101 - Mansão Riddle, 1996

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𑁍

Ela sentiu a pele se abrir na barriga, braços, pernas e costas. Sentiu a ardência que os cortes causaram e sentia o sangue escorrendo por si. Se prestasse antenção, conseguiria ouvir o gotejar dele no chão.

Mas... ela não gritou.

Aquele feitiço era novo nela. E ele a machucava da mesma forma que ela fazia em si, tantos anos antes, quando ainda se mutilava para aliviar sua dor. Ela reparou, com o coração pesado, que desde o primeiro beijo que teve com Mattheo, não havia mais passado lâminas sobre a pele.

E isso a deixou tão triste... pois faziam anos que ela não tocava nele da forma que havia aprendido a amar.

Os cortes na pele desceram um nível da carne, cortando ainda mais fundo. O sangue começou a sair mais rápido e formar uma poça absurdamente grande no chão. Mattheo havia deixado aquele feitiço para o dia que percebesse que ela não queria mais aquilo.

Havia deixado o feitiço que não doeria tanto nela, pois ela já havia se acostumado com aquele tipo de dor, por último. E só usaria ele uma vez, pois tinha prometido para si mesmo, que se um dia Angel não tivesse mais vida em si... Se um dia, os pensamentos selvagens dela estivessem calados, era porque ela teria desistido.

Ele já havia desistido há tanto tempo, que não conseguiria impedi-la. Então, queria dar paz a ela, pelo menos uma coisa que faria de bom para Angel.

Angel...

A garota que ele estava aprendendo a amar.

Ele chorou, as mãos tremendo, quando a cor sumia do rosto dela e ela piscava lentamente. Ela tentou murmurar algo, mas sangue escorreu de sua boca e se juntou à poça no chão. Ele não coneguiria, não conseguiria fazer aquilo.

Mattheo jogou a varinha no chão e correu, abraçando o corpo ensanguentado de Angel, chorando e gritando com o desespero que estava sentindo. Ele fez com que o feitiço parasse, e outro para que a pele se fechasse. Voldemort ordenou que ele se afastasse, mas Mattheo ignorou o pai.

Pelos deuses, ele tentou matá-la...

Mattheo ofegou sobre o corpo fraco de Angel, o sangue dela empapando nas roupas do garoto. Ele levou a mão ensanguentada até o rosto pálido da loira, agonizando. — Por favor... Por favor, Angel, não me diga que eu fiz isso. Por favor, eu só queria acabar com seu sofrimento, não vá ainda. Angel, pelos deuses, não vá ainda...

Ele chorava, sofrendo com a culpa enquanto apertava o rosto da garota nas mãos. — Angel, meu amor, por favor, volte para mim. Volte para mim, Angel, pelo amor dos deuses, me perdoe... - a voz embriagava e ele chorava, o peito doendo com todo o desespero - Que merda que eu fiz...

Voldemort o chamou mais uma vez, porém ele não obedeceu a ordem do pai de se afastar. Mattheo continuou ali, entrelaçando os dedos aos da garota e soluçando. — Angel, por favor...

A parede mais distante da sala explodiu. Mattheo e Angel foram arremeçados para o outro lado da sala. Ele abraçou o corpo mole dela contra o seu, protegendo-a quando suas costas bateram na parede. O ar se esvaiu dos pulmões dele.

Voldemort havia se protegido com um escudo, e se virou em choque para a parede estilhaçada. Oito figuras estavam ali, e era possível ver os comensais lutando contra mais inimigos do lado de fora. A poeira baixou, e o Lord das Trevas sorriu ao ver Dumbledore e Harry Potter em meio aos invasores. — Ora ora. Que surpresa agradável nós temos aqui.

Harry Potter olhou para Voldemort, expondo os dentes em desgosto. Dumbledore encarou o homem com uma calma calculada. — Entregue-nos os reféns. - Potter falou, olhando pela sala e vendo sua irmã e Mattheo desacordados no chão. Ele fechou o punho.

Voldemort sorriu. — Não vai ser tão fácil assim, pequeno Potter. - disse e ergueu a varinha. Tudo aconteceu rápido: Dumbledore empurrou Harry para trás de si, erguendo a varinha e rebatendo o feitiço de Voldemort, que ricocheteou na parede. Pansy, Saori, Draco, Blaise, Rony e Hermione, que estavam ali parados, trocaram olhares entre si e correram pelos escombos da sala, pisando sobre o sangue de Angel e chegaram até os dois.

— Tem muito sangue! - Hermione gritou preocupada para Saori. A japonesa tocou pelo corpo ensanguentado de Angel, não sentindo nenhum corte.

— Acho que Mattheo a curou! - gritou de volta. Os gritos vindos do lado de fora da casa aumentavam cada vez que mais comensais chegavam. A Ordem estava ali fora, junto de Theodore e Lorenzo, lutando para que não entrassem. Dumbledore e Voldemort lançavam feitiços atrás de feitiços, que explodiam cada vez mais o que havia restado da sala.

Harry Potter correu até onde sua irmã estava, olhando a bagunça de sangue e sujeira. — Ela está bem? - perguntou para Hermione, e a garota confirmou com um gesto, ficando séria. Potter olhou para Rony, que tinha ficado pálido ao ver a quantidade de sangue que havia nas roupas de Angel e Mattheo, e murmurou algo para o ruivo. Rony piscou, assentindo.

Um grito de vitória na parte de fora da casa, e Theodore e Lorenzo entraram, desviando-se dos feitiços perdidos do duelo entre o Lord das Trevas e Dumbledore. Harry olhou para Hermione, e ela assentiu.

Rony deu a mão para Hermione, a garota segurava firme no braço de Angel. Harry olhou para Dumbledore, que não devolveu o olhar, e segurou no ombro de Hermione. Saori ficou rígida quando percebeu o que fariam.

Ela gritou, correndo para se aproximar do grupo, mas quando seus dedos tocaram nos fios de Harry Potter, o grupo já havia aparatado.

E o lugar onde estavam ficou vazio.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora