76 - Hogwarts, 1996

275 38 2
                                    

A confusão de fôlegos, pele, toques e gemidos era tudo o que ela via ao se reunir com Draco Malfoy.

Há duas semanas, aconteceu a festa que teve o potencial de ter mudado sua vida. Eles estavam se encontrando desde então.

Um alívio para o estresse; entre as aulas, durante o intervalo. Antes do jantar.

Quando a ansiedade do loiro atacava mais ainda, após uma reunião falha sobre um possível plano para cumprirem a missão.

Beijos e toques e gemidos e soluços.

Fazia tempo que ela não se sentia tão relaxada.

Saori acompanhava Angel pelos corredores de Hogwarts; havia uma tensão esquisita no ar, como se algo fosse acontecer.

A loira estava estranha. Andava meio avoada, dispersa. Parecia preocupada; se era por causa de Mattheo, ou do silêncio incomum de Harry Potter sobre qualquer coisa, ela não sabia.

Angel suspirou. — Eu estou afundada na merda.

— Por que? - perguntou sem olhar para a amiga. Angel olhou ao redor, vendo que o corredor estava praticamente vazio, com excessão de um grupo de crianças na outra ponta de onde estavam.

— Estou me apaixonando por ele. - ela finalmente disse. Saori picou, o único sinal de surpresa que demonstraria.

— Isso é algo ruim? - a japonesa questionou ao perceber o tom triste que a loira usou.

— Eu... não sei. - bufou uma risada falsa - Quero dizer. O cheiro dele já impregnou na minha fronha, e eu mal passo a noite no meu quarto. Sou desesperada por qualquer toque dele, e eu quero passar minha vida ao lado dele. - elas continuavam a andar; a loira brincava com os dedos.

— Isso pode ter virado uma dependência emocional, Angel. - Saori advertiu e a loira negou com um gesto.

— Não. Não é uma necessidade desse tipo. É... como se minha vida fosse melhor por causa dele. Como se eu tivesse passado a viver de verdade depois que ele me beijou. Como se...

— Ele fosse a luz dos dias escuros?

Angel riu fraco. — Meu coração acelera perto dele, quando sinto seu cheiro ou seu toque. Mas ao mesmo tempo, minha ansiedade some e eu me sinto a pessoa mais tranquila do mundo. Ele virou uma espécie de Porto Seguro para mim nesses últimos meses, e não sei se me sinto mal por isso. Até porque, quem ele é... O pai dele...

— Sabe que ele não deixaria nada acontecer com você. - a japonesa parou no corredor, a mão indo para o ombro da amiga, apertando de leve - Eu sei disso. Você sabe disso. Se Voldemort fosse atrás de ti, Angel, você sabe que ele massacraria o mundo por você.

Ela expirou. — Eu sei.

— Então, quem ele é ou deixa de ser, não afeta em porra nenhuma.

— Mas, o Harry ele...

— Angel, escuta o que eu vou te dizer. - o tom de Saori era firme e sério. A loira engoliu em seco - Sua felicidade é a sua felicidade. Pare de se importar com o que seu irmão vai pensar sobre; pare de se importar sobre o que ele vai falar de você. Ele é Harry Potter, tá. E daí? Você é você, Angel, e ele não tem o direito de ditar sua vida, ou falar qualquer porra sobre.

O tapa moral ardeu na bochecha de Angel. Ela inspirou fundo, absorvendo as palavras da amiga. — Você tem razão.

— É lógico que eu tenho razão.

— Passei minha vida inteira tentando agradar Harry, para que ele gostasse de mim. E no fim...

— No fim ele te acusa de traição e fala que você sempre respira e vive só para atingir ele. Na cabeça narcisista do seu irmão, Angel, você tem inveja dele.

A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora