89 - Hogwarts, 1996

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Ela gritou ao atingir o prazer mais uma vez, o corpo trêmulo deitando-se sobre o peitoral musculoso do moreno. Pansy ofegou, ainda tremendo.

Ela amava ficar por cima de Zabini.

Ele apertou a bunda dela, beijando seu ombro. — Linda, quer beber alguma coisa?

Ela sempre negava. Não queria que a relação deles mudasse, ficasse além do que já tinham. Embora soubesse que Blaise era apaixonado nela...

— Não, tudo bem. - respondeu, saindo de cima dele.

Mas ele não aguentava mais aquilo. Eles transavam toda semana. Ele já não conseguia mais tocar em outra garota sem pensar em Pansy; sem pensar no corpo dela ou em como ela era...

Ou no quão linda ela era. Ou na risada estranha que ela tinha, na sinceridade crua e cruel, e nos pensamentos intrusivos que ela dizia em voz alta para ele de vez em quando.

Tudo. Ele comparava tudo com ela.

— Precisamos conversar. - ele falou, o tom sério.

Blaise Zabini nunca tinha um tom sério.

Ela parou, suspirando. Sempre evitava essas conversas, mas ultimamente, ficava pensando se não poderia ceder um pouco...

— Eu sei que você não quer ter nada, e eu entendo. - ele começou, as mãos tremendo. Blaise terminava de amarrar a calça moletom, encarando as costas da morena e o cabelo channel que ela mantinha aparado - Mas, sei lá. Poderíamos tentar...

— Blaise... - ela tentou falar. Não é que ela não gostasse dele. Ela só gostava de sua liberdade de poder fazer o que quiser com quem quisesse. Mesmo que ela não tenha provado de outra boca há semanas.

Por favor, Pansy. - a voz saiu dolorosa e ela se calou - Por favor. Me dê uma chance.

Ele gostava tanto dela. Tanto, que quando a via sorrindo, seu peito doía. Tanto, que quando ouvia a risada, a voz ou os gemidos dela, ele sentia o coração disparar pelo corpo.

Amava cada centímetro do corpo dela. O cheiro dela. O gosto dela. Os sons que ela fazia...

— Me desculpe. - ela sussurrou, já vestida e ainda de costas para ele. Ele já esperava aquilo, pois sempre era assim.

Ela era um pássaro livre, afinal.

Mas de toda forma... ele ouviu seu coração trincando dentro do peito. Uma rachadura que se abria cada vez mais. Cada vez que ele a via, e não podia chamá-la de sua.

Ela saiu sem olhar para trás.

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Pansy estava mais quieta que o normal, Angel notou enquanto revisava o resumo que havia feito com a ajuda de Mattheo. Ela estava quieta, e Saori estava... estranha.

Precisava descobrir o que estava acontecendo com a japonesa, e rápido.

Ela percebeu que a amiga estava feliz. Fazia uma semana desde que ela anunciou o namoro com Draco, e nunca pareceu brilhar mais. Independentemente daquilo, ela ainda estava estranha.

Angel bufou. Estavam com uma aula vaga - pois a chuva forte da noite anterior impossibilitou a aula de herbologia, mas em breve teriam poções com Slughorn.

A loira juntou suas coisas da escrivaninha, saindo do quarto e dando um 'tchau' para as amigas que estavam imersas em seus mundos.

Ela foi até o quarto de Mattheo e bateu na porta. Ele atendeu mastigando algo.

— O que você tá comendo? - ela perguntou entrando no quarto e jogando a mochila cheia de livros na cama dele, antes de se jogar ali. Ele riu fraco, entregando para ela amendoins cobertos de chocolate. Ela pegou um punhado.

— O que você está fazendo? - perguntou mastigando e olhando para o teto. Ele suspirou, jogando-se deitado ao lado da loira e roubando um amendoim da mão dela - Ei! - protestou.

— Treinando. - ele respondeu.

— Treinando o que? - ela perguntou, a voz saindo engraçada por estar mastigando.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. — Legilimência.

— O que?

Faziam alguns dias que ele esteve pensando em contar para ela. Ela era sua atrevidinha, afinal. Ele senti essa necessidade absurda de contar tudo sobre sua vida para ela.

Mattheo engoliu em seco. — Legilimência.

— O que é isso?

— Leitura de mentes.

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— Haha! Errou! - Angel zombou. Depois de ter explicado melhor para a loira sobre a Legilimência e Oclumência, ela pediu para que ele testasse nela. Mattheo não quis dizer que já fazia isso sempre.

Mas agora, ele se divertia ao responder as perguntas dela - o jogo era: eu penso em algo, você lê minha mente e me diz no que pensei. Porém, ele errava de propósito, apenas para ver o nariz empinadinho da garota e o sorriso arrogante e brincalhão dela.

— De novo. Eu não acredito que você consiga ler minha mente mesmo, então vou pensar em um segredo. - ela falou com segundas intenções. Ele ergueu as sobrancelhas, esperando.

A mente dela virou uma confusão por alguns segundos, até que uma ideia se formou, tão clara como o dia. A expressão dele congelou. A dela também.

Eu amo você.

Era o que ecoava na mente dela. Pelo que se pareceram minutos, a frase continuou ali, fixa. Mas logo desapareceu, sendo substituída com algo sobre ela ter colado em uma prova.

— É... - ela limpou a garganta, piscando algumas vezes e torcendo para que ele realmente não lesse mentes - No que eu estou pensando?

Mattheo piscou, voltando a atenção para ela. Ele limpou a garganta com um "hm-hm" e chacoalhou a cabeça. — Você... Grudou chiclete no cabelo de uma menina do primeiro ano?

Ela forçou uma risada. — Não!

Ele riu fraco. — Pensa em outra coisa, boneca.

Ela fez um biquinho, rapidamente expulsando aquela frase da cabeça assim que ela ousou a aparecer, dando espaço para uma memória vívida que ela tinha.

Os olhos de Mattheo escureceram quando ele viu no que ela pensava.

— Você se tocava pensando em mim, Angel?

Ela congelou na cadeira. — Como você sabe?

Ele a via. Uma memória de quando eles ainda estavam no começo da... relação?

Os movimentos dos dedos da loira eram algo pecaminoso para ele. Os gemidos doces que ela dava, clamando seu nome, imediatamente endureceram seu pau. Mattheo olhou para Angel, que parecia imersa nas memórias. Ele puxou o queixo dela, atraindo sua atenção para si.

Mattheo aproximou seus lábios, mas não a beijou. Estavam tão próximos que sentiam a respiração um do outro sobre suas bocas. — Venha. - ele falou baixo, a voz rouca.

Ela não questionou. Levantou-se e deixou que ele a guiasse para fora da comunal, por entre os corredores e andares de Hogwarts, enquanto o desejo começava a aquecer sua pele. A memória ainda rebobinava na cabeça da loira, e ele continuava assistindo.

Ela estava respirando com dificuldade e ele puxava sua mão, até a torre de astronomia. Ela ofegou, olhando ao redor. — O que vai fazer comigo?

Ele sorriu de canto. — Testar coisas novas.

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora