78 - Hogwarts, 1996

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Os três garotos ficaram tensos. — Como é que é? - Blaise cochichou, e levou um 'cala a boca, Zabini' de Theodore.

Angel suspirou, olhando para Mattheo. Ele tornava as coisas tão mais fáceis, só de estar lá. Ela sorriu de leve.

— Quando Voldemort foi atacar a casa do casal Potter, e falhou ao matar Harry, minha mãe estava grávida. Só ela sabia da gravidez, pois eu ainda era um cisco na barriga dela. Deveria ter uns dois ou três meses, a barriga nem aparecia.

"Alguém fez meu parto. Não sei quem, mas sei que minha mãe havia lançado um feitiço de proteção para mim, o que garantiu que eu sobrevivesse. Quando quem quer que tenha me salvado chegou na casa, a barriga dela brilhou. Brilharia se eu estivesse viva; continuaria normal se eu tivesse morrido. Ou algo assim.

"Fiquei internada no St. Mungos até completar meus três anos. Aí fui levada para a casa de meus tios, onde Harry cresceu.

"Eles ficaram surpresos, lógico. Falaram que era impossível, que minha mãe deveria estar viva, e baboseiras assim. Enfim. Só me viram como outro peso, então essa parte não importa.

"Harry nunca gostou de mim. A mentira que os Dursley haviam contado era que minha mãe tinha morrido em meu parto e que meu pai havia nos deixado ao descobrir de minha gravidez. Isso fez a cabeça dele.

"Harry veio para Hogwarts um ano antes de mim. E aí ele descobriu toda a história de herói dele, e ficou... ainda mais diferente.

"Ele mudou.

"Passou a ter um ego enorme por causa do que ele representava no mundo bruxo, e se já me tratava mal antes... ele estava irreconhecível.

"Sem me perguntar nada, sem nem conversar comigo... meu irmão e a Ordem da Fênix decidiram que eu deveria mudar de nome. Para ser mais seguro, mas não por mim. Por causa de Harry. Pois assim eu não seria um peso para ele. Então... Angel Potter virou Angel Fallen. Ninguém me perguntou sobre como eu me sentia em relação à isso.

"E tiveram mais coisas. Harry ficou paranóico, dizendo que eu fazia tudo para atingir ele pois tinha inveja de sua fama. Blasfêmia. Eles... - ela engoliu em seco - Me acusaram de tentativa de homicídio. Me acusaram de colocar o nome de Harry no cálice, e nem me pediram as devidas desculpas quando fui provada inocente."

Mattheo fechou o punho, com ódio.

— E sempre foi assim. Ele me acusava de coisas idiotas e absurdas, falando que eu invejava quem ele era e sua fama. Que eu era a porra de uma vadia vingativa. Eu nunca... Nunca nem imaginei a opção de ter a fama dele. Se fosse para eu me tornar narcisista como meu irmão, prefiro viver sob um bueiro. - ela riu sem humor, olhando ao redor da sala. Quando seus olhos se encontraram com os de Mattheo, ela se sentiu calma.

Angel inspirou fundo, fechando os olhos. — Agora o mundo bruxo sabe sobre mim. É questão de tempo até sair nos jornais e...

— E meu pai descobrir sobre ela. - Mattheo completou. Ela assentiu, todos ficaram tensos na sala.

— Iriam atrás de mim por causa do meu parentesco com Harry. Vão ver essa coisa de terem me mantido em sigilo por tantos anos como uma forma de me proteger, e interpretarão errado pensado que ao atingir a mim, atingirão meu irmão. Grande idiotice. - revirou os olhos - É capaz de eu criar mais inimigos que Harry.

Draco fechou a expressão. — Não. Estamos juntos nessa merda, Angel. Você está segura conosco.

Blaise bufou. — Você é uma de nós agora, loirinha. Todas vocês são. Nosso grupo é inalcançável porque fizemos assim e, se for para te tirar dos confins do inferno, nós vamos estar lá para você como bons pés no saco.

— E posso afirmar com certeza que Mattheo estará lutando com o diabo para te proteger. - Pansy disse com um sorriso. Mattheo revirou os olhos.

Angel se sentiu acolhida. Pela primeira vez, talvez na sua vida toda.

Tinha uma família agora. Uma que não diria para ela que deveria ter morrido.

Theodore sorriu. — Cara, eu preciso de uma bebida forte.

Lorenzo revirou os olhos. — Acabou o whiskey.

— Mas já?! - foi Draco quem disse - Seus porra, eu comprei sete garrafas!

Pansy deu de ombros. — Eu quem não fui.

Zabini encarou a garota, sorrindo como um gato. — Foi sim, gata. Só não se lembra.

Nott gargalhou e Berkshire segurou um sorriso. Pansy revirou os olhos, murmurando algo.

Era tão bom. Essa coisa que eles faziam para aliviar o clima.

— Então. Vamos beber ou não? - para a surpresa de todos, foi Saori quem disse.

— Sim, por favor! - Pansy respondeu e eles se levantaram para sair.

Angel foi a última a se levantar, Mattheo ficou esperando-a na porta. Ela foi até o moreno, suspirando.

— Você está bem? - ele perguntou com a voz baixa. Era possível escutar os gritos dos amigos metros lá na frente frente.

Ela engoliu em seco. — Não.

— Está com medo? - ele se aproximou, tocando o ombro dela.

Angel negou. — Não. Estou puta. É algo chocante, sim, mas eu tô puta pra caralho. Era a minha identidade, e mesmo isso ele tirou de mim.

Mattheo bufou, enlaçando a cintura de Angel e puxando-a para perto. Ele ergueu seu queixo com um dedo, aproximando os lábios dos dela. Mattheo roçou as bocas, deixando um beijo no canto dos lábios macios de Angel. Ela suspirou. Mattheo sorriu.

— Vai ter sua vingança, querida. Se você quiser.

Ela devolveu o sorriso. — Obrigada.

Ele tomou os lábios dela em outro beijo; o peito dele se apertando com algo que ele não sabia o que era. O coração dela explodindo no peito, e a cada batida, três palavras.

Eu te amo, eu te amo, eu te amo.

Ela se sentiu completa, inundada pela primeira vez na vida.

Se sentiu viva.

𑁍

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A Biografia de Mattheo RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora