59 - Hogwarts, 1996

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O suor escorria pela testa dele, pingando para uma imensidão até a grama. Blaise e Berkshire estavam alguns metros abaixo dele, e Nott do outro lado do campo. Os outros jogadores estavam espalhados durante o treinamento, mas seu foco estava nas nuvens, pouco acima de si.

Ele tinha visto o Pomo de Ouro há pouco. O borrão dourado havia passado perto de Theodore, minutos antes, e disparado para cima e cima e cima.

Draco havia voado o mais rápido que a vassoura permitia, e agora estava ali. Encarando o céu cinzento da Inglaterra.

Há uma hora e meia, pelo que ele havia contado, Angel havia aparecido ali, e estava gritando e dançando como uma líder de torcida por eles. Zabini ria toda vez que ela gritava "Zabini Zabinão, dono do meu coração!" para, quando ele errasse, ela dissesse "Esquece seu merda! Bleeeeeh!"

Ele xingou a loira algumas vezes, até que Mattheo havia chego - o moreno vivia fumando ali no campo - e o encarou com desafio.

Pansy também estava ali com a loira, e, quando ela chegou, Blaise quase caiu da vassoura. Idiota apaixonado.

Onde Saori estava, ele não sabia. Mas não tinha aparecido por ali.

Ele olhou para cima, algo brilhou na sua esquerda. Draco voou, o vento bagunçando os cabelos e fazendo seus olhos lacrimejarem. Ele se inclinou, a bolota voava há poucos metros. Perto... tão perto e...

Um balaço se chocou contra ele, e sua vassoura virou e virou. Quando conseguiu se equilibrar, encarou para os jogadores abaixo; Berkshire estava rindo de lacrimejar, Nott se curvava ao gargalhar e ele soube na hora que Zabini era o culpado.

O loiro encarou Blaise, que estava com uma cara de tacho. Ele deu de ombros, um sorriso envergonhado no rosto. — Me desculpe... eu me distraí.

Ah, Draco sabia o que havia distraído o moreno. Olhou uma vez para baixo, vendo Pansy, que chupava um pirulito.

Pervertido de merda.

Draco mostrou o dedo do meio para o amigo, Lorenzo e Theodore gritavam ainda mais a gargalhada, e voltou a procurar o Pomo.

Brincadeira, viu.

𑁍

Mattheo assoprou a fumaça, a nicotina carinhosamente afastando sua dor de cabeça. Angel olhava para o time da Sonserina no céu, gritando e xingando os jogadores ao treinarem, principalmente Zabini.

Ele queria gargalhar quando ela ficava puta por Blaise acertar algo.

Segundo a loira, Saori estava com a irmã. Pansy havia chego com um saco de doces, e aquelas duas tinham engolido cada bala, chocolate e chiclete até sobrar apenas migalhas. Agora, a menina chupava um pirulito que, com muito humor, Mattheo tinha a impressão de ter sido a culpa da distração de Blaise.

Ele assoprou mais uma vez, fechando os olhos e sentindo o prazer inundando seu corpo inteiro.

Prazer.

A imagem de Angel, com as costas arqueadas enquanto quicava em seu pau; gozando lindamente com os olhos entreabertos e um gemido fraco escapando de seus lábios.

Merda.

Sim, ela era seu maior prazer. Em todos os sentidos.

A loira se aproximou, suspirando. — Eu gosto de você.

Ele arqueou as sobrancelhas. — O que quer dizer?

— Ah... O que significa. Eu gosto de você.

Ela não diria que havia passado a noite pensando nele. Imaginando todos os cenários clichês e idiotas que conseguiu lembrar; eles fazendo um piquenique. Na praia. Se beijando na chuva e transando na cachoeira. Dizendo aquelas palavras.

Um anel no dedo dela.

Mattheo sorriu. Ela gostava dele. Ninguém nunca havia dito que o apreciava. E ela gostava dele.

Para alguém que nunca recebeu nada, aquilo era o mundo.

O peito dele se apertou de uma maneira que nunca havia feito antes. E ele... sentiu vontade de chorar.

Angel encarou seu rosto abalado, pensando se havia dito algo de errado. Desejou ter ficado quieta, guardado os sentimentos para si. Estava começando a sentir aquela sensação ruim no peito quando ele a abraçou.

Mattheo inspirou seu cheiro profundamente, tremendo de leve. Pansy imediatamente encontrou um ponto no banco em que estava sentada, e percebeu o quão interessante era a falha da madeira.

Angel apertou os braços ao redor dele, tão trêmula quanto. Eles ficaram ali, apenas sentindo o cheiro um do outro por muuuuito tempo.

Ele se afastou, engolindo tamanha felicidade, que o fez lacrimejar. Encostou suas testas, as mãos nas bochechas da menina, e beijou os lábios macios dela. — Eu também gosto de você.

Merda, ele gostava mesmo dela.

Ainda ignorava a sensação, ignorava as palavras que sempre ficavam na ponta de sua língua ao vê-la.

Eu te amo.

Ele nunca havia amado ninguém. Ele não amava ninguém.

Mas ela...

Ela sorriu contra os lábios dele, o coração pulando rapidamente no peito. Tão rápido... poderia se igualar à velocidade da luz.

Ah, Mattheo.

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora