110°- Movimentos

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No instante em que terminamos a janta, Katsuki entrou em dentro de casa, bagunçou o cabelo de Kota e nos ajudou a arrumar a mesa.

Não falamos nada até nos sentarmos à mesa, onde eu tentei puxar uma conversa rápida, falando dos tantos clientes que as meninas atenderam hoje e a surpresa que tive ao ver meus familiares.

Katsuki só deu um sorriso rápido, e Kota começou a falar como havia sido na escola antes de brigar e vir para casa, além de comentar todo animado o que aprendeu na cozinha.

Enquanto isso, o loiro se manteve em silêncio, o que significava que seu dia tinha sido completamente cheio de estresse.

De qualquer forma, após terminarmos de jantar, Kota foi se ajeitar para ir dormir mais tarde, enquanto eu e Katsuki ficamos na cozinha cuidando das louças.

– Como está se sentindo?- Perguntei depois que ele guardou o último prato.

– Mal.- Murmurou.- Ainda estou com um estresse danado.

– Se quiser eu posso acabar com esse seu estresse.- Comentei e olhei para ele.

Ficamos se encarando, até que um sorriso malicioso e envergonhado surge no rosto dele, fazendo eu começar a rir de nervoso ao me dar conta do que falei.

Coloquei as mãos no meu rosto e virei de costas para o homem ainda rindo, sentindo as minhas bochechas esquentarem fortemente.

Não demorou muito para ele me abraçar por trás e dar um beijo na curvatura do meu pescoço, em seguida apoiando seu queixo no meu ombro.

– Eu não iria reclamar se você fizesse isso.- Falou com uma voz maliciosa no meu ouvido, fazendo meu corpo se arrepiar.

– Amor, você não presta.- Falei balançando a cabeça em negação.

– A culpa é sua por mexer tanto com o meu consciente.- Riu e me soltou, em seguida dando um tapa na minha bunda e saindo da cozinha.

Respirei fundo e me virei, vendo Kota surgir, puxar uma cadeira e se sentar. Ele apontou para um dos seus machucados, fazendo eu entender o que queria e ir pegar o kit médico.

Assim que me sentei na frente dele, comecei a trocar os curativos, escutando ele dizer detalhadamente como havia acontecido a briga e sorrindo quando o garoto disse que ficou preocupado com Eri.

– Você gosta dela, não é?- Perguntei olhando para seu rosto, vendo suas bochechas ficarem vermelhas.- Não estou brava caso goste, mas saiba que você é um menino novo e tem muito o que aproveitar.

A partir disso, ele ficou em silêncio até eu terminar de fazer seu último curativo, foi quando o jovem agradeceu e começou a me ajudar a guardar as coisas antes de se retirar.

Após guardar o kit, parei um pouco ao sentir uma leve tontura, me apoiando na beirada da pia até sentir um par de braços fortes rodearem a minha cintura.

– Está tudo bem?- Perguntou Katsuki.

– Só um pouco de tontura.- Me virei sorrindo para ele.- E você?

– Estou melhor.- Deu um beijo na minha cabeça.- Amanhã de manhã a gente conversa, aí eu te conto o que aconteceu.

– Tá bom.- Abracei ele.

Ficamos abraçados, apenas sentindo o calor do corpo e do carinho um do outro. Ele acariciava meus cabelos de uma forma tão dedicada que me fez fechar os olhos e relaxar em seus braços.

Escutei ele rir pelo nariz.

– Vamos para o quarto, você parece estar desmaiando de sono.- Afirmou ele saindo do abraço e segurando uma das minhas mãos.

– A gente vai para o quarto, tá? Vê se não dorme muito tarde.- Falei para Kota quando passamos pela sala de estar.

– Pode deixar.- Assentiu e se levantou do sofá.

Quando chegamos no quarto, vi Kota desligar a luz da cozinha. Contudo, logo quando fui abrir a boca para dizer algo a Katsuki, seus lábios atacaram os meus de uma forma selvagem.

Isso fez eu errar a minha respiração, e Katsuki se distanciou de mim para fechar a porta, me deixando recuperar o fôlego antes de voltar para mim e continuar me beijando do mesmo jeito.

– Katsuki.- Sussurrei quando paramos de nos beijar.- Eu tô muito cansada.

Ele me olhou no fundo dos meus olhos ainda com seu rosto próximo do meu, fazendo eu sentir a sua respiração pesada batendo no meu rosto.

– Me desculpa, sei que você estava animado, mas não consigo fazer isso com a energia que me resta.- Abracei ele.

– Tá bom, está tudo bem.- Deu tapinhas leves na minha bunda e me abraçou de volta.- Vamos escovar os dentes então.

Fomos para o banheiro e escovamos os dentes, em seguida voltamos para o quarto, e enquanto eu arrumava para dormir, ele esperava para desligar a luz.

Quando nós dois já estávamos deitados, Katsuki levou sua mão até a minha barriga e ficou passando seu dedo polegar ao redor do meu umbigo.

– Nosso menino.- Sussurrou.- Ele vai ser lindo como você e eu.

– Vai, com certeza.- Sorri de forma simples e levei minhas mãos até os seus cabelos.- Estava falando com as meninas, e a sua prima disse que tem chances dele puxar mais para você.

– Eu também acho, mas confesso que quero que ele também tenha muitos traços de você.- Comentou.

Ficamos assim por um tempo, até que Katsuki começou a conversar com bebê. Foi quando eu senti ele se mexer, fazendo eu rapidamente me sentar e começar a rir.

– O que houve? Você me deu um susto!- Afirmou Katsuki também se sentando.

– Ele se mexeu!- Gritei animada.

Já havia sentido ele se mexer diversas vezes desde três a quatro semanas atrás, mas tinha sido apenas quando EU falava com ele, ou seja, Katsuki ainda não tinha sentido essa emoção.

– Sério!- Ele começou a rir e colocou a mão na minha barriga, tentando sentir algo.- Bebê? Filho?

O bebê se mexeu mais uma vez, e Katsuki olhou para o fundo dos meus olhos enquanto um sorriso extremamente gigante surgia no seu rosto.

– Eu senti, foi pouco, mas eu senti.- Falou rindo.

Ele ficou falando com o bebê por mais um tempo, rindo todas as vezes que sentia os movimentos e olhando para mim esperando a mesma reação.

Eu estou simplesmente apaixonada em ver ele agindo dessa forma. Contudo, sei que irei ficar mais ainda quando Katsuki estiver segurando nosso menino em seus braços.

Passei as mãos nos cabelos do homem, sentindo o sono tomar conta de mim. Não pensei em avisar nem nada, então acabei dormindo e deixando que ele conversasse com o bebê.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora