82 - Hogwarts, 1996

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Quando a garota se acalmou o suficiente para respirar tranquila, eles saíram de onde estavam seguiram para a saída da biblioteca. Ela se sentia muito mais leve, agora que havia chorado tudo para fora.

Porém, antes de alcançarem o último corredor do lugar, Draco travou. Saori estava com o olhar baixo, então precisou levantar a cabeça para ver o motivo da pausa repentina.

Cedrico e Cho Chang estavam ali, conversando. Cho foi a primeira a notar que eles estavam ali, e seu sorriso brilhante se apagou. Cedrico já parecia estar de mau humor.

Os dedos de Draco envolveram com mais força a mão de Saori, e ela respirou fundo. O clima não estava agradável.

— Vamos. Deixa isso para lá. - a japonesa falou baixinho e, como se tivesse escutado, Diggory olhou em sua direção. Ele trincou a mandíbula, os olhos com um carinho frio.

— Saori. - falou em voz baixa, e Cho Chang se retesou. A japonesa fincou a unha na mão de Draco após perceber que ele respirava com uma calma esquisita.

— Oi. - ela não queria dizer o nome dele. Cedrico olhou para Draco, os punhos se fechando. A amante do lufano apoiou uma mão no ombro dele, como se estivesse alertando-o.

Cedrico riu. — Se rebaixou ao posto de puta?

Ele não sabia o porquê de ter dito aquilo, mas sentiu uma raiva imensa inundar seus sentidos. Ela era dele, e mesmo assim, tinha a pouca vergonha de aparecer com Draco Malfoy na sua frente?!

— Cuidado. - o loiro respondeu em um tom frio. Saori já havia escutado aquele tom de voz antes; Mattheo costumava falar assim quando via Harry Potter e Angel no mesmo cômodo. Era uma zona perigosa.

Cedrico gargalhou ironicamente. — Ou o que, Malfoy?

— Chega. - Saori falou baixo, mas eles não a ouviram.

— Eu vou acabar com sua raça, texugo do caralho. - Draco rosnou, os dedos da japonesa doíam pela força com que ele segurava sua mão.

— Você come a minha garota e ainda quer discutir? - Cedrico provoca, mas não foi Draco quem respondeu.

— Você me perdeu no dia que beijou ela. - Saori indicou Cho com o queixo, a voz baixa e séria calou os dois garotos - Então não sei porque continua falando como se fosse a porra da vítima.

Diggory bufou uma risada, desacreditado. — Saori. Vamos, pare com essa brincadeira. Foi legal e tals, mas já deu. Venha.

A japonesa encarou o ex-namorado com indignação. Ele tá falando sério?

O braço de Draco envolveu sua cintura, puxando-a contra si. — Ela é minha, seu pedaço de merda. E não vai a lugar algum com você.

Cedrico ignorou o loiro, embora tenha trincado a mandíbula ao reparar na mão possessiva do garoto sobre a cintura de Saori.

— Saori. - o tom foi como uma ordem. Ela olhou para a entrada da biblioteca, como se não visse o lufano.

— Vamos. Preciso pegar uma coisa no quarto. - disse para Draco, e Cedrico bufou.

— Saori.

Ela o ignorou novamente, virando-se para Draco. — Por favor. - ela disse tão baixo que ele mal ouviu - Por favor.

Estava cansada daquilo.

Ele engoliu em seco, tomando sua mão entre suas palmas e beijando seu pulso. Draco sorriu com perversão, aceitando a personagem. — Tudo bem, japonesa.

Ele ergueu o olhar, lançando ao lufano que encarava a cena com nojo, um olhar rígido. O mesmo que havia visto Mattheo dar para os garotos que secretamente olhavam para a bunda de Angel quando ela passava.

Morte.

Cedrico engoliu a resposta. Malfoy passou pelo meio de Cho Chang e Diggory, que resistiu de início, mas foi empurrado pelo loiro.

Draco segurava os dedos de Saori com uma força reconfortante ao puxá-la para fora, e ela seguiu o loiro de cabeça baixa. — Saori. - Cedrico chamou-a mais uma vez, e ela ignorou - Saori.

Mas eles já estavam perto da porta.

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— Eu não sou de ninguém. - foi o que ela disse quando chegaram no quarto da japonesa. Draco riu fraco, desacreditado.

— De nada, japinha.

Saori revirou os olhos; o coração ainda se acalmava pelo drama. Cedrico acredita tão inocentemente que ela pertence à ele, que suas entranhas corroeram com ódio. Moleques.

— Eu quero muito quebrar o nariz daquele merda. - o loiro falou após um tempo, observando a japonesa pentear o cabelo liso e trançá-los de frente ao espelho.

Saori bufou. — Acredite, eu também. Mas não estou afim de comprar mais dor de cabeça.

— Ele... merda, aquele porra pensa que é quem?! - exclamou com frustração - Saori, deixa eu socar ele. Só uma vez.

Ela encarou o loiro, que fazia um biquinho e havia entrelaçado os dedos em um pedido silencioso. Saori revirou os olhos, rindo. — Cala a boca, Draco.

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— Ele fez o que?! - Angel gritou com ódio. Quando Saori havia lhe enviado uma carta por meio de um primeiranista, dizendo que precisavam conversar, ela imaginou todos os cenários mortais do mundo em que ela tinha feito merda.

Mas, com toda a certeza, não imaginaria que Cedrico Diggory havia, mais uma vez, bancado o idiota.

Pansy encarava a japonesa de queixo caído. — Ele tem problema?

Angel não aguentou, explodindo em gargalhadas. A morena havia perguntado com tanta inocência, que realmente quis questionar aquilo. Não foi ironia.

Pansy piscou, confusa enquanto intercalava o olhar entre a loira e a japonesa. — Sério gente. Que menino estranho. Vocês tem certeza que ele não tem laudo nem nada?

Saori riu um pouco. — Que eu saiba, não.

Angel bufou. — Tinha que ser amigo do meu irmão. Parece que aquele círculo de amizade é formado por narcisistas, babacas e ignorantes.

— Nossa, sim. - Pansy concordou com veemência - Só candango esquisito.

A morena levou mais uma colher entupida de sorvete até a boca. Em algum momento, ela se lembrou que tinha um estoque de doces debaixo da cama, e agora o tapete preto e felpudo do chão estava coberto com embalagens e papel alumínio. Angel lambeu os dedos cobertos de chocolate.

— Homens. É por isso que eu não me envolvo com ninguém. - Parkinson declarou, falando como se fosse lei; os olhos fechados e as mãos na cintura.

Angel sorriu. — Mas e o Zabini, hein?

— Shiu.

Angel riu fraco, olhando para a japonesa enquanto as engrenagens de sua cabeça funcionavam. Ela ofegou.

— Saori, sua filha da puta ardilosa! - gritou pulando e se levantando, apontou um dedo para a japonesa e abriu um sorriso imenso - É pro Malfoy que você está dando!

Saori arregalou os olhos. — Quê?

Angel bufou. — Não se faça de idiota. Por que o Draco estaria na biblioteca? Na biblioteca? O Draco?? Vocês foram lá para se pegarem, sua pervertida!

A japonesa tinha as bochechas coradas. — Não fala assim.

Pansy gargalhou — E ela ainda confirma!

Saori escondeu o rosto na almofada que estava sobre seu colo. — Ah gente, aconteceu tá bom? É só sexo, de qualquer forma.

— Aham, tá. Agora que confirmamos isso, pode contar o que aconteceu de verdade naquela biblioteca. Eu bem estava achando que faltava coisa. - Angel se sentou novamente apoiando os cotovelos nos joelhos cruzados e esperou.

Saori revirou os olhos, sorrindo. — Ele tinha me chamado para lá...

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora