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Estava escuro.
Estava escuro há tanto tempo, que ela já não sabia que dia era.
Eles entregavam comida em horários confusos, e sempre a mesma coisa - pão duro, queijo embolorado e um copo d'água - o que a impedia de calcular o tempo.
No começo, ela havia se encolhido no canto da cela. Não tinha nenhuma luz, então seus olhos lutavam para permitir a visão de alguma coisa. Mas agora, silhuetas embaçadas eram distinguidas das sombras.
Um colchão fino, uma manta sobre ele. Um balde, para as necessidades, e uma escavação na pedra da cela - onde ela se sentava para chorar.
Várias vezes durante o dia, ela ouvia os gritos de desespero, vindos daquelas pessoas que estavam nas celas vizinhas à sua. Quando eles voltavam, guiados por empregados e uma pequena vela - que não era o suficiente para iluminar dentro da cela dela - os prisioneiros ficavam silenciosos. Nem mesmo um gemido.
Ela sabia que alguns deles morriam ali.
Depois daquela noite em Hogwarts, ela nunca mais viu Mattheo. Ela havia sido enfeitiçada e ficara inconsciente durante o percurso até onde quer que estavam. Mas sabia que ele não estava ali embaixo. Havia perdido a voz, naquelas primeira horas, gritando por ele.
Inútil, e lhe causou uma dor de garganta dos infernos.
Para passar o tempo, ela treinava. Corrigia seu próprio corpo no escuro, lembrando-se das lições de Saori, e ocupava a mente com o cansaço corporal. Ficava cansada o suficiente para saber que, quando dormisse, não acordaria com o choro sôfrego dos prisioneiros.
Mas ela sabia que aquela pequena paz iria acabar em breve.
𑁍
O corpo do homem caiu no chão, sem vida. Os olhos verdes perderam o brilho e o sangue já parava de escorrer.
Voldemort assistia o filho com orgulho. — Bom. Mas você o matou rápido demais. Algumas pessoas merecem sofrer, meu filho. De novo. - e estralou os dedos. Um Comensal da Morte trazia uma mulher jovem, na casa dos trinta anos, que chorava e tremia, tentando e falhando de se soltar do agarre.
Ela encarou o Lord, empalidecendo. — L-Lord das Trevas. - ela sussurrou, forçando o agarre do comensal ao fazer uma reverência - É-É uma honra. E-Eu...
— Tsk. Cale-se. - o pai repreendeu a mulher, que imediatamente fechou a boca. Voldemort olhou para Mattheo, que havia escondido as mãos por dentro dos bolsos, para evitar que tremessem. - Vamos, Mattheo. O que está esperando?
A mulher tinha cachos dourados como ela. Olhos castanhos e espertos como os dela. Cicatrizes nos pulsos como ela, porra.
Mattheo sabia que o pai estava brincando com ele, e que em breve, começaria a verdadeira tortura. Seis dias. Faziam seis dias desde que ele vira Angel. Eles foram separados ao chegarem na mansão de sua infância, e ele não tinha permissão para procurá-la. Se tentasse, seu pai a mataria.
Seis dias que ele matava os prisioneiros sem pensar, apenas para que ela não fosse punida. Seis dias que engolia o vômito e a vergonha, repetindo para si mesmo que estava salvando ela.
Por mais que chorasse quando era obrigado a enterrar os cadáveres ensanguentados. Por mais que tremesse quando erguia a varinha para cometer os maiores crimes que um homem poderia infligir à sua espécie.
Não era só matar. Era torturar, como ele havia sido torturado durante toda a infância. Era cortar a carne e o sangue espirrar em seu rosto, e bile ubir por sua garganta. Era assistir sem expressão, para que o pai não se irritasse.
— Mattheo. - a voz que tanto odiava o chamou. Ele olhou para o pai, ódio correndo pelas veias. Voldemort sorriu, erguendo as sobrancelhas - Mate.
O garoto olhou para a mulher, que tremia e chorava e murmurava. Ele ergueu a mão, firmando o máximo que conseguia; o coração errou uma batida. — Crucio. - murmurou, e sentiu a magia correndo por seu corpo e se concentrando na ponta da varinha.
Mas o feitiço não aconteceu.
Voldemort sorriu ainda mais, as sobrancelhas altas. — Ah!
Para lançar uma maldição imperdoável, você precisa querer lançá-la.
Mattheo tremeu, medo inundando seu corpo quando a mulher foi puxada para fora da sala e outra foi traga para dentro. Ele queria soluçar ao vê-la ali; tão pálida e confusa. Angel olhava com medo pela sala, os olhos captando instintivamente cada janela que pudesse usar para uma fuga.
A atenção dela parou em Mattheo. Ele estava com as olheiras profundas e parecia abatido. Sangue manchava os braços, mãos e rosto dele, além das roupas. O estômago dela se revirou.
O que ele estaria passando...
Angel deu um soluço de alívio e medo, e Mattheo precisou de toda a força que tinha para se manter no lugar e não correr até ela. Voldemort encarava os dois com satisfação e um prazer doentio. Ele estralou os dedos, e outra porta do cômodo luxuoso foi aberta, dois comensais entraram trazendo um objeto.
Mattheo perdeu toda a cor do rosto, as pernas falharam. — Não... - sussurrou para ninguém em específico.
A mesa foi colocada no centro da sala.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...