117 - Mansão Nagasaki, 1997

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Quando Angel acordou, a água já estava fria e seus dedos enrugados. Ela engoliu a tristeza e se secou, enrolando os cachos molhados em uma toalha pequena e trocando de roupa.

A barriga roncou, e a loira percebeu que precisava comer algo. Ela desceu as escadas, observando os arredores da casa.

Os degraus faziam uma pequena curva ao chegar no térreo. O chão era de mármore branco nas áreas externas e de madeira clara no interior de toda a mansão. A casa era cheia de vidrarias e objetos caros, contendo até um piano na sala de estar. Pinturas cobriam as paredes, tapeçarias no chão e muitas porcelanas ao longo dos corredores.

— Saori? - ela chamou em voz alta - Você está aqui em baixo?

A japonesa apareceu no fim do corredor. — Angel! Vem cá, vou te mostrar a cozinha.

A loira atravessou o corredor em passos rápidos e se encontrou com a japonesa. Saori sorriu fraco. — Tomou banho? Está com fome?

— Sim e sim. - Angel respondeu com um sorriso fraco. Saori riu baixinho, passando por uma porta dupla enorme e Angel seguiu a amiga.

A cozinha, por mais que a casa fosse de uns duzentos anos passados, era composta por inox e aparelhos atuais. O fogão era grande, com seis bocas. Havia uma geladeira de duas portas e um fogão a lenha, um lustre enorme pendendo do teto e uma bancada de trabalho.

Pansy estava na pia, cortando alguns legumes. — Pan vai fazer um ensopado essa noite. Anda meio frio por aqui. - Saori disse, fazendo Angel se sentar em uma das cadeiras da bancada - O que quer comer?

Angel olhou ao redor; a janela que ficava acima da pia mostrava um grande gramado meio cinza por causa do inverno. — Ah... sei lá. Tem alguma fruta?

Saori foi até a grande geladeira, pegando uma travessa de dentro. Ali havia maçã, banana, uva, mexerica, laranja, mamão...

Angel pegou uma mexerica e começou a descascar, sem realmente querer comer. Ela olhou para as meninas; Saori escrevia algo em um pergaminho sobre a bancada e Pansy voltou a cortar legumes.

— Então... - Angel começou em um tom baixo - O que aconteceu enquanto eu estive fora?

Saori parou de escrever e Pansy largou a faca. A japonesa suspirou. — Descobri que meu namoro tinha acontecido por causa de uma poção. - ela lançou um olhar triste para a loira - E não sei como reagir.

— Como assim? - Angel perguntou, sentindo-se triste pela amiga.

— Ah... sei lá. Acho que em algum momento, eu realmente comecei a gostar, sabe? Da sensação.

— Gosta dele? - foi Pansy quem questionou, secando as mãos em um pano branco e sentando-se ao lado de Angel.

Saori deu de ombros. — Não sei.

Pansy mordeu o interior da bochecha. — Eu não queria dar o antídoto para vocês. E fui muito filha da puta por ter dado na frente de todo mundo. Mas eu tinha assumido o controle de toda a situação, estava me sentindo tão pressionada...

— Está tudo bem, Pan. Iria acontecer, de uma maneira ou outra. - Saori sorriu levemente, tocando o ombro da morena.

Pansy suspirou. — Me desculpe, de verdade.

Saori estalou a língua. — Besteira.

Angel apenas assista as amigas, ainda comendo da fruta. Ela olhou para a janela, e deu um gritinho quando quatro figuras apareceram no gramado lá fora. Saori olhou alarmada para o campo, relaxando ao ver Draco e os meninos ali.

Pansy sorriu fraco, voltando para a pia e continuou a cortar os alimentos, enquanto Saori se levantou. — Vem. Ele sentiu sua falta.

Angel pulou da cadeira, deixando a fruta para trás, e correu pela casa até a porta dos fundos. Draco, Theodore, Lorenzo e Narcisa haviam acabado de entrar.

Angel sorriu, o coração batendo mais rápido no peito pela felicidade de ver os amigos depois de tanto sofrimento. Draco sorriu para ela, e a loira correu até o garoto, abraçando-o. — Estava com tanta saudade! - ela murmurou, apertando o corpo masculino - Tanta saudade!

Draco riu, inspirando o cheiro da menina e abraçando ela de volta. Era um momento muito emocionante. — Eu senti sua falta também, Angel.

A garota riu fraco, afastando-se do garoto e abraçando Theodore e Lorenzo em um só movimento. — Eu também senti falta de vocês.

Os garotos riram fraco, envolvendo-a com os braços. Ela estava corada e radiante ao se afastar.

Angel olhou para Narcisa, os olhos se arregalando levemente ao reconhecê-la. — A senhora é a mãe do Draco?

Narcisa sorriu fraco. — Sim.

Angel abriu um sorriso sem mostrar os dentes. — Eu sou Angel. A melhor amiga dele. - disse, estendendo a mão. Narcisa riu fraco, puxando a loira para um abraço.

— É um prazer, querida.

Angel sentiu uma sensação estranha; estar nos braços de uma mãe, mesmo que elas não tivessem nenhum parentesco, era algo esquisito para si. Como se fosse os braços mais quentinhos que já tivessem envolvido ela, depois de Mattheo.

Angel apertou Narcisa contra si, querendo prolongar aquela amostra de carinho materno. Narcisa se afastou, tocando levemente nos cachos dourados de Angel, e sorriu levemente. — Você é Angel... Potter?

A loira mordeu o lábio inferior. — Sim.

Narcisa fez um movimento com a cabeça em compreensão, e foi até o filho, sorrindo. Ela conversou com o loiro, mas Angel não conseguiu escutar, então andou até Saori, que encarava Draco.

Ela está apaixonada por ele. - notou Angel. Está apaixonada por ele mas pensa que é tudo culpa da poção do amor.

Saori inspirou fundo, e sorriu de um jeito falso. — Me ajuda a colocar a mesa para o jantar? Precisamos lavar a porcelana antes. Está há muito tempo guardada e não temos pratos limpos o suficiente para todo mundo.

Angel fez que sim, seguindo a japonesa escada acima.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora