92 - Hogwarts, 1996

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Pansy estava quieta nesses últimos dias, e tanto Saori quanto Angel haviam percebido isso. Ela mal falava. Claro, não passou despercebido a elas que Zabini também andava meio esquisito. Mas se a amiga não queria falar, elas não pressionariam.

Saori continuava sonhando com Draco. Há três dias, Angel tinha criado a hipótese da poção do amor após a aula de poções, e há três dias, o comportamento anormal da japonesa foi explicado.

Angel estava ansiosa, esperando para conversar com Slughorn em privado e tirar suas dúvidas. Portanto, assim que a última aula do dia chegou ao fim, ela apenas deu um beijo em Mattheo - que já sabia do que se tratava a pressa - e correu pelos corredores da escola. Quando chegou na porta do escritório do professor, estava ofegante. Ela bateu, e ele disse 'entre'.

Ela abriu a porta, e viu o homem sentado em um sofá que ficava de frente para a lareira. — Angel Potter! - ele exclamou, levantando-se - Que surpresa tê-la por aqui.

Slughorn se aproximou e estendeu a mão para a aluna, que estava meio desconfortável por estar ali. Ela aceitou, sentando-se em uma poltrona, e o professor voltou para o sofá que estava. — Em quê posso te ajudar?

Angel olhou ao redor da sala. Uma mesa abarrotada de quinquilharias; um tapete velho e desbotado; um armário grande de madeira escura, mais alguns sofás... — Preciso saber quais os sintomas de uma poção do amor. - disse, voltando a olhar para o professor. Ele arqueou as sobrancelhas.

— Os sintomas, mas não a receita? - perguntou. Essa era nova para ele. Os alunos sempre queriam a receita, não os sintomas.

Angel fez um gesto confirmando. — É. E, dependendo da sua resposta, quero a receita do antídoto.

O professor bufou uma risada, se aconchegando mais no sofá. — Bom. É importante saber quem fez a poção. Dependendo da força do bruxo, mais poderosa ela se torna. - começou, fazendo um gesto com a varinha para que um frasco voasse pela sala e pousasse em sua mão - As poções de amor podem ser encontradas líquidas, sólidas, gazosas, em pó... E, assim que a pessoa inspira ou engole ela, está imediatamente sob os efeitos. Mas... não é isso que você quer saber. - ele concluiu ao ver o rosto entediado da loira. O professor riu, esses adolescentes de hoje em dia... - Os sintomas costumam ser os mesmos. Como é de conhecimento geral, quando você ingere a poção, se apaixonará pela primeira pessoa que puser os olhos. A poção dá a sensação de estar apaixonado; coração acelerado, palmas suadas, pupilas dilatadas... E, há quem diga que, se você já estiver apaixonado pela pessoa antes de tomar a poção, ela só aumentará os sentimentos. Cria uma espécie de obsessão.

Angel listou cada um dos sintomas com o olhar baixo, chegando a uma conclusão. — Pode me dar uma receita de antídoto para isso? - ela perguntou, voltando o olhar para o homem mais velho. Slughorn ergueu o frasco entre os dedos, o líquido brilhando em rosa-perolado por causa da luz do fogo da lareira.

— Aqui, querida. É o suficiente para umas quatro ou cinco dozes. Mas cuidado. Se a pessoa não estiver sob o efeito da poção antes de tomar isso, pode ser um veneno a ela.

Angel encarou o frasco por um tempo, pegando-o das mãos do professor e se levantando. — Obrigada. - ela falou séria e saiu da sala. Andando em silêncio pelos corredores, quase trombou com Harry Potter, se não tivesse escutado os passos do irmão e se escondido atrás de uma pilastra. Harry andava apressado, sussurrando para algo invisível. — Eu já disse, ele não vai me dizer. Deve ter medo ou alguma coisa assim. Afinal de contas, é o maior segredo de Voldemort.

Os pelos de Angel se arrepiaram quando o nome do Lord das Trevas foi mencionado. Ela permaneceu escondida por mais alguns minutos depois que o irmão estava fora de vista, e correu para a comunal. 

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora