90°- Decepção

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Demoramos um pouco para chegar no lugar, porque Katsuki quis colocar uma roupa que combinasse com a minha, situação pela qual ele ficou discutindo com si mesmo.

Mas, no fim, nos encontramos aqui, cada um sentado em um lado de uma mesa extremamente chique, lendo um cardápio extremamente chique, sendo olhares de pessoas extremamente chiques.

Tinha que ser rico.

Então, um garçom chegou perto de nós nos perguntando nossos pedidos, fazendo eu olhar para Katsuki enquanto ele respondia da maneira mais formal para o homem.

Rico, né?

É uma pena eu ser também e não saber agir assim.

- Bebida? Um vinho?- O garçom perguntou anotando e arqueando uma sobrancelha.

- Não, minha mulher está grávida.- Afirmou Katsuki, deixando o homem surpreso.- Queremos uma água.

- Ok, então.- Sorriu e se virou para mim.- Parabéns.

- Obrigada.- Digo.

Ele fez uma referência e se retirou, fazendo eu levar minha atenção para o loiro enquanto sentia as minhas bochechas ficarem vermelhas por estar recebendo muita atenção.

- Então,- Começou.- quem pretende convidar para o nosso casamento?

- Ainda não sei muito bem, mas provavelmente sua mãe, a minha também e o marido dela, o Kirishima, Kaminari, talvez as meninas também.- Falei contando nos dedos.

- Só?- Perguntou soando como se precisasse de mais.

- O Kota e nós.- Completei dando de ombros.- Você sabe que não quero coisas grandes, Katsuki.

- Eu sei, eu sei.- Passou as mãos nos próprios cabelos.

- E eu sei que você sabe, mas sinto a sua vontade de fazer algo especial, algo que seja merecedor.- Sorri simples.- Também sei que quer ter a sua vez de decidir.

Ele ficou me olhando, suas sobrancelhas se levantando enquanto uma expressão de surpresa com uma pitada de tristeza surgia no seu rosto.

- Você pode decidir também, mas, por favor, tente não deixar as coisas exageradas.- Mandei uma piscadela para ele.

Nisso, o garçom se aproximou. No mesmo instante, outros se aproximaram. Então, um homem alto, de cabelos castanhos e olhos verdes saiu por uma porta arrastando um carrinho cheio de comidas.

Olhei para Bakugou, o qual estava com um sorriso sacana no rosto; ele sabia que isso iria acontecer, por isso insistiu tanto para virmos para cá.

- Muito prazer, meu nome é Mike, sou o chef desse restaurante e trouxe essas comidas como forma de parabenizá-los.- O cara dos olhos verdes afirmou.

- Muito obrigada.- Katsuki disse de forma séria, mas sem tirar aquele sorriso do rosto.- Nos sentimos honrados.

- Que bom.- Murmurou o garçom.

Todo aquele constrangimento durou mais do que dez minutos, então eles finalmente foram embora, e nós começamos a comer.

Confesso que estava extremamente envergonhada com tudo aquilo, pois haviam muitos olhares na nossa direção, os quais Katsuki parecia não perceber.

Enquanto eu comia, a sensação de querer sumir por conta da vergonha era imensa, fazendo eu até me arrepender de ter dito para o loiro que ele também tinha liberdade de decidir.

Depois de um tempo, comecei a ficar enjoada, logo me levantando indo atrás de um banheiro - afinal, eu já esperava pelo o que iria acontecer.

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Voltamos para casa logo após eu passar mal, pois estava me sentindo pior ainda com todos aqueles olhares, sem saber se eram de alegria ou de nojo de nós.

Sendo assim, me sentei no sofá, coloquei as mãos na minha cabeça e apoiei meus cotovelos em cima dos meus joelhos, olhando fixamente para o chão.

Não demorou muito para eu sentir o sofá se afundar ao meu lado e um braço forte passar por trás de mim, tentando me puxar para perto.

- Você está desanimada desde que chegamos naquele restaurante, aconteceu alguma coisa?- Pôs seu queixo em cima do meu ombro.

- Sim, Katsuki. Aconteceu.- Falei me virando para ele.- Você por acaso não percebeu o olhar da porra daquela gente? Será que não entendeu o que eu disse sobre ser simples?

- Eu entendi, {Nome}.- Passou as mãos nos próprios cabelos.- Só que você está grávida e eu pensei que iria gostar de se sentir uma mulher digna por conta disso.

- Eu teria me sentido digna se a gente tivesse ficado em casa, juntos, se divertindo, contando nossos planos de casamento, coisa que a gente está meses sem fazer!- Me levantei.

No mesmo instante, senti o enjoo voltar, fazendo eu largar rapidamente a minha bolsa em cima do sofá e ir passos ligeiros para o banheiro, em seguida erguendo a tampa do vaso e começando a vomitar.

Logo, senti as mãos de Katsuki tocarem levemente os meus braços e sua testa encostar nas minhas costas - é bom que pelo menos esteja comigo nesses momentos mais difíceis.

Ele se afastou um pouco e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, me olhando naquele estado com preocupação e extrema culpa, talvez ache que eu não estaria assim caso não tivéssemos ido lá.

Talvez, mas não temos certeza de nada.

- Me desculpa.- Sussurra ele.

Após alguns minutos, finalmente parei de vomitar e olhei para ele, o qual começou a me ajudar a tirar minha roupa para tomar banho, algo que nem queria fazer, mas aceitei mesmo assim.

Suas mãos deslizaram pelo meu corpo após tirar um vestido, mas seus olhos estavam fixados nos meus como se estivesse esperando que eles demonstrassem alguma coisa; como um pedido de pare.

- Eu te desculpo.- Murmuro e levo minhas mãos aos seus ombros.

Nos levantamos, então ele abaixou a tampa do vaso, me deixou sentada ali e começou a tirar suas próprias roupas, fazendo eu ficar ansiosa ao ver seu membro ereto.

Em seguida, fomos para dentro do box, depois embaixo do chuveiro e em poucos minutos já estávamos amor.

Fazia muito tempo desde que fizemos sexo, mas fazia muito mais desde que fizemos amor, duas coisas muito diferentes quando você finalmente as sente, assim pode perceber as suas diferenças.

A maneira como as suas mãos passeavam pelo o meu corpo era delicada, assim como as suas estocadas, as quais mesmo assim faziam diversos gemidos saírem de nossas bocas.

A água que escorria pelos nossos corpos quentes deixava as coisas cada vez melhores, tanto nos toques quanto nos choques dos nossos corpos se encontrando.

Agora com a descoberta da minha gravidez, é como se os nossos cuidados tivessem se triplicado, mas da mesma forma conseguimos sentir os mesmos sentimentos de quando fazíamos isso antes.

Ele deu um beijo na minha testa e gemeu, dando sua última estocada antes de sair de mim e gozar fora, dando tempo para as nossas respirações se controlarem.

Foi então que o loiro levou os seus dedos para o meio das minhas pernas.

Para nos dois, um sexo nunca é bom o bastante quando apenas um dos dois chega ao ápice, mesmo que depois precisasse partir para o segundo plano.

Ele está partindo para o segundo plano.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora