𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢

140°- O fim

☦︎༄55 anos depois.
☦︎༄Sábado.
☦︎༄07:30.
☦︎༄Pov:..Katsu.

Ontem, havia nevado mais do que o normal na cidade, fazendo com que os túmulos do cemitério fossem parcialmente soterrados pela neve.

Nesse momento, eu, minha filha - Aisha - e Kota estamos limpando os túmulos dos meus pais. O resto dos meus filhos estavam em casa com minha esposa, Maki, fazendo alguma merda.

Enfim.

- Nossa, agora que eu percebi, o vovô morreu antes da vovó.- Minha filha murmurou de forma triste enquanto aprontava para as datas.

- É...- Suspirei.- Lembro de como sua avó ficou arrasada e passou dias sem dar notícias para nós.

- Você disse que ela tinha ficado depressiva.- Kota soltou um riso.- Aí eu falei que {Nome} logo ela estaria de volta e aquela era apenas sua forma de processar e superar tudo.

- E você estava certo.- Sorri para ele e olhei para os túmulos.

Meus pais foram a minha maior inspiração para chegar onde estou agora. Eles eram um casal incrível, às vezes brigavam, mas sempre tiveram um grande cuidado para não me envolver nisso.

Admiro eles por esse motivo.

Admiro por terem sempre achado uma forma de me compreender quando mais jovem.

Admiro a determinação do meu pai para resolver as coisas da casa.

Admiro minha mãe por ter a força de ter superado todos os momentos de angústia sem deixar sua família de lado.

Admiro eles mesmo depois de terem ido embora, porque não sei como veria e pensaria do mundo agora sem suas presenças no passado.

Nunca vou esquecer de quando meu pai falou para mim a história da mamãe e que esse era o maior dos motivos para ele ser quem era também.

Que aquele era o maior motivo da nossa família ser como era. E de mim e Kota, que era como filho deles também, ser os seus maiores orgulhos.

Olho para Kota. Ele também me ajudou e ajuda bastante, mesmo sendo meio irritado algumas vezes como meu pai. Agradeço esse homem por agir como um irmão de verdade.

Vou sofrer quando ele for embora também, algo que espero demorar muito tempo.

Suspiro e fecho os olhos.

Sei que de onde eles estiverem, devem estar torcendo para que nunca esqueçamos dos seus ensinamentos, das suas alegrias conosco e do exemplo que nos deram de um casal, pais e avós.

Jurei para eles mentalmente no velório da mamãe, quando juntaram os dois no mesmo túmulo, que sempre vou lembrar e valorizar a forma como eles trataram os meus filhos e os de Kota.

A forma como estavam presentes para ajudá-los, como faziam eles ficarem felizes apenas pelas suas presenças simples.

Desde suas idas, foi uma pena não poder mais ver as carinhas felizes deles quando eu dizia "Vamos para os vovós hoje".

Contudo, espero ainda estar sendo o orgulho dos meus pais.

Espero estar conseguindo ser o mesmo exemplo deles para os meus filhos e para minha mulher.

Espero ainda ter a forma de resolver os problemas como a mamãe, e a mesma parceria e confiança do papai.

Espero que meus filhos pensem de mim as mesmas coisas que eu penso dos meus pais agora.

Sei que eles tinham os seus defeitos, sei que também tenho os meus. Mas sinceramente, que se foda.

Eu sinto muita, muita falta deles.

Droga, tô quebrando a regra da minha mãe. "Não viva no passado enquanto ainda tiver muitas coisas para sentir no futuro."

- Pai? Está tudo bem? Por que está chorando?- Sinto as mãos de Aisha nos meus ombros.

Ok, voltei para realidade.

- Não é nada, só estava tendo algumas lembranças.- Digo olhando para minha filha e sorrindo enquanto limpo as minhas lágrimas.

Me abaixei perto do túmulo e tirei o resquício de neve que havia na sepultura. Em seguida, sorri ao ver a foto dos meus pais juntos, com suas datas de nascimento e falecimento, e uma frase logo abaixo.

"Viva enquanto puder; deixe o destino te surpreender."

Uau...eles sempre disseram isso.

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Um final simples, mas juro que tentei colocar muitos sentimentos nesse capítulo.

Desculpem qualquer coisa e espero que tenham gostado da história.

Aliás, obrigada por acompanhar até aqui. Amo vocês, até a próxima!