97 - Hogwarts, 1996

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Há uma semana e quatro dias, Mattheo e Angel haviam sido levados. A Ordem da Fênix havia sido imediatamente convocada, e agora, todos estavam no escritótio de Dumbledore, discutindo.

— É perigoso para um bando de crianças como vocês! - Remus Lupin gritou, encarando os seis alunos da Sonserina que estavam ali. Todos se calaram.

Remus Lupin, Moody Olho-Tonto e Nynphadora Tonks eram os únicos adultos ali, com exceção de Dumbledore. O resto - Harry Potter, Hermione Granger, Ronald Weasley e os gêmeos, Gina Wasley e Naomi Nagasaki, tinham a mesma idade que eles.

— Crianças?! - Pansy Parkinson gritou - Se nós somos crianças, eles também são crianças, porra! - disse, apontando para os colegas. Remus trincou a mandibula.

— Eles, principalmente Harry, Rony e Hermione, já passaram por coisas o suficiente para serem considerados experientes. Vocês, não.

— E não sabemos se podem ser considerados confiáveis. - Harry ergueu o nariz, a voz envolta de desgosto.

Saori se revoltou. — Não sabem se somos confiáveis?! Tá de brincadeira comigo, porra?! - ela gritou com revolta - Eles são nossa família, seus merdas! Se vocês não nos ajudarem a salvar minha irmã, eu farei isso sozinha!

Naomi escondeu a pontada de dor que sentiu ao ouvir Saori falar. Haviam semanas que elas não conversavam, desde aquela discussão sobre Harry. E, depois do sequestro de Angel e Mattheo, elas haviam se afastado ainda mais. Principalmente pois Angel só se afastou do grupo, porque Naomi tinha sido arrogante e se deixou ser capturada. Ela sabia que não conseguiria vencer aqueles comensais, e provocou quando foi presa. 

Saori nem mesmo olhava para ela.

Harry expôs os dentes. — Fica fora disso, chinesa.

Naomi se envergonhou. Há meses, Draco havia chamado ela daquele mesmo adjetivo, e Saori socou o loiro para defendê-la. Agora, ela não podia fazer nada. Tinha escolhido o lado que ficaria, e não podia mudar.

Draco se aproximou de Harry. — Fale com ela assim mais uma vez, Potter, e eu não deixarei Voldemort ter a vingança que ele tanto quer. Vou matar você, caralho!

—Chega! - Pansy gritou, olhando ao redor - Todos queremos a mesma coisa, seus imbecis! Então parem de agir feito um bando de crianças e aprendam a deixar as brigas ridículas de lado porque neste exato momento, Angel e Mattheo estão sendo torturados em um loop do inferno! 

Eles haviam conseguido - por meio de Tonks - se esgueirar para dentro da mansão Riddle e descobriram onde Angel estava sendo mantida, e o que acontecia diariamente ali. Revirava o estômago de todos só de pensar.

Ela era torturada. Cruciatus; cortes profundos pelo corpo todo, até que fosse sangue demais para ela ficar consciente; pedaços do corpo sendo arrancados para depois, costurados e volta sem anestesia. Isso era a tortura que Voldemort fazia com Angel.

Mattheo era obrigado a assistir todas as sessões, para sofrer algo parecido em seguida.

Eles eram enviados para curandeiros assim que tudo acabava; eram curados com magia e ficavam inconscientes até o dia seguinte.

Todos ficaram quietos.

— Precisamos de um plano, e vocês não vão nos excluir dessa merda. - Pansy mandou, olhando para a Ordem - Fizemos uma aliança. Honrem a porra da palavra de vocês.

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Blaise não estava olhando para ela, mas Pansy não estava se importando com aquilo. Eles haviam combinado que o lugar de encontro para suas reuniões seria no quarto de Mattheo.

Todos estavam ali. Estava frio, a janela submersa completamente na água do lago agora. Saori estava de mãos dadas com Draco, a cabeça apoiada no ombro do garoto.

Pansy ainda não tinha dado o antídoto da poção para eles. Saori estava tão abalada com a situação, que Parkinson chegou à decisão de que seria melhor esperar. Só para que a japonesa não quebrasse completamente.

Aquele amor forçado dos dois estava salvando eles, de alguma forma.

Draco estava acabado. Havia perdido a melhor amiga e o melhor amigo ao mesmo tempo. Ele não havia percebido o quão importante o casal era para ele, até que não estivessem mais ali. E ver Saori naquele sofrimento tão grande... isso o destruía.

Theodore e Lorenzo não eram próximos dos dois; mas eles ainda eram a família deles. Então ficava um buraco na harmonia, um clima tenso. Eles fariam de tudo para salvá-los.

E Blaise...

Ele estava odiando Pansy naquele momento. Pois ela sabia que Angel não voltaria, e não disse nada. Pois ela havia rejeitado ele, há tanto tempo, pareciam anos antes. E ele sentia tanta falta da loirinha...

Aquela garota era o raio de sol do grupo. Era ela que havia juntado todos eles, e agora, tudo parecia estar desandando.

Pansy engoliu em seco, o peito apertado quando viu as cinzas de cigarro no cinzeiro sobre a escrivaninha. — Precisamos começar a nos prepararmos para uma possível fuga.

Ela estava segurando a liderança o máximo possível. Não havia se permitido pensar demais. Não havia se permitido sofrer. Todos ali já faziam isso por ela.

— Como assim? - Theodore perguntou; estava olhando para o cinzeiro, como ela. O quarto não havia sido escolhido por acaso. Não, eles escolheram o quarto de Mattheo para se encontrarem, pois tanto o cheiro dele, quanto o de Angel, era mais forte ali.

Para que não se esquecessem do que precisariam fazer.

Pansy suspirou. — Quando invadirmos a mansão Riddle, vamos colocar um alvo nas nossas costas. Não poderemos voltar para cá.

Eles já sabiam disso. Iriam para uma das casas da família de Saori, ao sul da Inglaterra, tendo como fiel do segredo, o próprio Dumbledore. — Precisamos começar a estocar mantimentos. Comida, roupas quentes, barracas, só por precaução. O máximo de livros que poderão nos ajudar no desespero, e algumas coisas para poções...

— Vai ser suspeito. Não tem como pegarmos metade da biblioteca sem motivo. E, além de tudo, não temos como entrar na seção proibida da biblioteca sem autorização. - Lorenzo pontuou, e Pansy murchou onde estava.

— Na verdade, podemos ter autorização, sim. - Draco disse, pensando.

— Como? - Parkinson perguntou, inquieta.

— Com Snape. Começem a juntar as roupas mais necessárias, comidas que demorem para apodrecer e os livros mais úteis que tivermos na grade escolar. Eu vou ir falar com ele. - o loiro disse e saiu do quarto. Todos encararam a porta, sem entender, mas logo se dispersaram pela comunal e começaram a juntar as coisas.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora