— Saori. - disse sua avó, rouca - Olhe o que eu tenho para você.
— Obāchan, a senhora não deveria se esforçar agora... - a menina chorou, um soluço ficando preso em sua garganta.
— Besteira... - ralhou a senhora. Ela parecia se esforçar muito para conseguir virar o corpo. A velhinha finalmente alcançou a mesinha ao lado da cama, tirando uma pequena caixinha de seu porta jóias - Pegue menina... vamos, pegue! - disse, estendendo a caixinha de veludo para Saori.
A garota tomou o objeto em mãos, deixando-o no chão para ajudar sua avó voltar a se deitar. — Abra a caixa, Saori. Eu não iria te dar uma caixa... - tossiu, rindo.
A garotinha abriu a caixinha, vendo um anel ali dentro. Ele possuía um aro fino de prata, e uma esmeralda redonda no centro. Era simples, mas lindo. — Quando você for para Hogwarts, em... quantos anos você tem mesmo? - ela perguntou, e Saori riu; sua avó nunca se lembrava de sua idade.
— Oito, Obāchan. - respondeu em meio às lágrimas.
— Ah, minha nossa. Como eu estou ficando velha... - choramingou a velha, a tosse que deu não era muito saudável.
— Obāchan! - exclamou Saori ao ver o sangue que machou o lenço de sua avó. Ela se aproximou, mas Ayame fez um gesto para que não se preocupasse.
— Então... hm... - limpou a garganta - Quando você for para Hogwarts, em três anos, quero que você entre na casa que tem essa cor aí. Na verdade, eu sei que você vai ir para a Sonserina mas... - e tossiu novamente. Para ser sincera, Saori estava tão preocupada com o sangue que escorria da boca de sua avó, que não registrou muito bem as palavras da mulher - Escutou?
— Ah? Ah, escutei... - murmurou - Mas por que eu preciso ir para lá?
A avó fechou os olhos por um momento, a sombra de um sorriso aparecendo em seus lábios. Os olhos não enrugaram como costumavam fazer, e isso apertou o coração da menina. Sua avó estava morrendo, e ela sabia disso.
— Eu vou te contar uma coisa, Saori, então venha mais perto porque eu vou sussurrar. - a velha falou, checando para ver se não havia ninguém no corredor. Saori engatinhou, sentando-se sobre os joelhos para ouvir o segredo da avó. Ela abaixou um pouco o tronco, sentindo o cheiro de flores que exalava da mulher - Preste atenção, é uma história.
"Há muito tempo, uma adolescente rebelde fugiu de casa quando aprendeu a aparatar, porque ela não queria se casar com um garoto. A família dela estava planejando um casamento arranjado para ela. Enfim... - riu - Ela fugiu, mas não sabia para onde ir, então foi para a Inglaterra. Lá, um homem chegou para ela dizendo 'Ayame, sei de suas habilidades. Quer estudar em Hogwarts por um tempo?', e ela aceitou."
— Estamos falando da senhora, Obāchan?
— Shiu menina, estou contando. - ela fez um bico, voltando a encarar o além, perdida em memórias - Mas antes mesmo de ela terminar o primeiro mês lá, como parte da Sonserina, seus pais a encontraram e levaram ela de volta para o Japão.
— Ah! E aí?
— Ela precisou se casar com aquele garoto, e ele até que era legal. Mas a história não acaba aí. Um dia, chegou uma coruja para ela, de um antigo amigo. Ela deveria ter uns vinte anos na época... Bom, esse amigo e ela, tinham vivido um romance naquele mês que ela ficou em Hogwarts. Ele foi seu primeiro amor, mas acabou morrendo há alguns anos, lutando contra o Lord das Trevas.
— Quem?
— O nome dele não importa agora, ele já foi derrotado... espero. Bom, naquela carta ele dizia que a amava para todo o sempre. E, junto no pacote, ele enviou uma pedra verde.
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A Biografia de Mattheo Riddle
Fanfiction⚠️ ATENÇÃO. Esta fanfic possui cenas de talhadas de abuso, agressão, tortura, estupro, sexo e mutilação, podendo causar gatilhos em muitos leitores. Leia com consciência. ......... "Eu jurei, prometi aos céus e aos deuses que vingaria cada segund...