88°- Felicidade

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Nesse momento estou sentada em uma das cadeiras de espera da farmácia, com Momo em pé na minha frente digitando alguma coisa para alguém no seu celular.

Já faz um bom tempo que estávamos aqui, mas isso porque muitas pessoas estão ali, cada uma com um problema diferente para resolver.

Foi então que escutei meu nome ser chamado, fazendo eu me levantar abruptamente e ir para a sala onde tinha feito o teste, sentindo meu coração palpitar forte a cada passo dado.

Quando cheguei lá, a mulher se virou para mim com um sorriso simples no rosto, o qual também foi usado depois de eu dizer o motivo pelo qual estava fazendo esse teste.

Ela fez um sinal com a mão para que eu me aproximasse do balcão, onde havia vários papéis. Nisso, a mulher apontou para um local determinado de um deles, fazendo eu levar toda a minha atenção ali.

Positivo.

Deu positivo.

Puta que pariu.

Senti um sorriso imenso surgir no meu rosto e comecei a pular de animação, fazendo a mulher começar a rir, e Momo levar um grande susto antes de tentar me acalmar.

Estava chorando enquanto segurava uma vontade imensa de gritar, porque na minha cabeça é como se essa fosse a melhor coisa que já aconteceu.

O que não é mentira e ao mesmo tempo não é verdade.

Passei as mãos nos meus cabelos enquanto saía da farmácia, entrando no carro de Momo, colocando o cinto de segurança e soltando um suspiro por agora ter a explicação de todo esse sofrimento; o qual, nesse instante, se tornou muito merecedor.

- Quer ir na padaria?- Pergunta Momo repentinamente.- Acho que precisa comer alguma coisa antes de ir para o trabalho.

- Não precisa.- Olho para ela e sorrio.- Tenho coisas para resolver lá antes disso.

- Tá bom, mas depois não diga que não avisei.- Falou ríspida.

Solto um suspiro e nego com a cabeça, sem nem tirar o sorriso do meu rosto mesmo sentindo uma vontade imensa de dizer para ela que não tem necessidade em ser grossa quando a decisão foi minha e sei as consequências.

Mas fico quieta, não quero ter uma discussão agora.

Em poucos minutos, já estou de pé na frente da empresa, encarando a mesma e semicerrando os olhos na tentativa de enxergar alguma coisa nos últimos andares lá em cima.

Obviamente foi uma falha, pois um pingo de água caiu bem em cima do meu olho, fazendo eu abaixar a cabeça no mesmo instante e coçar o mesmo.

Entrei em dentro do prédio, fui para o elevador e cliquei no botão do meu andar, brincando com os meus dedos com nervosismo, pois sei que sentirei uma vontade imensa de contar para Katsuki muito antes do combinado.

Peguei o celular do bolso da minha calça jeans; não tinha me atrasado muito. Então, o guardei novamente no meu bolso, percebendo que já estava chegando no andar determinado.

Quando a porta de pavimento começou a se abrir, fechei meus olhos e respirei fundo diversas vezes, tentando me manter plena antes de dar um passo para frente e bater contra um peito.

Sendo assim, senti mãos grossas segurarem rapidamente a minha cintura, fazendo eu abrir meus olhos no mesmo instante pelo ato familiar e olhar para cima, encontrando os de Katsuki.

Ele fez eu voltar para dentro do elevador e clicou em um andar aleatório, sem tirar em momento algum seu olhar de mim enquanto a porta se fechava, como se estar no trabalho não fosse algo mais importante agora.

- Como foi? O que a médica falou? Você está bem? Pelo amor, me diga logo.- Disse de forma rápida.

- Se você ficar quieto talvez eu conte.- Digo de forma ríspida, e ele silencia.- Estou bem, só estava com a digestão muito ruim.

- A médica deu algum medicamento.- Falou levando seu olhar para as minhas mãos, as quais só seguravam a minha bolsa de sempre.

- Sim, mas deixei em casa.- Sorri, e ele soltou um suspiro.

Fiquei aliviada por ser tão boa em mentir quando precisa, mesmo sentindo uma grande dor no peito com estar fazendo isso com meu próprio noivo.

Dou um beijo na testa dele, ajeito melhor o seu cabelo e olho por cima do seu ombro enquanto a porta de pavimento se abria, acenando para Mina que passava pelo corredor no mesmo instante.

Ele se virou um pouco, clicou no botão onde levaria para o andar onde trabalhamos e depois devolveu sua atenção para mim, me olhando no fundo dos meus olhos como se estivesse querendo ler todos os meus pensamentos.

Será que estou séria demais?
Será que não o convenci?
Será que ele quer que eu diga mais alguma coisa? Mas o quê?

- Sabe, eu, por meros momentos e enquanto estava com você naquele momento, pensei que estava grávida.- Murmurou.

Todas essas dezesseis palavras foram como dezesseis facadas no meu coração, fazendo eu tentar disfarçar o máximo possível para não mostrar que não me afetou.

- Acho que não poderia ser possível, né? Afinal, eu teria passado muito mais mal.- Dei de ombros.

É como se eu estivesse fingindo que esqueci todas as tonturas sentidas durante quase todas as horas, além das duas únicas horríveis vezes nas quais vomitei.

Qualquer um chega na possibilidade da gravidez quando se dá conta de que não tem um motivo concreto para a pessoa estar se sentindo tão mal.

Talvez eu devesse contar para ele.

Então, a porta de pavimento se abriu, fazendo eu sorrir gentilmente para Katsuki antes de tirar suas mãos do meu corpo e sair do elevador, soltando todo o ar que segurei nessa "viagem".

Quando entrei na área de trabalho, Uraraka e Jirou se viraram para mim, seus olhos estavam arregalados e me seguiam enquanto esperavam eu dizer alguma coisa.

Coloquei a minha bolsa em cima da mesa e comecei a ajudar os outros funcionários daquela área, principalmente o Hideo, o qual sempre se implica por alguma coisinha.

Sendo assim, quando finalmente achei um tempo livre e percebi que tudo estava bem organizado. Me aproximei delas e comecei a sussurrar o que havia acontecido nessa manhã.

No instante em que contei da minha gravidez, elas se olharam enquanto um sorriso gigantesco abria em seus rostos, em seguida desejaram parabéns e me abraçaram.

- Vai fazer alguma supresa?- Perguntou Uraraka, e eu assenti com a cabeça.

- Talvez nesse final de semana, mas vou precisar de uma distração.- Murmurei.

- Eu ajudo.- Falou alguém atrás de mim.

Quando me virei, era Mina. Ela estava com um sorriso extremamente convencido no rosto, demonstrando que já tinha noção do assunto tratado na conversa.

Sorri de forma esperançosa, lembrando que ela tinha contato com Kirishima e isso ajuda muito, pois ele e Katsuki são bons amigos.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora