113 - Mansão Malfoy, 1997

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Draco estava nervoso. A mansão de sua infância apareceu em sua visão quando ele, Theodore e Lorenzo atravessaram o portão.

Os amigos se mantinham atrás dele quando abriu a enorme porta dupla de carvalho. O cheiro familiar da casa de sua infância trouxe memórias antigas e causou arrepios. Estava frio ali dentro.

O som ritmado dos sapatos batendo no piso liso de mármore era o único ouvido na casa.

Estava silencioso demais.

Draco se virou, passando pelo corredor iluminado por um imenso lustre e abrindo a porta da sala de café.

Narcisa e Lucius Malfoy estavam comendo em silêncio.

Sua mãe estava pálida e olheiras manchavam sua pele lisa. Ela ergueu o olhar vazio para o garoto, as mãos cobrindo a boca em surpresa por ver o filho. — Draco... - ela sussurrou baixinho.

Draco sorriu fraco, aproximando-se da mulher. — Oi mãe.

— O que você está fazendo aqui? - o pai questionou com a voz fria. Draco fechou o punho.

— Vim buscá-la. - disse, sem desviar o olhar de Narcisa.

— O quê?! - Lucius exclamou.

Draco revirou os olhos, respirando fundo. — Primeiro, vamos tomar o café da manhã. Que falta de educação, não convidar meus amigos para se juntar à mesa conosco. - o loiro disse para o pai, que acabava de notar Lorenzo e Theodore ali.

O homem encarou o filho com uma expressão séria. — Pare de brincadeiras, Draco.

O garoto sorriu, dando de ombros. — Não estou fazendo nada, pai. Mas faz tanto tempo que não nos encontramos... Finja que está feliz por me ver.

Lucius encarou o filho sem expressão. — Você está certo. Perdoem-me por meus modos. - olhou então para Berkshire e Nott, com um sorriso que não chegava aos olhos - Juntem-se a nós. Faço questão.

Os garotos trocaram olhares cautelosos, mas seguiram em direção à mesa. Draco ocupou o lugar ao lado da mãe, estando Lucius na ponta da mesa. Lorenzo e Theodore ocuparam, respectivamente, as cadeiras ao lado de Draco.

Lucius estalou os dedos, e elfos domésticos passaram por uma porta na lateral do cômodo. Eles traziam consigo pratos e bandejas repletas de frutas e pães e comida. Os elfos apoiaram a prata e a porcelana na mesa, saindo da sala em seguida.

Lucius fez um movimento com a mão, indicando que eles deveriam se servir. — Por favor.

Em silêncio, os três sonserinos encheram os pratos com comida. Em seguida, todos - incluindo o casal Malfoy, passaram a comer.

Um tempo mais tarde, quando eles já estavam cheios e impacientes, Lucius limpou a boca com um lenço. — O Lord está desconfiado de você.

Draco sorriu fraco. — Por quê?

O pai encarou o filho. — Você sabe bem o porquê. Além de tudo, sumiu de Hogwarts. Foi uma idiotice vir até aqui.

Draco deu de ombros. — Não sairei até que mamãe arrume as malas.

— Quer arrastá-la para sua fuga? - Lucius grunhiu.

— Ah não, pai. Pelo contrário. - Draco sorriu levemente, apertando a mão de Narcisa sobre a mesa - Nunca desejei isso para ela. Mas mamãe correrá perigo se ficar aqui, e você bem sabe.

Lucius bateu as palmas contra a mesa, as louças tilintaram. — Por culpa de sua incompetência!

Draco respirou fundo. Ele não queria iniciar uma discussão na frente de sua mãe. — Sim, sim. Minha incompetência e etc. Mas a merda já está feita, e não tem muito que você possa fazer. Não vou deixar mamãe aqui para ser morta no final. E além de tudo vale lembrá-lo pai, que foi você quem aceitou a marca. Não eu. Você nos colocou nessa merda, mas não tem coragem o suficiente para admitir isso.

Lucius trincou o maxilar. — Ela está frágil, Draco. Não vai aguentar correr de um lado para o outro.

— Acho que eu quem deveria responder se conseguirei me cuidar sozinha ou não. - Narcisa disse em um tom de voz frio. Draco encarou a mãe com carinho, apertando a mão dela na sua.

Lucius riu com escárnio. — Você está quebrando, Narcisa. Não vai conseguir aguentar a pressão. O Lord estará atrás de você pelo resto de sua vida.

— Ele já está atrás de mim pelo resto de minha vida, graças ao que fez à Draco. - ela rosnou, expondo os dentes - Não acho que vá mudar muita coisa nesse quesito. Mas se eu puder passar o resto de minha vida ao lado de meu filho, assim farei. - disse, e se levantou. Virou-se para Draco, sorrindo levemente - Eu volto em alguns instantes.

Draco sorriu para o pai. — Minha mãe é uma mulher forte.

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Narcisa voltou vinte minutos depois, com uma pequena maleta nas mãos. Ela vestia calças e um agasalho de equitação, os cabelos castanhos e as mechas loiras amarradas em um rabo baixo.

A mulher abraçou o filho. — Não pude fazer isso mais cedo.

Draco suspirou, afundando o rosto no pescoço da mãe e inalando seu perfume de cravo e canela. — Como a senhora está?

Narcisa afastou-se, segurando o rosto do filho nas mãos. — Feliz por estar aqui.

Theodore e Lorenzo estavam perto da porta, à espera. Lucius havia sumido há muito tempo. Draco olhou para os amigos e suspirou. — É melhor irmos.

Narcisa mordeu o interior da bochecha, olhando ao redor uma última vez e tentando gravar os detalhes na memória. — Sim.

Draco segurou a mão da mãe, indo até a porta aberta e seguindo Theodore e Lorenzo para fora.

Ele trombou com as costas de Berkshire por estar olhando para a casa atrás de si. — O quê...?

Três homens com máscaras cinzas estavam no limite da propriedade.

— Merda. - Theodore xingou, empurrando-os de volta para dentro.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora