3°- Saidinha

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Fiquei comendo e assistindo televisão quase a tarde inteira, me sentindo uma vagabunda feliz e fazendo o possível para não me lembrar das palavras do meu antigo chefe.

Confesso que muitas vezes me lembrei daquela hora e acabei chorando horrores, mas sempre achei um jeito para me recompor - afinal, não é a primeira vez que tive de escutar tudo aquilo.

Enfim, nesse momento estou terminando de secar o meu cabelo e já pensando na roupa para usar mais tarde - uma que não seja tão de puta e nem tão dark e afins.

Assim que meu cabelo já estava ajeitado, fui até o armário e comecei a escolher uma roupa, a qual no final resultou em um look bem soft.

Era composto por uma calça jeans wide leg, um cropped preto e um casaco de couro da mesma cor, tudo isso sendo completo com o meu All Star.

Em seguida, após vestir a roupa e me sentir completamente gostosa, fiz uma maquiagem básica e quase tomei um banho de perfume.

Foi então que meu celular começou a tocar, fazendo eu sair correndo do quarto até a sala de estar, onde ele estava em cima da mesinha de centro.

Senti um sorriso animado surgir no meu rosto ao ver o número da recepção na tela do telefone, atendendo no mesmo momento.

– Sabia que você ia se aproveitar, safada.- Falou Tsuyu.- Já liberei ele para subir, se cuida para não voltar em uma cadeira de rodas, eim.

– Amiga, eu já conhecia ele e, sendo sincera e mesmo ele sendo bonito, não acho que poderíamos ser mais que amigos.- Afirmei, e bateram na porta.

– Eu ouvi, pode ir.- Murmurou e desligou o telefonema.

Fui até a porta e abri a mesma, vendo Kirishima com um sorriso gentil no rosto e girando a chave do seu carro no dedo indicador.

– Tudo bem para você se eu tiver chamado mais alguns amigos?- Ele perguntou, e eu assenti com a cabeça.- Então, vamos?

– Só deixa eu ir desligar as luzes.- Avisei e caminhei pela casa.

Olhei também se não havia deixado alguma janela aberta ou algo do tipo - mesmo sabendo que não tem nada que alguém queria roubar aqui. Por último, desliguei a luz da sala de estar e saí do apartamento.

– Agora sim.- Falei fechando a porta e sorrindo para ele.

Pegamos o elevador e, enquanto não chegava até lá embaixo, ficamos conversando sobre como foi a nossa vida durante o tempo que não nos víamos.

Entretanto, eu não mencionei sobre a minha demissão.

Chegamos na recepção e eu deixei a chave com Tsuyu, que me mandou uma piscadela e depois mexeu as sobrancelhas de uma maneira maliciosa.

Não dei muita bola e voltei para junto de Kirishima, o qual já me esperava fora do prédio e escorado na porta do seu carro.

Rapidamente fui na direção dele, notando pela luz acesa em dentro do carro, o reflexo dos outros amigos do ruivo.

– Pode entrar.- Kirishima disse abrindo a porta.

– Não precisava, mas se você quer…- Dei de ombros e entrei.

– Você deve ser a {Nome}, né?- Rapidamente um dos caras perguntou para mim, e eu me virei sorrindo para ele.

– Sou eu sim, e você?

Comecei a reparar no homem, ele era loiro e tinha um raio pintado em seu cabelo, estava usando uma roupa bem estilosa e sorria de uma maneira divertida.

– Sou Kaminari Denki, mas pode me chamar de amor da sua vida também.- Falou sensualmente, e eu gargalhei.

– Será que dá para dar um tempo nisso, porra?- O outro homem, com uma voz mais rouca e grossa, perguntou.

Eu rapidamente olhei para ele, o qual nem se deu ao trabalho para tentar me conhecer, apenas se manteve encarando a janela.

Mas isso não atrapalhava a beleza do homem - loiro e dos olhos vermelhos -, o qual estava vestindo uma roupa muito mais sofisticada do que os outros dois, além do seu perfume ser o mais sentido no carro.

Resumindo: rico.

– Esse é Katsuki Bakugou.- Afirmou Kirishima notando a minha análise no loiro.

– Legal.- Me virei de volta para frente e coloquei o cinto de segurança.

– O Kaminari pelo jeito você já conheceu, pois quando entrei no carro ele já estava te mandando uma cantada.- Riu anasalado e ligou o carro.

– Poisé.- Murmurei.

Quando o ruivo começou a acelerar, Kaminari esticou o braço para ligar uma música, deixando uma bem paia para tocar - fazendo eu colocar na minha lista mental de homens que Kirishima é um daqueles sem gostos musicais.

– Troca.- Eu e Katsuki falamos em uníssono.

Kirishima obedeceu, trocando para outra pior ainda. Eu encarei ele, que de maneira rápida revisou seu olhar entre mim e o homem dos olhos rubis, o qual deveria estar com uma cara bem pior.

– Gente, eu só tenho essas músicas.- Disse rindo nervoso.

– Porra, então libera aí para eu conectar meu celular nesse caralho.- Resmungou Bakugou.

Em poucos segundos, Katsuki ligou sua primeira música, a qual era a mesma do toque do meu celular. Então eu e ele repentinamente começamos a cantar juntos.

Tenho que confessar, muitas vezes não sabia se era o Eminem que estava cantando mais alto ou o homem, porque ele cantava bem pra caralho.

Kirishima e Kaminari pareciam alegres pela nossa animação para cantar a música, muitas vezes até tentaram acompanhar a gente, mas como não é a praia dos dois, apenas estragaram a canção.

– Têm Not Around?- Perguntei me virando para Katsuki, que assentiu a cabeça e colocou essa música quando acabou a primeira.

Dessa vez ninguém cantou, porque a vibe da música - principalmente no refrão -  poderia ser estragada se alguém tentasse acompanhá-la.

Enfim, quando Kirishima desligou o carro, Katsuki desconectou seu celular do som, e eu ajeitei um pouco a minha roupa antes de sair.

Kaminari saiu na velocidade da luz, quase fazendo um outro automóvel bater na porta do carro do ruivo, que gritou seu nome com raiva e medo.

Nisso, todos saímos do automóvel e, só depois de Eijiro trancar o mesmo, fomos para dentro do bar.

Lá, estava tocando mais uma das minhas músicas preferidas: "Do I Wanna Know?", o que dava mais destaque aos detalhes do local, os quais pareciam ser bem rústicos e afins.

Fomos para uma mesa e nos sentamos nas cadeiras ao redor dela, então começamos a conversar enquanto o garçom ou a garçonete não aparecia.

– Caralho, Bakugou.- Murmurou Kaminari olhando ao redor.- As mina tão tudo olhando para você, como tu consegue?

– É que diferente de você, não fico mandando cantadas e sei ser atraente apenas sendo eu mesmo.- Respondeu.

Mordi meu lábio inferior para não rir da cara de nojo que Denki forçava, em seguida olhei para trás ao sentir um olhar fritar nas minhas costas.

Mais para o fundo, havia um grupo de homens e mulheres que me olhavam e sorriam de maneira maliciosa para mim, fazendo eu sentir um pouco de desconforto.

– Sua primeira vez aqui nesse bar, não é?- Kaminari perguntou.

– Sim, normalmente eu iria em um perto da minha casa, onde as bebidas são mais baratas e só ficam homens que conheço.- Falei tentando não trocar olhares com aquelas pessoas.

– Caso você se sinta mal com isso ou alguém faça algo contigo além de te olhar, nos avise.- Kirishima acariciou um dos meus ombros.

– A gente sabe o que fazer com idiotas.- Katsuki comentou.

Sorri para eles e assenti com a cabeça, mostrando que confiava neles para protegerem a minha pessoa caso alguma coisa de errado me aconteça.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora