92°- Início de um sonho

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Abri lentamente os olhos, vendo Katsuki deitado ao meu lado com sua atenção totalmente direcionada ao joguinho no seu telefone.

Havia tido um sonho bom, o qual parecia ser uma ideia ou um sinal, e se eu o seguisse, futuramente muitas coisas iriam deixar de me estressar.

Além do mais, esse foi o primeiro sonho diferente dos outros, os quais na verdade eram pesadelos extremos e sempre repetitivos.

– Katsuki.- Chamei, e ele desligou o celular no mesmo instante.- Quero ter o meu próprio negócio.

Ele me olhou com os olhos arregalados de surpresa com a minha fala, então virou todo o seu corpo rapidamente para mim e se apoiou com um cotovelo.

– Que tipo? E Para quê?- Arqueou uma sobrancelha, parecia não ter gostado muito da ideia.

– Não sei o tipo, talvez uma floricultura.- Dei de ombros.- E o motivo é nosso futuro bebê, que se tornará uma criança e vai precisar de pessoas mais disponíveis.

– Explique.- Franziu o cenho.

– Katsuki, eu estava pensando: e se, depois que nosso bebê crescer, um dia passar mal na escola?

– Nós vamos buscar ele.- Deu de ombros.

– Mas, e se naquele instante, estivermos numa reunião que irá depender do futuro da empresa?- Ele ficou em silêncio, pensando.- Eu quero estar disponível para o meu filho antes e depois dele crescer.

– Eu também quero.- Passou as mãos nos próprios cabelos.

– Se eu estiver trabalhando no meu próprio negócio, as coisas serão mais simples.- Coloquei uma das minhas mãos no seu rosto.- Poderei levá-lo para ficar comigo e poderei sair a hora que for necessário.

– Mas você sabe que vai ser difícil para mim sem a minha mulher e funcionária naquela empresa.- Murmurou, e eu neguei com a cabeça.

– Não vai, pode colocar o Hideo no meu lugar.- Ri.- Vai precisar fazer isso antes que ele peça demissão pelo menos.

– Como assim?

– Descobri que ele só se demite quando percebe que não evolui.- Gargalhei.

Ele ficou me encarando por um tempo, provavelmente tentando achar alguma ideia para fazer eu mudar ideia, mas não vai conseguir porque estou certa até demais.

– Mas você vai precisar de funcionários, de um lugar para começar.- Sussurrou.

– Eu sei.- Dei um beijo na sua testa.- Mas vou conseguir, você vai ver.

Ele colocou delicadamente uma das suas mãos na minha cintura e me puxou para perto, fazendo nossos corpos se colarem.

– Mas e se der errado?- Perguntou preocupado.

– Não vai dar errado.- Resmunguei dando um beliscão no seu braço.

– Mas e se der?- Insistiu, e eu olhei para ele.

– Aí vai ser até melhor, porque vou poder ficar o dia inteiro em casa organizando as coisas.- Mandei uma piscadela.- Vai dar certo, amor.

Ele se aconchegou na cama mais uma vez, e eu mantive a minha cabeça deitada no seu peito, vendo o mesmo subir e descer de acordo com a sua respiração.

Está nervoso, e eu confesso que também estou. Muito dinheiro provavelmente será gasto com essa ideia e se der certo vai ser como se tudo tivesse sido jogado fora.

Contudo, a minha mente diz que é bom arriscar as vezes, algo errado de se concordar, mas ao mesmo tempo certo e fácil de aceitar - no fim, isso será bom para mim, pois nunca tive muitas ideias.

Segurei uma das mãos do homem, comparei o tamanho dela com a minha e depois entrelacei nossos dedos, sentindo ele apertar a mesma.

– {Nome}.- Chamou, e eu resmunguei para avisar que estava escutando.- Vou comer o seu cu se der tudo errado.

– Tá bom, então estou demitida?- Olhei para ele, agora apoiando meu queixo sobre seu peito.

– Sim.- Afirmou, meio irritado e temeroso.

Dei um selinho nele, rindo pela sua cara de desagrado, mas sabia que ele também estava afim de arriscar para o nosso bem e do nosso futuro bebê.

– Eu te amo.- Afirmei e vi seus olhos se encherem de brilho.

– Eu também te amo.- Sorriu.

Ficamos abraçados, trocando carícias e conversando sobre como e quando eu posso começar a ajeitar as coisas para começar o meu negócio.

No caso, ficou combinado de eu ter uma floricultura, pois é simples e prático - e é nessas horas que eu agradeço por ter passado anos matando o tempo em jardinagem junto com minha mãe.

Foi então que a campainha tocou, eu e Katsuki nos entreolhamos. Então, nos sentamos rapidamente e cada um saiu pelo seu lado da cama ao mesmo tempo.

Fui para a sacada, vendo um carro estranho parado na frente do mesmo. Contudo, quando olhei para o loiro e fui falar sobre, ele já não estava mais ali.

– Amor?- Chamei, com minha voz soando como suspiro.

Quando cheguei nas escadas, fui descendo os degraus da forma mais lenta possível, em seguida olhei para a porta de entrada da casa quando já tinha visão da mesma.

Ele estava conversando tranquilamente com alguém na porta, mas eu ainda não conseguia ver quem era. Sendo assim, desci mais alguns degraus.

Era o primo do Katsuki, o seja, a idiota da namorada dele está também - sim, a ex do meu noivo.

Terminei de descer as escadas, batendo os pés fortemente apenas para chamar a atenção deles, e forçando um sorriso ao parar ao lado do meu homem na porta.

– Oi.- Disse o primo.- Pode ficar tranquila, não estou mais junto com aquela mulher.

Soltei todo o ar que tinha segurado.

– Que bom.- Falei sorrindo de verdade e estendi a minha mão como forma de cumprimento.- Como está?

– Bem.- Afirmou sorrindo também e apertando a minha mão.

Katsuki convidou ele para entrar, levou-o para a sala e lá começaram a conversar. Enquanto isso, fui para a cozinha preparar alguma coisa para eles beberem e comerem.

Entretanto, ao abrir a geladeira, só tinha o resto do resto das coisas das quais deveriam ter dentro dela, o que me deixou extremamente desanimada.

Da mesma forma, peguei duas taças, um vinho e fui para a sala, deixando tudo em cima da mesinha.

– Vou ir para o mercado.- Avisei e passei a mão pelo cabelo de Katsuki, o qual assentiu e deu um tapinha na minha quando me virei.

Fui para o nosso quarto, vesti uma roupa e um sapato decente, depois ajeitei um pouco o meu cabelo e novamente desci as escadas, pegando a chave do meu carro do balcão.

– Se cuida!- Gritou quando eu abri a porta da garagem.

– Pode deixar.- Mandei uma piscadela para ele.- Vou aproveitar para achar um lugar para…você sabe.

Ele ia falar alguma coisa, mas no mesmo instante entrei na garagem, fechei a porta atrás de mim e entrei no carro, levando um susto quando vi Nijel caminhando pelas prateleiras.

De qualquer forma, dei de ombros, abri o portão e saí de casa.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora