133 - Mansão Nagasaki, 1996

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— O que você está lendo? - Mattheo perguntou horas mais tarde. Angel estava deitada em um grande sofá creme com bordados em rosé e branco, de frente à imensa lareira da sala de estar. Os pés da loira estavam sobre o colo do moreno, que os massageava.

Angel entregou o livro para ele, que folheou com interesse. — Esses feitiços são... cruéis. Onde encontrou esse livro?

Ela deu de ombros. — Os gêmeos roubaram de Hermione e me deram.

— Os gêmeos? Fred e Jorge Weasley?

Ele então percebeu que pouco haviam conversado sobre aqueles dias de Angel n'A Toca. A garota sorriu, afirmando com um gesto. — Sim. Eles me ajudaram muito naquele tempo.

— Pode me contar mais? - ele olhava para ela ao começar a massagear a panturrilha da garota. Angel fechou o livro sobre o peito, colocando as mãos atrás da cabeça e fechando os olhos ao suspirar.

— Harry não deixava eu falar com ninguém, nem sair do quarto. Acho que não queria que eu o envergonhasse ainda mais haha... - ela estalou a língua, revirando os olhos - Mas os gêmeos não achavam essa atitude certa, então viviam indo até meu quarto e puxando papo.

— Eles te ajudaram a fugir?

— Sim. Como sabe? - ela franziu as sobrancelhas para ele. Não tinha contado isso para ninguém ainda. Tinha?

Mattheo deu de ombros. — Você estava transformada em um deles, se lembra?

— Ah, é verdade. Enfim, sim. Eles me deram aquela mochila, os livros, e a poção polissuco.

— Se eles estão do lado do seu irmão, por que te ajudariam? - ele realmente não conseguia entender.

Angel deu de ombros, franzindo o cenho. — Sei lá. Acho que eles gostaram de mim, só isso.

Mattheo rolou a língua dentro da boca, revirando os olhos, o que fez Angel rir. Ela se sentou, envolvendo o pescoço do garoto com os braços e beijando sua bochecha. — E me ajudaram a fugir porque sabiam que eu estava infeliz lá. Eu não tinha você, afinal de contas. Nem ninguém mais.

— Vocês se tornaram amigos? - ele olhou para ela, apertando sua coxa. Angel sorriu.

— Acho que sim.

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Saori puxou Pansy escada acima, entrando do quarto de Angel. A loira estava aos beijos com Mattheo, e se assustou com a invasão. — Ei!

— Desculpa amiga. Mas eu realmente preciso falar com você. - a japonesa parecia inquieta, o que fez Angel se preocupar.

— O que aconteceu?

Mattheo deu um último beijo na testa da garota antes de murmurar que precisava ajudar Blaise com algo, saindo do quarto.

Saori suspirou, sentando-se na cama e curvando os ombros. — Eu não consigo mais.

— Não consegue o quê? - Pansy havia se sentado ao lado de Angel, pegando uma almofada creme com o tecido bordado e a colocando no colo.

— Fingir que eu não gosto dele. - a japonesa respondeu em um tom baixo.

Angel mordeu o interior da bochecha, indo abraçar a amiga. — Veja pelo lado bom. Você não enganou muita gente...

Pansy bufou uma risada e Saori revirou os olhos. — Caramba gata, me ajudou bastante.

Pansy estalou a língua. — Vocês obviamente gostam um do outro, Sa. Todo mundo percebeu. Draco parece perdido quando você não está na mesma sala, e fica te encarando com aqueles olhos cinzas... - ela colocou a mão em formato de binóculo ao redor dos olhos, arregalando-os - Se vocês se gostam, fiquem juntos ué.

Saori negou. — E se ele pensar que tudo é por causa da poção? Não é por causa dela, eu já entendi isso. Mas e se ele só retribuir por causa disso?

— Ele nunca faria algo assim, Sa, e você sabe. - Angel afagou os ombros da amiga em um carinho - Vocês só ficam sofrendo com esse término silencioso.

A loira já havia percebido que a amiga sempre passava a mão pelo dedo anelar direito, onde ela usava um anel. Procurava o objeto inconscientemente sempre que Draco entrava na sala.

Pansy suspirou. — Eu queria que tudo voltasse a ser como era.

— Como assim? - Angel virou-se para a amiga, preocupada.

— Antes de eu dizer pro Zabini que não queria ficar com ele.

— Espera aí. O quê? - foi Saori quem questionou, virando o corpo todo para a morena

Pansy choramingou. — A gente tinha acabado de transar, e ele pediu para que tentássemos algo a mais. Mas eu adorava essa sensação de liberdade que eu tinha com ele sabe? Sexo sem compromisso, amigos, companheiros e os caralho a quatro lá. Então eu disse "me desculpe". Agora ele não consegue olhar para mim sem ter uma mistura de ódio naquela cara.

Angel gargalhou. — Ele se declarou para você e você disse me desculpa?

Pansy choramingou com exagero, deitando-se no colchão. — Eu só queria poder voltar e dizer que gostava dele também.

— Mas você gosta dele mesmo? Ou só é a carência falando mais alto? - Saori perguntou.

Pansy fechou a boca com força, franzindo as sobrancelhas. — Eu sempre gostei dele. Não do jeito apaixonado, mas porque eu amava nossa dinâmica e nossa amizade. Mas de repente, tudo muda, e ele não gosta mais de mim. Isso machuca um pouco. Não acho que eu esteja pronta para me apaixonar por alguém, mas se ele fizesse esse mesmo pedido para mim hoje, eu aceitaria.

— Então você não quer um romance agora, mas quer ele? - Angel arqueou as sobrancelhas, tentando entender.

Pansy negou com a cabeça. — Não quero um romance, mas quero o que a gente poderia ter tido. Nós iríamos nos apaixonar em algum momento. Ou pelo menos, eu iria. Ele já estava apaixonado por mim na época. - a voz foi diminuindo aos poucos - Eu acho que gosto dele, mas não quero admitir.

— Eu tenho certeza disso. - Saori respondeu - Mas se você for machucar ele com essa indecisão de "eu quero mas não quero", é melhor não fazer nada.

Pansy suspirou. — Eu sei.

Elas ficaram em silêncio por um tempo, até que Angel falou. — Gente... vocês também acham que o Theo e o Loren se pegam gostoso quando ninguém tá olhando?

Saori gargalhou. — Porra, sim!

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora