Meu Coração Te Escolheu - Joade

Capítulo 12💛

Por João Guilherme :

Acordo tarde ainda me recuperando da festa de ontem, até agora não acredito que beijei a Jade.
Ela estava bêbada, pode nem lembrar mas eu sinto que ela queria também.
Ela saiu sem se despedir e eu até entendo, ela estava sem condições e claramente estava sobre efeito do álcool.
Eu também já havia bebido, e 100% sóbrio eu não estava, mas eu lembro cada detalhe e de como foi bom, parecia até um sonho.

Até agora não tinha ligado, nem mandado mensagem pra ela, estava com medo, talvez ela nem lembre ou esteja profundamente arrependida ou simplesmente coloque a culpa na bebida.

Olhei pela 5° vez o visto por último da Jade e vi que dessa vez ela tinha olhado as 18 horas, agora já passava das 19.

Ela não me mandou nada, isso me faz entrar em desespero.
Decido ir dormir, com todos esses acontecimentos eu não consegui dormir direito, amanhã tenho aula então preciso me recuperar.

Apenas desligo as luzes e fecho os olhos, já sentindo o sono me dominar.

...

- Filho, filho...

- O que é mãe? - Falo com a voz afetada pelo sono.

- Levanta, seu celular já despertou 2 vezes. - Ela me balança.

- Não vou hoje mãe, tô cansado. - Digo virando para o outro lado.

- Vai sim, já perdeu aula demais. Vai levanta, preguiçoso. - Ela diz puxando minha coberta.

- Aff, só hoje mãe - Digo me cobrindo novamente.

- Nem pensar, levanta agora João Guilherme. - Ela puxa novamente.

- Mãe, por favor! - Digo choromingando.

- Não, levanta logo João. - Ela diz firme.

- Aff viu - Digo me levantando e entrando no banheiro.

- Te espero lá em baixo. - Ela grita.

Faço minhas higienes, tomo um banho quente e coloco meu uniforme.
Desço, tomo um café rápido e minha mãe me deixa no colégio.

Cheguei na escola cedo por conta da carona da dona Naíra, só tinha o David quando cheguei.

- Eai cara - David me cumprimenta assim que chego.

- Eai, Dey - Falo fazendo o toque com ele.

- Como está se sentindo? - Ele me pergunta com um sorriso sarcástico.

- Normal Ué - Digo figindo demência.

- Conta outra João. - Ele diz revirando os olhos.

- O que? Porque estaria me sentindo diferente dos outros dias. - Pergunto tentando manter minha demência.

- Aff, João...sua tentativa de fazer a egipcia falhou. Você ficou com a Jade, só isso, ou isso é uma coisa que acontece todo dia? ah, para João Guilherme.

- Oxe, calma cara...não acontece todos os dias, mas eu tô normal horas. - Digo dando de ombros.

- Sei, quem não te conhece pode até acreditar mas eu meu amigo, impossível. - Ele diz batendo de leve no meu ombro.

- Tá, Tá...eu estou apavorado - Digo finalmente expondo meu estado.

- Kkkkkk, sabia - Ele diz rindo da minha cara.

- É sério, não rir David. - Digo sério.

- Tá tudo bem, Jojo - Ele diz e continua gargalhando

- Não me chama assim, David. - Digo irritado.

- Credo, cara chato. - Ele diz.

- Chato é você, me chamando de Jojo, meu nome é João Guilherme. - Digo sério.

- Credo, desculpa Jojo. - Ele fala, levantando os dois braços em rendição. - Ele diz e saio sem dizer nada.

- Ei calma João, mano não vai embora, me espera cara, era brincadeira seu chato. - David vai atrás de mim gritando.

David me alcança e fica calado, ainda bem... Depois encontramos Mafe, Chris e Giovanna sentadas.

- Oi meninas, bom dia - David diz abraçando cada uma.

- Oi Meninas - Digo abraçado cada uma.

- A Jade ainda não chegou ?  - Pergunto não a vendo por ali.

- Chegou sim, ela foi ao banheiro, já volta. - Mafe diz.

- Ah, sim. - Digo agoado.

- Tá tudo bem João?  - Mafe pergunta percebendo meu nervosismo.

- Está sim, Mafe. - Digo mais relaxado.

- Hum, sei. - Ela diz sem se convencer muito.

- Bom, temos que ir pra sala, né Dey? - Digo fugindo daquela situação, posso parecer um otário mas estou com medo de ver a Jade.

- É? - David pergunta sem entender.

- É cara, tchau meninas. Boa aula.

Puxo o David sem esperar resposta das meninas e vou pra sala.

- Fugir dela não resolver nada. - David diz quando finalmente entramos na sala.

- Não estou fugindo, estou evitando isso neste momento, o que é bem diferente. - Digo sentando na minha cadeira.

- Nossa e isso vai mudar o que? Absolutamente nada. - David diz sentando na cadeira ao lado da minha.

- David, na boa me deixa resolver minhas paradas do jeito que eu achar melhor, você é meu melhor amigo mas isso não te dá o direito se meter desse jeito na minha vida. - Digo sendo mais grosso do que queria.

- Tá ok, João. Me desculpa, te garanto que não vou me meter na sua vida mais. - Ele diz pegando sua mochila e saindo da sala.

Respiro fundo, pensando na merda que fiz. Não queria ter tratado o David daquela forma, mas eu estava de cabeça quente. Ele estava sempre certo e isso me irrita, porque não consigo fazer as coisas certas na hora certa.

Sou burro mesmo, o David me ajudando e eu falando merda pra o cara, meu Deus ! Vou terminar sem amigos, a Jade tá ferrando com minha vida e nem sabe. Não é ela na verdade sou eu e esse amor, que veio para me enlouquecer.

Abaixo a cabeça e deito sobre os braços, e escuto um barulho de alunos chegando, ótimo, a aula vai começar, logo aula de história do tal Arthur, um tédio.

O David entra por último e se senta perto do Rico. Ele tá chateado real.

Quando ia voltar a minha posição de dormir, o professor chega acompanhado por uma garota, linda por sinal, um anjo, é maravilhosa.
Quem pensou na Jade, acertou. Ela estava com alguns materiais nas mãos, e uma cara nada boa.

- Pode colocar aqui, Jade. - Arthur fala apontando para o birô, ela os coloca sobre ele e finalmente olha para a frente, nossos olhares se cruzam e ela desvia o olhar para o professor que procurava algo em seu material.

- Bom dia, livros sobre a mesa, aberto na página 136. - O professor nos fala e volta sua atenção para Jade que o olha e o escuta atentamente, não consigo escutar o que ele fala, falavam baixo e eu estava no fundo da sala. Depois de escutar tudo, Jade apenas assente com a cabeça e pega uns papéis que Arthur lhe entregava e vai em direção a porta.

- Jade? - Arthur a faz olhar para trás.

- Obrigada, pela ajuda com os materiais. - Ele a fala parecendo ser sincero.

- Por nada, professor. - Ela fala tranquilamente e sai da sala.