com a varinha, e colocando o objeto no bolso do moletom em seguida.

— Angel é uma personalidade no quarto de vocês. - ele provocou, voltando à pode relaxada e desinteressada. Ela riu.

— Não sou de ocupar muito espaço. - realmente. A única coisa que dizia "ei, Saori vive aqui", era sua cama e um pequeno criado mudo, abarrotado de livros - Mas não acho que Pansy seja assim também. Daqui a pouco vai ser uma guerra entre as tralhas de Angel e da Parkinson. - ela comentou, e ele piscou surpreso pelo humor que ela demonstrou. A japonesa sempre lhe pareceu tão... séria. Contida.

Eles voltaram para a comunal, Nott gargalhava junto com Angel, Mattheo sorria fraco. Draco observava o grupo, encostado em uma pilastra. Saori foi até a grande mesa, ocupando o lugar ao lado da loira. Zabini deu um tapinha na cabeça de Lorenzo antes de ir até Malfoy.

— Draco Draco Draco. - cantarolou, sorrindo. O loiro conteve o próprio sorriso, revirando os olhos.

— O que você quer, Zabini? - disse seco, embora diversão brilhasse em seus olhos cinzas. O moreno fez uma expressão de indignação, a mão indo para o peito, ainda mais dramático.

— Ai amor, assim você machuca meus sentimentos! - a voz de Blaise saiu afeminada, e Draco bufou uma risada - Para que ser tão grosso assim? Quer redimir certas partes? - provocou, e os olhos do loiro brilharam com o desafio.

— Quer provar? - o loiro cuspiu, Blaise gargalhou. — Não, obrigado. Está tão na seca assim, ao ponto de ceder à broderagem?

Dessa vez, Draco realmente riu. — Ah, vá a merda. - disse abraçando o moreno com um braço. Blaise se afastou, algo como tristeza escurecendo seus olhos.

— Eu não sei para onde você foi nesses últimos meses, cara. - começou, socando o ombro do loiro - Mas espero que esteja voltando.

Draco se obrigou a engolir o caroço que havia se formado em sua garganta. — Estou. - mentiu, esperando que tanto Zabini quanto ele mesmo, acreditasse que era verdade.

Blaise suspirou, olhando ao redor, e sorriu para um grupo de garotas do quinto ano. Ele olhou para Draco, a diversão dançando pelos olhos cansados do loiro. — Vamos fazer a festa hoje.

𑁍

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora