37°- Explicação difícil

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Nesse momento, eu e Mitsuki estamos sentadas na sala de estar. Conversando sobre algumas coisas - no caso, a vida inteira de Katsuki.

– Enfim, agora quero que você responda a minha pergunta anterior. Você e o Katsuki já transaram?- Arqueou uma sobrancelha.

– Sim.- Assenti envergonhada. 

– Me diga que ele faz isso bem, porque as outras foram embora sem responder e isso me deixou com um peso na consciência.- Cruzou os braços. 

– Faz mais que bem, para falar a verdade.- Cocei a minha nuca.

– Nossa, ainda bem, porque senão eu iria fazer o teste de DNA para ter certeza se é meu filho mesmo.- Disse aliviada. 

Como se fosse possível dar negativo sendo que eles parecem a cópia um do outro. 

– Mas, me diga outra coisa, como foi o pedido de namoro?- Os olhos dela brilharam, e eu engoli em seco.

– Não teve pedido.- Murmurei.

– O quê?!- Ficou assustada.- Então vocês são só ficaste? 

– Eu não sei.- Abaixei a cabeça.- Só que, se ele diz que sou a namorada dele, então não tenho porque discordar. 

– Aí misericórdia.- Soltou um suspiro.- Só saiba que mesmo sem o pedido eu irei te tratar como nora e filha.- Se levantou e deu um beijo na minha testa. 

– Obrigada.

– Agora vamos comer, tenho certeza que sua fome deve ter aumentado de tanto que ficou conversando comigo.- Riu baixinho. 

Fui atrás dela para a cozinha, então a mesma pediu para que eu fosse levar as coisas para mesa enquanto iria chamar Kota e Masaru para vir almoçar. 

Eu, obviamente, obedeci, mas enquanto isso, não parava de pensar na pergunta dela sobre o pedido de namoro de Katsuki, o qual nem havia ocorrido. 

Deve ser porque tínhamos nos beijado e já fomos direto para a cama depois da festa. Contudo, mesmo esse acontecimento ser um sinal de que somos apenas ficantes, aquela troca de "Eu te amo" não pareceu falsa. 

Além disso, nós dois pensamos que somos namorados e se quisermos, podemos ser assim para o resto da vida mesmo não tendo ocorrido o pedido de namoro. 

Mas eu gostaria que ele tivesse feito, de qualquer forma. 

Assim que terminei de ajeitar a mesa, Mitsuki, Masaru e Kota surgiram, a partir disso todos nós nos sentamos à mesa e começamos a nos servir.

Kota olhava para aquela lasanha como se fosse uma barra de ouro, quase chegando a babar quando Mitsuki colocou aquela delícia em seu prato

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Após jantarmos - e almoçarmos também -, ajudei minha "sogra" com a louça e decidi ir para casa, pois repentinamente uma dor de cabeça surgiu em mim. 

Foram vários minutos de insistência dos mais velhos para eu ficar por mais tempo, mas quando viram que eu não estava bem, Mitsuki fez Masaru acelerar os passos para me levar para casa. 

Então, após me despedir de Mitsuki, fomos para o carro e, após ele perguntar se todos nós estávamos com o cinto de segurança e isso confirmado, ligou o mesmo.

Quando ele acelerou, comecei a dizer onde eu morava, porque não conseguia explicar como GPS, já que estava ali para trabalho, não para fazer turismo. 

Nisso, começou a chover. Então, eu levei minha atenção para a janela, pela qual batia e escorria as diversas gotas de chuva

Vários pensamentos começaram a surgir na minha cabeça, os quais podiam se dizer serem apenas planejamentos para o futuro - todos tendo Katsuki e principalmente Kota no meio. 

Estava tão concentrada nisso, que nem percebi que ele já havia parado o carro na frente do prédio. 

A partir disso, eu e Kota agradecemos por Masaru ter nos trazido e nos despedimos do homem, em seguida saímos do carro e fomos para dentro correndo.

Após entrarmos no elevador, Kota começou a chorar repentinamente, fazendo eu levar um susto e rapidamente me abaixar na altura dele. 

Passei as mãos pelas suas bochechas para limpar as primeiras lágrimas que escorreram, em seguida, mesmo não sabendo o que se passava na cabeça do garoto, puxei ele para um abraço. 

– Eu fiquei com medo.- Disse entre soluços.- A mamãe não era mais a mesma, ela estava diferente, ela falou que eu era um inútil e só apareci na vida dela para incomodar.

– Ela é uma mentirosa, Kota.- Soltei ele  no fundo dos teus olhos.- Sabe de uma coisa? Se você fosse mesmo isso tudo, eu não estaria com você agora.

– Mas eu só estou acabando com a sua vida.- Começou a chorar mais.

– Pare de falar bobagens, garoto.- Sorri.

– Estou falando a verdade, se não fosse por mim o Katsuki não estaria no hospital.- Colocou as mãos no rosto, e a porta de pavimento se abriu. 

– Kota, Katsuki decidiu fazer aquilo por decisão dele próprio.- Peguei o menino no colo e saí do elevador.- Ele fez aquilo porque quis, então não é culpa sua. 

– Só que eu estou envolvido nisso.

– Estar envolvido não significa ser o culpado do que ocorreu, além do mais, quem criou toda essa situação foi a sua mãe.- Falei indo até a porta do apartamento e começando a abrir a mesma.

– Não quero mais que diga que ela é minha mãe, pois se fosse de verdade, teria realmente cuidado de mim.- Resmungou e fungou o nariz. 

– Eu nem sei o nome verdadeiro dela.- Entrei na moradia.

– É Joe.- Murmurou.

– Tá bom.- Fechei e tranquei a porta.- Está com sono?

– Muito.- Olhou para mim.- Dorme comigo hoje?

– Claro, mas primeiro vamos nos ajeitar bem bonitinhos, porque se não vamos ficar cheirando o bafo e o cheiro de sovaco um do outro pelo resto da noite.- Afirmei enquanto o levava para o quero dele. 

– Passei por isso enquanto estava com a Joe, então não quero reviver de novo.- Comentou quando deixei ele no chão.

Nisso, percebi que ele não tinha sorrido até agora e isso não era normal vindo dele, pois muitas vezes dava risada das coisas estranhas que eu falava - pelo jeito Joe tirou a felicidade desse garoto da pior maneira. 

Franzi o cenho ao pensar nisso e comecei a escolher um pijama para o pequeno, mas o mesmo acabou me expulsando ao perceber que eu não conseguia achar nenhum e só estava reclamando dos que achava. 

A partir disso, fui para o meu quarto e em seguida até o guarda-roupa, de onde peguei um pijama, peças íntimas e uma toalha para me banhar. 

Depois, fui para o banheiro e fiz toda uma enrolação antes de me enfiar no box, ligar o chuveiro e finalmente tomar banho - digno, porque com tudo que aconteceu necessito relaxar. 

Soltei um suspiro e fiquei alguns minutos apenas deixando a água escorrer pelo meu corpo, enquanto isso mais planejamentos eram formados na minha mente. 

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora